O controle financeiro na vida das pessoas parece ser uma questão desafiadora para muitos, conforme indicam dados recentes. Apenas cerca de 20% dos entrevistados afirmam estar no domínio completo de suas finanças, uma preocupação que ressoa especialmente entre os membros da Geração Z, pessoas da Classe C, trabalhadores PJ e aqueles em empresas de menores proporções. Esses grupos, em particular, enfrentam mais dificuldades em alcançar estabilidade financeira total.
Existe um movimento positivo no cenário financeiro para alguns trabalhadores que, comparado ao ano passado, apresentam maior estabilidade ao fecharem o mês com saldo em conta. Contudo, metade dos entrevistados ainda lida com a realidade dura de um custo de vida superior à renda, sublinhando a urgência em expandir o acesso ao crédito de forma que atenda às necessidades reais do trabalhador. Promover práticas de planejamento financeiro e educação também se fazem essenciais para reverter este cenário.
Adicionalmente, especialistas apontam que a digitalização de serviços financeiros, o aumento do acesso à informação e o uso consciente de aplicativos de controle financeiro podem ser aliados importantes nesse processo, ajudando a monitorar gastos e desenvolver hábitos mais saudáveis com o dinheiro.
Como os trabalhadores estão lidando com o mês apertado?

Infelizmente, 49% daqueles cujo salário é insuficiente para chegar ao final do mês estão recorrendo a fontes de renda extra para manter o equilíbrio financeiro. Essas estratégias incluem utilização de linhas de crédito, como cartões, cheques especiais e empréstimos, ou apoio através da renda familiar. Além disso, o trabalho extra, como freelancer, surge como uma solução comum para esses indivíduos.
Uma tendência que vem crescendo é o empreendedorismo informal; muitos trabalhadores têm buscado meios alternativos para gerar renda, a exemplo de vendas online e prestação de pequenos serviços. O uso consciente das redes sociais para ofertar produtos e serviços tornou-se um diferencial para quem precisa complementar o orçamento mensal.
No entanto, existe um grupo crítico de 5% para o qual o final do mês é ainda mais desafiador, sem dinheiro em caixa ou alternativas visíveis. Para essas pessoas, a inadimplência se apresenta como um risco iminente. Aqui, opções como a contratação de empréstimos consignados, que oferecem juros menores, ou a renegociação de dívidas podem ser soluções eficazes para evitar restrições financeiras futuras.
Quais são os principais destinos do salário mensal?
Os resultados do estudo revelam que a maior parte do orçamento dos entrevistados é direcionada para itens essenciais. Alimentação (77%) e contas básicas, como água, luz e gás (71%), figuram no topo da lista de despesas mensais. Isso indica que uma parcela considerável dos rendimentos é absorvida por essas despesas fixas, limitando a margem para outros gastos.
Outros compromissos incluem financiamentos (52%), empréstimos (36%), consumo (33%) e estudos (20%). A preocupação crescente com saúde também direciona parte significativa dos ganhos para planos médicos e remédios. Além disso, o lazer, embora mais restrito em tempos de orçamento apertado, ainda representa parcela dos gastos de algumas famílias.
Observa-se, por fim, que o nível de endividamento afeta diretamente a capacidade de investir em educação e qualificação, mantendo o ciclo de restrições financeiras, principalmente entre os mais jovens e trabalhadores informais.
Estratégias de curto prazo para equilibrar o orçamento
Buscar promoções, renegociar contratos de serviços e rever assinaturas são alternativas eficazes para reduzir as despesas mensais. Cortar gastos supérfluos e substituir marcas por opções mais econômicas ajudam a liberar do orçamento recursos para emergências.
Outra prática recomendada é estipular um limite de gastos para cada categoria do orçamento doméstico, evitando o consumo impulsivo. Aplicativos de controle financeiro tornam mais fácil acompanhar despesas em tempo real.
No curto prazo, especialistas indicam que a criação de um fundo de emergência, mesmo que pequeno, pode evitar que imprevistos resultem em dívidas mais graves, aumentando a resiliência frente a flutuações econômicas.
Educação financeira é o caminho para mudanças sustentáveis
Educação financeira surge como um dos pilares para transformar a relação da população com o dinheiro. Iniciativas em escolas e no ambiente corporativo vêm ganhando espaço, ensinando desde o básico sobre orçamento até investimentos e crédito consciente.
Saber diferenciar gastos essenciais de supérfluos é um dos primeiros passos para administrar melhor o próprio dinheiro. Cursos e plataformas digitais oferecem conteúdos gratuitos que facilitam o acesso à informação de qualidade.
Além disso, o reforço à cultura de poupança e planejamento de longo prazo contribui para a busca por estabilidade financeira e concretização de projetos, ajudando famílias a saírem do ciclo de endividamento.
Alternativas de crédito e renegociação de dívidas
Expandir o acesso ao crédito consciente é fundamental para quem enfrenta dificuldades financeiras. Empréstimos consignados, cartões com limites ajustados e alternativas fintech são exemplos que oferecem mais segurança e menores taxas.
Renegociar dívidas, seja diretamente com credores ou por meio de feirões de negociação, pode reduzir os juros e facilitar o pagamento, evitando que dívidas antigas se tornem impagáveis. Planejar o pagamento parcelado, dentro das possibilidades de cada orçamento, é fundamental para evitar a inadimplência.
É importante buscar informações antes de tomar crédito, analisando as condições e evitando armadilhas como juros abusivos, especialmente em situações de vulnerabilidade.
Importância do planejamento para o futuro financeiro
Um planejamento financeiro sólido é o primeiro passo para alcançar objetivos de médio e longo prazo. Definir metas claras, como aquisição de bens, realização de cursos ou aposentadoria, direciona esforços e recursos de forma mais eficiente.
Investir em produtos financeiros adequados ao perfil de cada pessoa, mesmo que com valores baixos, é uma forma de multiplicar o patrimônio e garantir maior segurança diante de cenários adversos.
Em resumo, a conscientização sobre a gestão das finanças pessoais e o acesso a alternativas financeiras favoráveis podem, gradualmente, devolver o controle das vidas econômicas às famílias, pavimentando o caminho para uma estabilidade mais sólida no futuro.