A Encefalopatia Traumática Crônica (ETC), também conhecida como Demência do Pugilista, é uma condição neurodegenerativa associada principalmente a repetidos traumatismos na cabeça. Esta enfermidade foi primeiramente identificada em boxeadores no início do século XX, mas hoje se reconhece que atletas de esportes como rugby, futebol americano e até mesmo futebol estão em risco. A doença resulta de lesões cerebrais cumulativas que ocorrem devido a impactos frequentes, levando a alterações funcionais e estruturais graves no cérebro.
Especialistas enfatizam a ligação entre os traumatismos cranianos repetidos e a ETC, incluindo aqueles que ocorrem no contexto militar. Durante conflitos ou treinos, soldados podem sofrer lesões semelhantes às observadas em atletas, tornando-os susceptíveis à condição. Os traumas na cabeça resultam em movimentos bruscos do cérebro dentro do crânio, podendo causar estiramento de fibras nervosas e ruptura de pequenos vasos, o que ao longo do tempo, gera acúmulo de proteínas anormais, particularmente a TAU fosforilada.
Quais são os sintomas da encefalopatia traumática crônica?
A ETC manifesta-se através de diversos sintomas, incluindo tonturas, dores de cabeça crônicas, problemas cognitivos como perda de memória e dificuldades de raciocínio, além de alterações motoras. Também são comuns mudanças comportamentais significativas, como depressão, agressividade e até paranoia. Essas manifestações podem ser confundidas com outras condições cerebrais, como o Alzheimer, destacando a complexidade no diagnóstico.

O diagnóstico de ETC é um desafio devido à falta de exames definitivos que identifiquem a doença em vida. A suspeita baseia-se no histórico clínico do indivíduo e na exposição a traumas repetitivos. Casos documentados mostram que os sintomas costumam aparecer na vida adulta, progredindo conforme o tempo.
Como prevenir e minimizar os riscos dessa doença?
A prevenção é a principal estratégia no combate à ETC, uma vez que ainda não existe cura. A conscientização sobre o risco dos traumatismos repetidos é crucial para praticantes de esportes de alta colisão. Orientações incluem evitar novos impactos em curto intervalo de tempo, essencial para atletas que sofrem essas lesões.
Em competições esportivas, qualquer jogador que sofra um trauma na cabeça deve receber atenção imediata e ser retirado do jogo caso uma concussão seja evidente. A intervenção precoce e medidas de segurança podem ajudar a reduzir o risco de desenvolver a ETC.
Curiosidades e estudos em andamento
Casos históricos, como o do jogador de futebol Bellini, ilustram desafios no diagnóstico da ETC. Bellini, conhecido por seu desempenho em campo, apresentou sintomas que confundiam a doença com o Alzheimer, mas após sua morte, a autópsia confirmou a presença de ETC. Essas situações destacam a importância do histórico de lesões na cabeça para um diagnóstico preciso.
Pesquisas atuais investigam a influência de microtraumatismos, como nas jogadas de cabeça no futebol, na potencial contribuição para a ETC. Nos EUA, é recomendado que crianças comecem o treinamento de cabeceio em idades superiores a dez anos, uma precaução para minimizar os riscos desde cedo.