CALIGRAFIA DA ALMA

Beleza feita à mão: evento em BH celebra a riqueza do bordado

Designer Mary Arantes convida para a Quermesse Bordada, que reúne 28 artistas de diferentes estados e cidades mineiras, mestres desse fazer ancestral

Publicidade
Carregando...

O bordado como caligrafia da alma. Um saber ancestral que passa por um processo de transformação. De um desenho construído no silêncio, trabalhado como disciplina, numa delicada imposição pelos colégios e a sociedade, agora o que se compreende é esse fazer transmutar como linguagem de libertação. Em um segundo momento, uma arte que deixa o uso domiciliar e passa a ser ferramenta de expressão - não só para mulheres, mas por quem desejar adentrar esse universo. Hoje todo mundo faz curso de bordado e borda. É um verdadeiro boom.

Uma atividade que corre mesmo na veia, especialmente em Minas Gerais, berço do feito à mão. Quem não teve uma irmã ou prima que estudou num internato, onde economia doméstica e bordado eram matérias curriculares? Quem não conhece alguém que pinta e borda e faz deste saber-fazer manual distração ou fonte de renda? Conhecer e enaltecer bordadeiras e bordadores  é celebrar a comunhão de uma diversidade em particular. Um modo de ser que agora delineia novas ideias, inquietações, e conta histórias de vida, com protagonismo.

É em uma ode a esse universo que a designer Mary Arantes convida para a segunda edição da Quermesse Bordada, encontro que surge da vontade dar visibilidade a mestres e mestras do bordado, interrompendo a prática recorrente de invisibilizar esses saberes. Criatividade não falta — falta espaço. Entre essa sexta-feira e domingo (11 a 13 de julho), o evento celebra quem borda como testemunho do tempo, da cultura e da vida.

São 28 artistas de diferentes estados e cidades mineiras. Alan Vilar vem de Campina Grande; João da Fibra, de Novo Gama, cidade próxima a Brasília; Juliana Bollini, de São Paulo; Maria Cloenes vem de Ipatinga; Tauan e Larissa, de Montes Claros; Rosa Lacerda, de Caeté; Stella Guimarães, de Itabira; Diomilton Ferraz, de Almenara; Egléa Senna, de São João Del Rei; Maria da Conceição de Paula, de Tiradentes; Mônica Versiani e Jacira Amorim, de Ouro Preto; Pice Lanna, de Barra Longa, conhecida como a capital do bordado mineiro; e o coletivo Rendeiras da Aldeia é formado por mulheres da comunidade de Carapicuíba, na Grande São Paulo.

Comflô e Egléa Senna
Comflô e Egléa Senna Quermesse da Mary/Divulgação

"Há quem borde como descanso, depois de um dia inteiro de trabalho. Há quem borde o que sente, o que vive e o que ama. Cada ponto é uma memória, costurada com afeto. O bordado como refúgio criativo, transmitido por gerações, foi parte essencial dos enxovais, da decoração doméstica e da formação das mulheres nos séculos 19 e 20", diz Mary.

Mas, ainda que figure em um posto de destaque na história do viver e do vestir no Brasil, esse saber ainda é marginalizado nas narrativas oficiais da moda e do design. Costuma ser visto como simples manualidade, relegado a um plano inferior diante das chamadas grandes artes ou da produção industrial.

Como reforça a designer, bordado é encontro: da linha com o tecido, da agulha com os dedos, do pensamento com as mãos. É encontro de gente, de memórias, de vida."Queremos evidenciar como o bordado une memória, tradição e liberdade criativa. A Quermesse é um convite à contemplação, ao detalhe e à história que vem das mãos. O evento apresenta um repertório rico da criatividade têxtil brasileira, exaltando a diversidade, o primor e a beleza do feito à mão", conclama.

