O Dr. Paulo Abner, especialista em neurologia, alerta que a neuroinflamação é um dos fatores silenciosos que afetam a saúde cerebral e podem impactar diretamente a qualidade de vida, a produtividade e até mesmo os relacionamentos. Em suas redes sociais, ele destaca três sintomas comuns dessa condição, ressaltando a importância de reconhecer esses sinais e buscar acompanhamento adequado para evitar complicações.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), doenças neurológicas estão entre as principais causas de incapacidade no mundo. A neuroinflamação, caracterizada por processos inflamatórios no sistema nervoso central, está associada a quadros de enxaqueca, ansiedade, insônia e dificuldades cognitivas. Por isso, compreender como ela se manifesta é essencial para adotar hábitos que promovam a saúde cerebral.
Quais são os sintomas que indicam neuroinflamação?
Segundo o Dr. Paulo Abner, o primeiro sintoma é a dificuldade em concluir tarefas, um comportamento conhecido como procrastinação. Isso ocorre porque a inflamação no cérebro pode diminuir a produção de neurotransmissores importantes, como dopamina, serotonina e noradrenalina, responsáveis pela motivação e bem-estar. Quando esses níveis estão baixos, a pessoa tende a se sentir desanimada e busca atividades mais prazerosas e imediatas, como assistir TV ou comer doces.
Outro sinal claro é a presença frequente de dores de cabeça e enxaqueca. A neuroinflamação pode desencadear crises constantes, levando a um ciclo de dependência de analgésicos. Quando uma pessoa precisa tomar medicamentos como dipirona de forma recorrente — e mesmo assim as dores persistem — é um indicativo de que algo está errado. Para completar, o neurologista alerta que dores em mais de 10 dias no mês exigem investigação médica.
Por que a mente acelerada é um sintoma tão preocupante?
O terceiro sintoma destacado pelo especialista é a mente hiperativa e preocupada. A neuroinflamação pode aumentar a atividade de neurotransmissores excitatórios, como o glutamato, o que gera uma sensação constante de ansiedade e pensamentos acelerados. Esse estado de alerta excessivo faz com que a pessoa tenha dificuldade para relaxar e dormir, aumentando o risco de distúrbios do sono e até da necessidade de medicamentos controlados.
O Dr. Paulo Abner enfatiza que o excesso de preocupações, somado à dificuldade de desacelerar a mente, afeta diretamente a qualidade das relações pessoais. O estresse mental constante e a insônia afetam o humor, o foco e a disposição, prejudicando tanto o bem-estar individual quanto a convivência com outras pessoas.
O que pode causar a neuroinflamação?
Diversos fatores estão relacionados à inflamação no sistema nervoso. Maus hábitos alimentares, consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, sedentarismo e estresse crônico estão entre os principais vilões. Além disso, a exposição frequente a toxinas ambientais, como poluentes e conservantes, também pode contribuir para o problema.

A ciência tem mostrado que a saúde intestinal e cerebral estão profundamente conectadas. Uma dieta rica em gorduras saturadas e açúcares refinados pode aumentar processos inflamatórios, afetando o equilíbrio da microbiota intestinal e, consequentemente, a função cerebral. De acordo com estudos publicados no Journal of Neuroinflammation, manter uma alimentação equilibrada é uma das formas mais eficazes de reduzir a neuroinflamação.
Como prevenir e reduzir a neuroinflamação?
O Dr. Paulo Abner defende uma abordagem preventiva e natural para proteger o cérebro. Alguns hábitos podem ajudar:
- Adotar uma alimentação anti-inflamatória, priorizando frutas, vegetais, grãos integrais e alimentos ricos em ômega-3, como peixes e sementes de linhaça.
- Praticar atividade física regularmente, pois exercícios melhoram a circulação e reduzem marcadores inflamatórios no organismo.
- Dormir bem, garantindo ao menos 7 horas de sono por noite, para permitir a regeneração cerebral.
- Evitar o excesso de analgésicos, buscando orientação médica para identificar a causa das dores frequentes.
- Controlar o estresse, com práticas como meditação, respiração profunda ou terapias relaxantes.
Neuroinflamação e enxaqueca: qual é a ligação?
A enxaqueca é uma das principais consequências da neuroinflamação, segundo o neurologista. Isso acontece porque a inflamação altera a comunicação entre os neurônios e os vasos sanguíneos cerebrais, desencadeando crises dolorosas. Pessoas com histórico de enxaqueca devem estar ainda mais atentas aos sinais, especialmente quando as dores se tornam crônicas.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaleia, cerca de 30 milhões de brasileiros sofrem de enxaqueca, sendo a maioria mulheres. Uma alimentação equilibrada, aliada a mudanças no estilo de vida, pode reduzir significativamente a frequência e intensidade das crises.
Links e fontes confiáveis sobre saúde cerebral
- Sociedade Brasileira de Cefaleia: https://www.sbcefaleia.com.br/
- Organização Mundial da Saúde (OMS): https://www.who.int/
- Journal of Neuroinflammation: https://jneuroinflammation.biomedcentral.com/
- Ministério da Saúde: https://www.gov.br/saude/pt-br
O recado do Dr. Paulo Abner é claro: identificar os sinais de neuroinflamação precocemente é o primeiro passo para proteger a saúde do cérebro. Com pequenas mudanças na rotina, é possível recuperar a energia, a clareza mental e até melhorar as relações pessoais.