No inverno, a proliferação de doenças respiratórias como resfriados e COVID-19 é uma preocupação constante. A sensação de que basta uma pessoa da casa adoecer para que todos estejam em risco é comum. Segundo Catherine Bennett, presidente de epidemiologia da Universidade Deakin, os lares são locais onde vírus respiratórios se espalham facilmente, mas existem maneiras eficazes de minimizar o contágio entre os moradores.
Isolar-se no próprio domicílio pode ser uma estratégia favorável, embora nem sempre prática ou viável para todas as famílias. A ideia seria que a pessoa doente utilizasse um quarto e um banheiro separados, se possível. Em contextos onde esta separação não é factível, estratégias alternativas podem ser adotadas para reduzir a possibilidade de transmissão.
Como uma máscara ajuda na prevenção?
O uso de máscaras surge como um instrumento útil no controle da disseminação de doenças. Se o membro doente for incapaz de se isolar totalmente, o uso de máscara pode reduzir a probabilidade de transmitir o vírus aos demais. Dr. Darran Foo, diretor médico do serviço de informação pública Healthdirect, recomenda o uso de máscaras especialmente em ambientes menores como apartamentos, onde o espaço é limitado.
Além disso, segundo orientações atualizadas do Ministério da Saúde do Brasil em 2024, é importante que mesmo visitantes que entrem na casa de pessoas doentes também utilizem máscaras, principalmente nos primeiros dias da infecção, quando a transmissão costuma ser maior.

Quais as melhores práticas de higiene em casa?
A manutenção de hábitos higiênicos rigorosos é fundamental para evitar o contágio. Isso inclui descartar lenços usados imediatamente e evitar compartilhar utensílios domésticos com a pessoa doente. Dr. Foo salienta a importância de lavar as mãos frequentemente e utilizar desinfetantes. Além disso, limpar superfícies frequentemente tocadas, como maçanetas e interruptores, é essencial para impedir a propagação de germes.
Outra prática eficaz é evitar tocar os olhos, nariz e boca com mãos não higienizadas, pois estes são pontos de entrada comuns para vírus no organismo.
Por que a vacinação é tão importante?
A vacinação contra a gripe e a COVID-19 é essencial para todos os membros da família, não apenas para os imunocomprometidos. A vacinação é uma das medidas mais eficazes para prevenir doenças respiratórias e suas complicações, protegendo tanto indivíduos quanto a comunidade. Manter-se imunizado ajuda a proteger a saúde individual e coletiva, minimizando o risco de surtos.
É importante acompanhar as campanhas de vacinação promovidas pelas secretarias de saúde municipais para garantir acesso às doses mais recentes, adaptadas às variantes em circulação, e prestar atenção às datas mais indicadas para cada grupo etário, promovendo assim a proteção ao longo do inverno.
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Como melhorar a ventilação no inverno?
Boa ventilação é crucial para reduzir a concentração de partículas virais no ar. Professor Bennett explica que, no inverno, a ventilação inadequada favorece a persistência dos vírus. Abrir janelas e portas quando possível ajuda a trocar o ar da casa, diminuindo a carga viral. Contudo, é importante equilibrar essa prática com a necessidade de manter a casa aquecida, para evitar desconfortos térmicos.
Outra recomendação de especialistas é o uso de aparelhos como o purificador de ar com filtro HEPA, que pode contribuir para remover partículas suspensas no ambiente, especialmente em lares onde a ventilação natural não é suficiente.
Como proteger pessoas imunocomprometidas em casa?
Para famílias com membros imunocomprometidos, as medidas de proteção devem ser intensificadas. Consulta a um profissional de saúde para orientações personalizadas pode ser benéfica nesses casos. O uso de antivirais pode ser apropriado dependendo das condições médicas preexistentes. A atualização das vacinações contra COVID-19 e gripe proporciona proteção adicional contra doenças graves, especialmente em lares compartilhados por várias pessoas.
A prática de medidas preventivas durante as épocas mais frias não só protege a saúde individual, mas também a coletiva, diminuindo assim o risco de surtos locais de doenças respiratórias.