Diomilton Ferraz e Douglas Carlos da Silva
Diomilton Ferraz e Douglas Carlos da Silva Quermesse da Mary/Divulgação

Um modo de ser

Artistas que vivem em áreas rurais bordam o que veem e o que sentem: vielas, casarios, natureza, flores, muros com trepadeiras. As paisagens de Egléa Senna se tornam poesia. O interior mineiro, a ondulação dos seus morros, os verdes das plantações, os castanhos e vermelhos da poeira e do barro das estradinhas de terra, bem como os céus azuis, são presenças constantes nos bordados de Egléa. Detalhes da arquitetura barroca também foram incorporados, nos últimos tempos, ao trabalho da bordadeira, um mergulho na afetividade e no aconchego singular dos recantos de Minas Gerais.

Com a Terê Teró, Mônica Versiani borda cenas culturais brasileiras com o requinte que surge do saber popular. É conhecida por transformar imagens de Ouro Preto em bordados vibrantes e expressivos, aliando memória, tradição e amplitude criativa. Dedica-se ao bordado livre, que lhe permite pintar com linhas e costurar histórias sem as amarras que o bordado clássico impõe. É como se as linhas fossem tintas, e os pontos a textura. A agulha se torna pincel. Como fundo de tela, Mônica escolhe os linhos e tecidos rústicos. Entre suas inspirações, estão celebrações como a Semana Santa, carnaval, congadas, pastorinhas, Triunfo Eucarístico e as tradicionais bandas de música de sua cidade natal.

Estúdio Cerrado e Eula Teixeira
Estúdio Cerrado e Eula Teixeira Quermesse da Mary/Divulgação


Ana Barbosa é artista têxtil e bordadeira. Mineira de BH, cresceu entre avós que valorizavam e possuíam peças de enxoval bordadas, colchas de retalhos e crochê. Em 2023, passa a ter no bordado manual um protagonista em sua vida, aproximando-se  do bordado livre. Para a Quermesse, confecciona, ponto a ponto, objetos e quadros da coleção Bordar livre na imensidão, seu convite às bordadeiras para realizarem seus trabalhos do lado de fora.

As personagens de Ana estão onde desejam estar, vestem o que quiserem vestir, não se preocupam com o avesso perfeito do bordado  e se socializam em grupos de mulheres. A liberdade está nos gestos e em cada detalhe da coleção. No uso de algodões coloridos como suporte, nas molduras ressignificadas, na diversidade de pontos aplicados e até na permissão para se usar linhas diversas no preenchimento de um mesmo risco.

Gaby de Aragão e Izabelly Damaris
Gaby de Aragão e Izabelly Damaris Quermesse da Mary/Divulgação

Maria da Conceição de Paula vive entre Tiradentes e São João del Rei. Seus bordados retratam a poesia do cotidiano em seu entorno, os jardins matizados de flores, pequenas ruas que fazem caracol, as mulheres que trabalham na agricultura, fazem hortas, canteiros, e colhem o que plantam. Toalhas de mão, panos de prato, almofadas e roupas de cama estão no cardápio dos bordados de Maria. Seus lencinhos, inspirados nos lenços portugueses para namorados, trazem frases poéticas e flores bordadas, em um gesto de amor e memória.

Juliana Hamdan cria flores imaginárias como se as visse de ângulos secretos, revelando beleza nos canteiros pelas cidades. Assim como outras expressões artísticas, a bordadeira acredita que o bordado, de forma especial, carrega um poder singular: o de evocar memórias e despertar reminiscências afetivas e ancestrais, tornando-se uma relíquia, tanto para aqueles que produzem como para aqueles que apreciam. Para a Quermesse, traz a coleção inspirada pelas florações de plantas que encontram-se de forma exuberante nos quintais, pomares, hortas e até mesmo em espaços urbanos, intitulada, por isso mesmo, de Profusão. O coletivo Rendeiras da Aldeia, da Grande São Paulo, encontrou na renda renascença uma forma de encontro, convivência e autonomia. Bordar, para essas mulheres, é também um modo de se fortalecer em grupo.

Natureza bordada

Alan Vilar chega do Mato Grosso do Sul com seu bordado inspirado na natureza, em desenhos que cobrem superfícies como folhas secas, folhas esqueletizadas, penas, insetos, cascas, favos, pétalas e fibras naturais. Com suas linhas e cores, Alan evoca a riqueza da fauna e flora brasileira, principalmente do Pantanal sul mato-grossense, emprestando seu olhar para que as pessoas possam admirar as belezas do país, com um olhar mais atento, humano e, consequentemente, direcionado para um caminho alinhado à sustentabilidade e preservação.

