Seu filho voltou a fazer xixi na cama depois de maior? Fique atento. Esse comportamento pode não ser apenas um retrocesso passageiro no controle do esfíncter, mas sim um sinal precoce de diabetes tipo 1, alerta o endocrinopediatra Dr. Henrique Lopes Pinho. Especialista em saúde infantil, o médico reforça que a atenção aos primeiros sintomas pode evitar complicações graves, como internações em UTI.
Segundo ele, muitos pais não associam o escape de urina noturna ao quadro clínico do diabetes. No entanto, a volta do xixi na cama, acompanhada de sede excessiva, perda de peso e aumento do apetite, pode indicar que o pâncreas da criança deixou de produzir insulina adequadamente — algo típico do diabetes tipo 1.
O que pode causar o xixi na cama em crianças maiores?
A enurese noturna secundária — quando a criança volta a fazer xixi na cama após já ter controlado essa função — pode ter diversas causas. Mudanças emocionais, estresse, infecções urinárias e alterações hormonais são comuns. No entanto, uma causa que exige atenção imediata é o diabetes tipo 1.
Quando o corpo da criança para de produzir insulina, o açúcar no sangue se eleva e os rins tentam eliminar o excesso por meio da urina. Isso gera uma necessidade maior de urinar, inclusive à noite. Por isso, se o seu filho já não fazia mais xixi na cama e voltou a apresentar esse comportamento, é essencial observar se há outros sinais associados, como aumento da sede ou emagrecimento repentino.
Quais os primeiros sinais de diabetes tipo 1 em crianças?
De acordo com o Dr. Henrique Pinho, os sintomas mais comuns de início do diabetes tipo 1 são:
- Voltar a fazer xixi na cama
- Urinar com muita frequência
- Sentir sede em excesso
- Perder peso de forma rápida
- Comer mais do que o habitual, sem ganho de peso
Esses sinais acontecem porque, sem insulina, o corpo não consegue utilizar a glicose como energia e passa a quebrar gordura e músculo. Ao mesmo tempo, o excesso de glicose no sangue é eliminado pelos rins, gerando mais urina. A criança sente mais fome, pois o corpo está em estado de carência energética, e mais sede para compensar a perda de líquidos.
Qual o risco de demorar para diagnosticar?
O grande perigo de um diagnóstico tardio é o risco de a criança entrar em cetoacidose diabética, uma complicação grave e potencialmente fatal. A cetoacidose ocorre quando o corpo, sem insulina, passa a usar gordura como fonte de energia, liberando substâncias tóxicas chamadas cetonas.

Esse quadro pode levar a vômitos, respiração ofegante, sonolência extrema e necessidade de internação em UTI. Quanto antes o diabetes for identificado, maior a chance de estabilizar o quadro com segurança, evitando esses desfechos.
Como é feito o diagnóstico rápido do diabetes em crianças?
O endocrinopediatra reforça que o teste inicial mais rápido é a glicemia capilar, aquela feita com o furinho no dedo em farmácias ou postos de saúde. Esse simples teste pode identificar se a criança está com níveis elevados de glicose e se precisa de avaliação médica imediata.
Não é necessário aguardar exames laboratoriais mais demorados. Ao perceber sintomas como sede excessiva, urina frequente ou perda de peso, procure imediatamente atendimento de saúde para o teste de glicemia.
Quando procurar um endocrinopediatra?
Toda vez que houver sinais de que a criança está urinando demais, comendo mais, perdendo peso e aparentando cansaço, é indicado buscar um endocrinologista pediátrico. O diagnóstico precoce faz toda a diferença na condução do tratamento, permitindo controle adequado da glicemia e melhor qualidade de vida para o paciente e sua família.
Dr. Henrique Pinho reforça que informação salva vidas e, nesse caso, também pode prevenir complicações sérias. Observar os detalhes do comportamento da criança é essencial para garantir uma intervenção precoce e eficaz.
Quais são as fontes confiáveis sobre diabetes infantil?
- Sociedade Brasileira de Diabetes: www.diabetes.org.br
- Ministério da Saúde: www.gov.br/saude
- Organização Mundial da Saúde: www.who.int