Vivemos em um mundo cheio de luzes, notificações e afazeres constantes. Como explica o Dr. Pedro Schestatsky, neurologista com pós‑doutorado em Harvard (Instagram @drpedroneuro), ao reduzir o sono por anos a fio, nosso cérebro perde sua capacidade de eliminar toxinas — criando um ambiente propício ao surgimento de doenças como Alzheimer.
Esse cenário aumenta o risco de doenças como Alzheimer e acelera o envelhecimento cerebral. A má qualidade do sono se tornou um problema pandêmico moderno.
Como o cérebro se desintoxica durante o sono?
Durante o sono, o sistema glinfático entra em ação, removendo resíduos metabólicos e proteínas tóxicas, como o beta-amilóide. Dormir pouco impede esse processo, criando uma sobrecarga no cérebro.
Dr. Pedro descreve isso como uma “compressão cerebral”, que pode levar a perda de memória, confusão mental e degeneração neurológica precoce.
Por que a apneia do sono é tão perigosa para o cérebro?
Apneia do sono provoca quedas repetidas nos níveis de oxigênio, desencadeando inflamações e microlesões cerebrais. Isso compromete diretamente áreas relacionadas à memória e à cognição.
Pacientes com Alzheimer devem ser avaliados para apneia, pois o distúrbio pode acelerar o avanço da doença se não tratado corretamente.
Quais fatores ampliam os riscos de Alzheimer e declínio cognitivo?
Segundo Dr. Pedro, menos de 4% das pessoas têm saúde metabólica ideal. Quando isso se combina com privação de sono, genética e excesso de telas, o risco neurológico se intensifica.
- Inflamações silenciosas no cérebro
- Déficits de atenção e foco
- Quadros depressivos e baixa autoestima
Essas condições criam um terreno fértil para doenças neurodegenerativas.
Como a respiração consciente pode melhorar a qualidade do sono?
Dr. Pedro defende a respiração lenta e consciente como uma forma de “musculação para o cérebro”. Essa prática reduz a atividade simpática, acalma a mente e favorece o adormecer natural.
Métodos como o 4-7-8 e a meditação guiada são aliados simples e poderosos contra a insônia e o estresse noturno.

Quais hábitos ajudam a proteger o cérebro enquanto você dorme?
Adotar uma rotina noturna equilibrada contribui para a saúde cerebral e emocional. O foco deve estar na qualidade e regularidade do sono.
- Evite telas e redes sociais antes de dormir
- Estabeleça horários fixos para dormir e acordar
- Identifique e trate sinais de apneia
- Reduza expectativas irreais criadas pelo ambiente digital
Essas práticas restauram o sono profundo e ativam a limpeza cerebral, prevenindo doenças a longo prazo.
Fontes confiáveis
- Xie L. et al. (2013). Sleep drives metabolite clearance from the adult brain. Science. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3767227/
- Osorio R.S. et al. (2015). Sleep-disordered breathing advances cognitive decline in the elderly. Neurobiology of Aging. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24704157/
- Roh J.H. et al. (2014). Potential role of sleep in Alzheimer’s disease progression. JAMA Neurology. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24934469/