Jacira Barros Amorim herdou da mãe, que sempre a inspirou com sua dedicação ao bordado, as habilidades manuais, uma paixão que se tornou hobbie e logo tomou um lugar especial em sua vida. Ela apresenta as criações da Casa da Chita, grupo de bordadeiras de Ouro Preto.

Juão de Fibra e Isadora Falcão
Juão de Fibra e Isadora Falcão Quermesse da Mary/Divulgação

A Associação Casa Madre Tereza de Calcutá participa da Quermesse com panos de prato, bate mãos, almofadas, panos de bandeja, jogo americano, toalhas de rosto e banho, sacolas e bastidores bordados, tudo feito à mão pelas mulheres acompanhadas pela entidade - toda a renda da venda será destinada às integrantes do projeto.

A Comflô comparece com seus seres mágicos, entre fadas, coelhos e bonecas artesanais em tecido, concebidos por Andrea Batista, moradora na Floresta Uaimí, unidade de conservação localizada no distrito de São Bartolomeu, do município de Ouro Preto. Combinando a arte manual e materiais nobres como cambraia de linho, sacaria de alta qualidade, em peças cheias de afeto, a Dila Vaz Bordados produz panos de prato, toalhas de rosto, lavabo e almofadas que encantam pela delicadeza e significado.

Explorando o bordado como linguagem própria, unindo tintas, telas, linhas e cores, Diomilton Ferraz aparece com suas árvores e flores bordadas, uma linha de criação que começou reproduzindo ipês em todo seu esplendor. Do início com pontos intuitivos, foi aprimorando técnicas, aplicando volumes, construindo um bordado nada chapado, que sai da tela, extrapola o tecido.

Juliana Bollini e Juliana Hamdan
Juliana Bollini e Juliana Hamdan Quermesse da Mary/Divulgação

O pernambucano Douglas Carlos da Silva, radicado em BH, elabora trabalhos que transitam entre o universo têxtil e o desenho, a partir de resíduos da indústria da moda e outros materiais banais. Quase sempre trabalha a partir da figura humana, para então distorcê-la. Sensível a barulho e informações em excesso, tenta utilizar cada vez menos a máquina de costura para dar lugar a técnicas de pintura e bordado manuais, e com isso o trabalho mudou.

De Montes Claros, descem os catrumanos Larissa e Tauan, com o Estúdio Cerrado. Com um delicado trabalho de marcenaria, a madeira faz as vezes de tecido, com furos mínimos, por onde agulhas bordam flores, pássaros e palavras, entre outras figuras. Memória e afeto são contados por objetos. A dupla forma um estúdio criativo que concebe presentes, itens decorativos e utilitários em madeira.

Vem da infância

Foi percebendo a avó e a mãe criando histórias que partiam da máquina de costurar, espécie de religião que não pede obrigações, que a então menina viu nascer o fazer que daria sentido a uma vida inteira. Eula Teixeira, amante dos armarinhos, encontra nas composições têxteis o caminho para sua expressão criativa. Cruza linhas e faz do bordado verdadeiras obras de arte: painéis e objetos, abstratos e figurativos.

Lívia Limp e Luciana Hermont
Lívia Limp e Luciana Hermont Quermesse da Mary/Divulgação

Das férias na casa da avó, ficou o aprendizado da costura, de usar agulha e linha. Da linha de costura, passou para a linha de bordado. Hoje, Gaby de Aragão borda como se pintasse, transformando os desenhos riscados no tecido em quadros cheios de cor. Com desenhos feitos diretamente no tecido e preenchidos com linhas coloridas, a nova coleção, Há bares que vem para o bem, em parceria com o arquiteto Sylvio de Podestá, resgata a memória afetiva dos tradicionais bares e mercearias de BH.

