O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é uma das condições de saúde mental mais desafiadoras, tanto para os pacientes quanto para os profissionais da área. Quem sofre com o problema geralmente vive em silêncio, com medo de revelar pensamentos considerados “absurdos” ou inaceitáveis, tornando-se prisioneiro da própria mente.
Segundo a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa, o TOC costuma surgir na adolescência, mas o diagnóstico muitas vezes só acontece anos depois, quando os sintomas já estão cronificados e impactam significativamente a vida pessoal, social e profissional do indivíduo.
Por que pessoas com TOC escondem seus sintomas?
Os portadores de TOC frequentemente acreditam que seus pensamentos obsessivos são inaceitáveis ou incompreensíveis para os outros. Esse receio de julgamento faz com que evitem falar sobre o que estão vivendo, reforçando o isolamento e dificultando a busca por ajuda especializada.
Esse silêncio prolongado contribui para que o transtorno se torne cada vez mais debilitante, restringindo atividades, relacionamentos e oportunidades.
O TOC realmente começa na adolescência?
Grande parte dos casos de TOC tem início na adolescência, período marcado por intensas transformações emocionais e comportamentais. Porém, como os sintomas podem ser confundidos com “manias” ou “fases da juventude”, muitos pacientes só procuram tratamento por volta dos 20 anos, quando os rituais e pensamentos já se tornaram crônicos.
Por que o tratamento do TOC é tão desafiador?
Durante muito tempo, o TOC foi considerado uma das doenças psiquiátricas mais difíceis de tratar. Embora os medicamentos existentes possam ser eficazes, geralmente necessitam de doses elevadas, o que aumenta o risco de efeitos colaterais.

Além disso, muitos pacientes resistem ao tratamento porque acreditam que só precisam “parar de pensar” nos conteúdos obsessivos — o que gera frustração e sensação de impotência.
Hoje, a combinação de psicoterapia cognitivo-comportamental (TCC) com medicamentos adequados é a abordagem mais recomendada, trazendo resultados mais consistentes.
Qual é o impacto do TOC na qualidade de vida?
Quando não tratado, o TOC pode paralisar a vida do paciente. Rotinas simples, como sair de casa, estudar ou trabalhar, tornam-se extremamente desgastantes. A pessoa acaba vivendo em função dos pensamentos obsessivos e dos rituais compulsivos que cria para tentar aliviá-los.
Buscar ajuda especializada é fundamental para interromper esse ciclo e permitir que o indivíduo retome sua autonomia e qualidade de vida.
Fontes oficiais
- Organização Mundial da Saúde (OMS) – https://www.who.int
- Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) – https://www.abp.org.br
- National Institute of Mental Health (NIMH) – https://www.nimh.nih.gov