O Dr. Alexandre Feldman (CRM SP 59046), médico e referência no tratamento da enxaqueca, alerta que evitar ao máximo o uso de medicamentos durante uma crise nem sempre é a melhor opção. Em um vídeo educativo, ele explica que há riscos tanto no uso excessivo quanto em adiar a medicação quando ela é necessária.
Segundo o especialista, muitas pessoas deixam de tomar o remédio no início da crise com medo de dependência ou do chamado “efeito rebote” — quando o uso frequente pode piorar a dor. No entanto, adiar o tratamento pode facilitar um fenômeno chamado memória da dor, que torna o cérebro mais suscetível a sentir dor com mais facilidade.
O que é a memória da dor?
A memória da dor ocorre quando um estímulo doloroso percorre repetidamente as mesmas vias neuronais, facilitando sua ativação. No caso da enxaqueca, isso significa que o corpo pode se “acostumar” a sentir dor, tornando as crises mais frequentes ou intensas.
Por isso, segundo o Dr. Feldman, há um benefício em usar o medicamento no início da crise, evitando que essas vias se tornem mais sensíveis. Esse cuidado ajuda a reduzir o sofrimento e melhora a eficácia do tratamento.
Existe um limite seguro para uso de remédios?
O médico destaca que não existe um número único de doses por semana que sirva para todos os pacientes. A recomendação de “no máximo duas vezes por semana” pode não se aplicar a todos os casos. Cada pessoa deve ter seu tratamento individualizado, considerando a frequência e a intensidade das crises.

A avaliação médica é fundamental para determinar a melhor estratégia, que pode incluir ajustes de dose, troca de medicamentos ou tratamentos preventivos para reduzir a dependência do uso durante as crises.
Por que o acompanhamento médico é essencial?
O tratamento da enxaqueca exige equilíbrio: evitar abusos de medicamentos, mas também não deixar que a dor se prolongue e aumente a sensibilidade cerebral. Apenas um médico pode avaliar se a frequência de uso está adequada ou se é necessário adotar novas abordagens.
O Dr. Feldman reforça que fugir de orientações generalistas e buscar um profissional capacitado é a melhor forma de prevenir complicações e garantir qualidade de vida.
Fontes oficiais
- Sociedade Brasileira de Cefaleia: https://www.sbcefaleia.com.br
- Organização Mundial da Saúde (OMS): https://www.who.int
- Ministério da Saúde: https://www.gov.br/saude