A relação de Izabelly Damaris com o bordado parte da palavra e da escuta, assim como seu trabalho com a psicanálise. Borda ponto a ponto as palavras que atravessam seu cotidiano. Seus bordados são diversos, e o que mais gosta de bordar são palavras - palavras que lhe faltaram, palavras que lhe atravessaram, palavras que lhe ajudam e guiam seus caminhos, palavras que a compõem. "Eu sou o que tenho bordado dentro de mim”, diz a artista.

Maria Cloenes e Maria da Conceição de Paula
Maria Cloenes e Maria da Conceição de Paula Redmi Note 8 Al Quad Camera e Quermesse da Mary/Divulgação

Isadora Falcão vem de família de exímias costureiras e se afeiçoou cedo pelo mundo dos tecidos. Bordadeira de BH, costureira e artista de muitas linguagens, tem trabalhos que dialogam entre a pintura e o bordado, sempre dentro de sua poética e pesquisa - temas do universo feminino, do cotidiano e do cerrado.

O mestre Juão de Fibra, nascido no Ceará, exibe uma série de peneiras bordadas com os ipês do cerrado, sempre vivas e outras árvores existentes no bioma. Mistura as tramas que faz em 3D, com  fitas e linhas diversas, entre elas a lã de carneiro, com tingimento natural. De certa maneira, seu trabalho é um esforço de manter o cerrado vivo e em evidência, através do artesanato.

Expressão têxtil

Multiartista nascida em Buenos Aires, que vive em São Paulo, Juliana Bollini cria esculturas e objetos com técnicas mistas. Do trabalho peculiar com o papel machê, identifica-se por bonecos delicados e expressivos. O têxtil entrou em sua vida há pouco tempo, levando-a de volta à casa da avó, e com a mesma potência das conhecidas obras em papel machê. Feitos com pontadas manuais, como pequenos tesouros, únicos e preciosos, seus objetos podem sair a passear no corpo, ou repousar numa parede, em uma ação que vai no contra fluxo, longe da correria do tempo. Um movimento frágil e forte, vivo, feminino e ancestral, em retalhos que contam histórias.

Pice Lanna e Reconto
Pice Lanna e Reconto Quermesse da Mary/Divulgação

Lívia Limp entende que pensar as manualidades têxteis plasticamente é pensá-las politicamente. Na feitura de suas obras plásticas, prioriza o uso de peças do vestuário feminino, com as quais investiga sua plasticidade, explorando as formas, texturas, cheiros e sons oferecidos pela matéria têxtil. Participa da Quermesse com trabalhos em médios e pequenos formatos –  pensados para serem pendurados em paredes –  e broches, que podem ser usados como acessórios do vestuário ou como pequenos objetos de decoração. As duas produções são construídas a partir de fragmentos de roupas e aviamentos antigos, borrando as fronteiras entre arte, design e artesanato.

Bordar, costurar, combinar linhas soltas, miçangas e outros materiais tornou-se, para Luciana Hermont, quase como uma brincadeira – leve, instintiva, mas cheia de significado. As vivências artísticas, transmitidas com cuidado e afeto pelo pai, a avó e a tia, moldaram sua forma de criar -  seu trabalho traduz a mesma delicadeza com que aprendeu esses saberes. Seus corações são únicos, feitos com carinho e sempre com a intenção de inovar. Mais do que um produto, quem leva uma dessas peças leva junto uma história, um afeto, um pedacinho de amor.

O trabalho de Maria Cloenes revela que, entre fios e enchentes, o extraordinário pode emergir do cotidiano, transformando o passado em poesia. Ela chega com sua icônica boneca Enchente, criada com técnicas de costura à mão, bordado, impressão botânica, tingimento natural e trançado da palha de indaiá.

Rendeiras da Aldeia e Rosa Borda
Rendeiras da Aldeia e Rosa Borda Quermesse da Mary/Divulgação

Inspirada pelas enchentes do Rio Doce, que atravessavam seu quintal de infância em São Sebastião do Maranhão, a boneca carrega, em seu corpo desestruturado, as marcas da transformação — nunca destruição, sempre renovação. Suas formas orgânicas evocam raízes, galhos e linhas de vida, enquanto o vestido, tingido e costurado à mão, resgata cores e estampas de um imaginário que mistura o saber das artesãs mineiras ao universo poético japonês.

