No mundo acelerado de hoje, a privação de sono tornou-se uma ameaça constante à saúde mental e física. Segundo o Dr. Pedro Schestatsky, neurologista com pós‑doutorado em Harvard (Instagram @drpedroneuro), um especialista renomado em neurologia, a falta de sono pode prejudicar a capacidade do cérebro de se desintoxicar, elevando o risco de doenças neurodegenerativas como o Alzheimer.
- O sono é crucial para a remoção de toxinas cerebrais.
- Apneia do sono pode agravar condições neurológicas.
- Saúde metabólica e estímulos digitais afetam o sono.
O que acontece com o cérebro enquanto dormimos?
Durante o sono, o sistema glinfático é ativado para limpar resíduos e proteínas tóxicas do nosso cérebro. A privação contínua de sono pode inibir esse processo vital, promovendo o acúmulo de compostos como o beta-amilóide, um conhecido fator de risco para o Alzheimer. Pesquisas realizadas pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos também reforçam a necessidade do sono profundo na consolidação da memória e no equilíbrio das funções cognitivas.
Como a apneia do sono influencia a saúde cerebral?
A apneia do sono causa pequenas pausas na respiração enquanto dormimos, resultando em menor oxigenação cerebral e inflamação. Dr. Pedro Schestatsky aconselha a avaliação de pacientes com sintomas iniciais de Alzheimer para apneia do sono, pois a condição pode acelerar a progressão da doença. Dados recentes da Universidade de São Paulo mostram uma relação direta entre o agravamento da apneia e déficits cognitivos em idosos.
Que fatores modernos contribuem para o problema?
O Dr. Pedro Schestatsky destaca que apenas uma minoria da população mantém uma saúde metabólica equilibrada. A combinação de maus hábitos de sono, predisposição genética e o uso excessivo de dispositivos eletrônicos, como smartphones e tablets, cria um terreno fértil para o desenvolvimento de doenças relacionadas ao cérebro, como a depressão e o déficit de atenção. Além disso, a exposição noturna à luz azul destes aparelhos compromete a produção de melatonina, prejudicando ainda mais a qualidade do sono.
Meditação e respiração consciente podem ajudar?
Práticas como meditação e respiração consciente são recomendadas para reduzir o estresse e promover um sono mais profundo e reparador, funcionando como uma importante ferramenta preventiva para problemas neurológicos a longo prazo. Estudos conduzidos em Harvard demonstram que a meditação regular reduz significativamente sintomas de ansiedade e insônia.

Como melhorar a saúde do sono na prática?
Para proteger seu cérebro e melhorar a qualidade do sono, estabeleça uma rotina regular e limite a exposição a telas, especialmente de smartphones e televisores, antes de dormir. Experimente técnicas de meditação ou o método de respiração 4-7-8 para ajudar na indução do sono. Cidades como Curitiba e Porto Alegre já oferecem programas públicos gratuitos de higiene do sono e oficinas de relaxamento em centros de saúde.
Quais são os aprendizados fundamentais?
- A importância do sono na manutenção da saúde cerebral não pode ser subestimada.
- Identificar e tratar a apneia do sono é essencial para a prevenção de complicações maiores.
- Práticas de relaxamento simples podem ter profundo impacto na qualidade do sono e saúde mental.
Fontes confiáveis
- Xie L. et al. (2013). Sleep drives metabolite clearance from the adult brain. Science. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3767227/
- Osorio R.S. et al. (2015). Sleep-disordered breathing advances cognitive decline in the elderly. Neurobiology of Aging. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24704157/
- Roh J.H. et al. (2014). Potential role of sleep in Alzheimer’s disease progression. JAMA Neurology. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24934469/