Saúde masculina

Saúde da próstata: como a medicina moderna tem transformado diagnósticos

Avanços tecnológicos e abordagens personalizadas ampliam o acesso ao tratamento da próstata, promovendo maior qualidade de vida e prevenção eficaz

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Por muito tempo, a saúde masculina esteve atrelada a silenciosas negligências. Diferente das mulheres, acostumadas desde cedo às visitas regulares ao ginecologista, os homens historicamente procuram atendimento médico apenas diante de sintomas incapacitantes. Essa cultura de evitar consultas e exames preventivos vem mudando, impulsionada por campanhas de conscientização e pelo aumento da expectativa de vida.

Com o envelhecimento da população e o crescimento das doenças crônicas, cresce a demanda por uma medicina masculina mais resolutiva, que vá além do exame de toque retal. A nova abordagem considera o homem em sua totalidade: taxas hormonais, hábitos de vida, padrões urinários, função sexual, sono, alimentação, histórico familiar e, principalmente, a propensão a doenças silenciosas, como o câncer de próstata ou a hiperplasia prostática benigna (HPB).

Esse novo olhar tem encontrado respaldo em urologistas com sólida formação técnica e sensibilidade clínica para traduzir evidências científicas em condutas personalizadas. Em cidades como Juiz de Fora, a presença de especialistas focados nesse cuidado integrado tem transformado a relação dos homens com sua saúde.

HPB: uma condição frequente, com tratamento cada vez mais preciso

A hiperplasia prostática benigna (HPB) é uma das doenças mais comuns entre os homens, atingindo cerca de 50% dos indivíduos aos 50 anos e até 90% após os 80. O crescimento benigno da próstata evolui lentamente, mas pode impactar significativamente a qualidade de vida.

Entre os sintomas mais recorrentes estão a sensação de esvaziamento incompleto da bexiga, aumento da frequência urinária,especialmente à noite, jato urinário fraco e urgência para urinar. Em estágios mais avançados, podem ocorrer infecções urinárias de repetição e até retenção urinária aguda, muitas vezes exigindo a colocação de uma sonda.

O tratamento da HPB depende da gravidade dos sintomas e do impacto na rotina do paciente. Em fases iniciais, é possível controlar o quadro com mudanças de hábitos e medicamentos que relaxam a musculatura da próstata ou reduzem seu volume. Quando os sintomas são intensos ou refratários, considera-se a intervenção cirúrgica.

Entre as técnicas mais modernas está a enucleação da próstata com laser (HoLEP), que remove o tecido obstrutivo de forma precisa e minimamente invasiva, reduzindo riscos de sangramento e acelerando a recuperação. O procedimento pode ser realizado inclusive em pacientes com próstatas volumosas ou que utilizam anticoagulantes, ampliando a segurança da intervenção.

Nos últimos anos, também tem crescido o interesse por abordagens minimamente invasivas sem retirada de tecido, os chamados MISTs (Minimally Invasive Surgical Therapies) —, como o Rezum (terapia térmica com vapor de água) e o UroLift (implante de grampos que afastam o tecido prostático). Essas opções são indicadas para casos selecionados, geralmente em próstatas de pequeno a médio volume, com benefícios como preservação da ejaculação e recuperação mais rápida.

A personalização do tratamento, aliada ao avanço das técnicas cirúrgicas, tem tornado a jornada do paciente com HPB mais confortável e eficaz. A escolha entre medicamentos ou cirurgia deve sempre considerar os exames clínicos, o estilo de vida e as preferências de cada paciente.

Câncer de próstata: diagnóstico precoce ainda salva vidas

O câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre os homens no Brasil, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Segundo o INCA, são estimados mais de 70 mil novos casos por ano no país, dado que reforça a importância do rastreamento individualizado a partir dos 50 anos (ou antes, em casos com histórico familiar ou fatores de risco).

Muitos tumores prostáticos evoluem de forma lenta e assintomática nas fases iniciais. Por isso, o diagnóstico precoce continua sendo o maior aliado para o tratamento curativo. Exames como o PSA (antígeno prostático específico) e o toque retal permanecem essenciais na triagem, seguidos por ressonância multiparamétrica e biópsias direcionadas, quando necessário.

Com o avanço da medicina de precisão, é possível classificar melhor o risco de cada caso, evitando intervenções desnecessárias em tumores indolentes e priorizando o tratamento de doenças clinicamente significativas.

A saúde masculina tem passado por uma verdadeira transformação
A saúde masculina tem passado por uma verdadeira transformação iStock

As opções terapêuticas variam conforme o estadiamento e a agressividade do tumor. Entre elas estão a vigilância ativa, cirurgia robótica, radioterapia de intensidade modulada (IMRT) e bloqueios hormonais, definidos com base em protocolos internacionais, sempre com atenção à qualidade de vida do paciente.

Em Juiz de Fora, centros especializados já oferecem acompanhamento completo, com urologistas experientes, exames de imagem avançados e abordagem multidisciplinar — unindo tecnologia e cuidado humanizado no enfrentamento de um dos maiores desafios da saúde masculina.

Avanços em cirurgia robótica: tecnologia aliada à precisão

A cirurgia robótica representa um dos maiores avanços da medicina contemporânea. Com o uso de braços articulados e visão tridimensional ampliada, o cirurgião realiza procedimentos delicados com mais precisão, menor sangramento e recuperação acelerada.

Em Juiz de Fora, a técnica vem sendo incorporada com frequência em cirurgias urológicas complexas, como as de próstata, rins e glândulas adrenais. Casos que antes exigiam grandes incisões e longas internações hoje podem ser resolvidos com mínima invasividade e alta precoce.

Recentemente, um marco global chamou a atenção da comunidade médica: pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, desenvolveram um robô capaz de realizar uma cirurgia realista sem assistência humana direta. O sistema, denominado SRT-H, utilizou vídeos de operações anteriores e comandos de voz para aprender e executar, de forma autônoma, a retirada da vesícula biliar de um porco — feito publicado na revista Science Robotics em julho de 2025.

O experimento demonstrou que a robótica, aliada à inteligência artificial, pode alcançar níveis inéditos de precisão e adaptabilidade. Embora o procedimento tenha sido realizado em modelo experimental, oferece uma prévia promissora do futuro da cirurgia minimamente invasiva.

No cenário atual, no entanto, a presença do cirurgião segue indispensável. A tecnologia amplifica o olhar humano, mas é a experiência médica que orienta a tomada de decisões. O sucesso da cirurgia robótica depende de uma equipe bem treinada, estrutura hospitalar adequada e criteriosa seleção dos casos.

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