Identidade

Com raízes profundas na tradição e um olhar cuidadoso para o presente, o bordado à mão de  Pice Lanna carrega história, delicadeza e identidade. Inspiradas pelas memórias afetivas da família e pelo saber passado entre gerações, cada peça é feita com dedicação e respeito ao tempo do fazer manual. São colchas, toalhas, jogos americanos, criados sobre tecidos como linho e sacaria, bordados com técnicas tradicionais matiz e crivo antigo. Mais que objetos, são memórias bordadas, para brindar a casa com afeto e beleza.

Stella Guimarães e Terê Teró
Stella Guimarães e Terê Teró Quermesse da Mary/Divulgação

O Reconto é uma marca que já nasce cheia de memórias. Três gerações recontando histórias, resgatando tecidos e valorizando técnicas artesanais que atravessam o tempo. Rosa de Lourdes Carvalho, a filha Luciana Carvalho e a neta Julia Carvalho ressignificam peças antigas de enxoval para transformá-las em roupas cheias de simbolismos. Toalhas de mesa com aplicações em ponto paris, capas de almofada com bordado richelieu, lençóis de linho com ponto crivo. Cada item ganha vida nova, atualizados ao presente.

Um universo sensível, tecido fio a fio, que traduz a poesia dos quintais das Gerais em itens repletos de alma e detalhes. Assim é Rosa Borda, de Maria Rosa Lacerda Lage, que  busca a natureza como força de sua criação. Mãe, tias e vizinhas, sempre envolvidas em delicadas tarefas manuais como o crivo, o crochê, o tricô e a costura, tiveram papel essencial na sua formação. Começou a fazer bijuterias e bolsas bordadas, inicialmente para uso próprio e para presentear amigas. Com o tempo, seu estilo evoluiu. Agora vive uma nova fase de sua trajetória artística. Com curadoria e consultoria de estilo de Mary Arantes, suas peças exploram a diversidade orgânica das formas naturais, resultando em acessórios autorais, delicados e sofisticados.

Torchon e Dila Vaz Bordados
Torchon e Dila Vaz Bordados Quermesse da Mary/Divulgação

A Torchon cria panos de copa, aventais, toalhas de mesa, jogos americanos e outros  acessórios feitos à mão, com cuidado em cada ponto. Filha e neta de bordadeiras, Alba Coelho transformou o objeto simples em poesia, bordado e beleza. A marca surge em 2019, entre Belo Horizonte, Lavras Novas e Paris (onde nasceu sua neta), da vontade de vestir a casa com memórias e cuidados. Com prazer em trabalhar com as fibras naturais, Alba sempre se encantou com as mesas de chá parisienses, com aquela bossa que, para ela, também lembrava o interior de Minas, onde cresceu entre cartilhas francesas guardadas com carinho por sua avó. Minas mora em tudo o que faz. Está na mistura das estampas, nos galos bordados, no ritual da mesa posta. Cada pano tem sotaque, memória e um jeitinho mineiro de receber.

Casa da Chita e Casa Madre Tereza de Calcutá
Casa da Chita e Casa Madre Tereza de Calcutá Quermesse da Mary/Divulgação

O risco de Stella Guimarães é inconfundível. Na BH dos anos 1970, já fazia roupas, coletes e bolsas para marcas locais, como a Via Láctea. Ela costuma dizer que o que há de mais valiosos em seu trabalho é que nada nele é perfeito. "Não sou bordadeira não, sou anarquista", declara. Existe em sua casa um lugar, seu quarto de criação, que chama "Encantado". É lá que, na máquina de costura, executa seus preciosos trabalhos, como o manto bordado que fez para a última turnê de Milton Nascimento. Nasceu junto com o barro, no barro, lá para os lados do Vale do Mucuri. O barulho da máquina ninava a menina, que tem absoluta certeza que máquina tem alma. Para o evento, leva painéis bordados com os nomes dos pontos e as bonecas e bonecos tão amados.

Cafem e Dama de Empadas
Cafem e Dama de Empadas Quermesse da Mary/Divulgação

Dedé Pães Artesanais e Doçuras da Su
Dedé Pães Artesanais e Doçuras da Su Quermesse da Mary/Divulgação

Como de praxe, o Jardim da Quermesse está repleto das delícias da gastronomia. Nessa lista saborosa, estão: Cafem, Dama de Empadas, Dedé Pães Artesanais, Doçuras da Su, Dona Torta, Gilka, Julieta Biscoito Artesanal, Mantiqueira Bela, Nanda Crioula, Polvilha, Queijo Juá e Vitoriano Doces.

Dona Torta e Empório Mantiqueira Bela
Dona Torta e Empório Mantiqueira Bela Quermesse da Mary/Divulgação

Gilka Comida para Celebrar e Julieta Biscoitos
Gilka Comida para Celebrar e Julieta Biscoitos Quermesse da Mary/Divulgação

"Venha conhecer esses artistas, descobrir peças únicas e reconhecer, junto com a gente, a importância cultural do bordado", convida Mary Arantes.

Nanda Crioula e Polvilha
Nanda Crioula e Polvilha Quermesse da Mary/Divulgação

Queijo Juá e Vitoriano Doces
Queijo Juá e Vitoriano Doces Quermesse da Mary/Divulgação


Participam deste evento:

Alan Vilar - @alanvilart

Ana Barbosa - @studioana.barbosa

Casa da Chita - @casadachita - Jacira Amorim

Casa Madre Tereza de Calcutá - @bordadosmadretereza

Cômflo - @comflo_official - Andrea Batista

Dila Vaz Bordados - @dila.vazbordados

Diomilton Ferraz - @diomintonferraz

Douglas Carlos da Silva - @douglascarlosarts

Egléa Senna - @eglea_senna

Estúdio Cerrado - @estudio.cerrado - Tauan e Larissa Mendes

Eula Teixeira - @eulateixeira

Gaby de Aragão - @gaby_de_aragao

Juão de Fibra - @juaodefibra - João Gomes

Juliana Bollini - @juliana_bollini

Juliana Hamdan - @julianahamdan

Izabelly Damaris - @izabellydamaris

Isadora Falcão - @isa_do.ra

Lívia Limp - @livialimp

Luciana Hermont - @lucianahermont.arte

Maria Cloenes - @cloenes

Maria da Conceição de Paula - @artistasdobairro

Rosa Borda - @_rosaborda - Maria Rosa Lacerda Lage

Pice Lanna Bordados Finos - @bordadosfinospicelanna

Reconto - @atelie_reconto - Julia Passos

Rendeiras da Aldeia - @rendeirasdaldeia

Torchon - @torchon_bh - Alba Coelho

Stella Guimarães - @stella_guimareas123

Terê Teró - @tere_tero - Mônica Versiani

Gastronomia

Cafem - @cafembrasil

Dama de Empadas - @damadeempadas

Dedé Pães Artesanais - @dede.paes.artesanais

Doçuras da Su - @docurasda_su

Dona Torta - @donatortabh

Gilka. - @g_i_l_k_a

Julieta Biscoito Artesanal - @julietabiscoito

Mantiqueira Bela - @mantiqueirabela

Nanda Crioula - @nandacrioula

Polvilha - @polvilha.bh

Queijo Juá - @serro.queijojua

Vitoriano Doces - @vitorianodoces

Quermesse da Mary – Edição Bordada
11, 12 e 13 de julho de 2025
Rua Ivaí, 25 – Bairro Serra, Belo Horizonte
10h às 19h (sexta e sábado)
10h às 17h (domingo)
Curadoria: Mary Arantes
Entrada gratuita

Tópicos relacionados:

bordado

Acesse o Clube do Assinante

Clique aqui para finalizar a ativação.

Acesse sua conta

Se você já possui cadastro no Estado de Minas, informe e-mail/matrícula e senha. Se ainda não tem,

Informe seus dados para criar uma conta:

Digite seu e-mail da conta para enviarmos os passos para a recuperação de senha:

Faça a sua assinatura

Estado de Minas

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Aproveite o melhor do Estado de Minas: conteúdos exclusivos, colunistas renomados e muitos benefícios para você

Assine agora
overflay