Moda

O luxo do luxo

Grandes marcas desfilam sua alta-costura para o outono-inverno 2026 em Paris

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Nada mais exclusivo que uma roupa de alta-costura. E são poucos os que as fazem, porque são feitas a mão, sob medida, e por isso, consideradas eternas. Por isso, vimos Natalie Porter usando no tapete vermelho de Cannes os modelos da Dior de 1949 e de 1951, e Dua Lipa usando em 2023 um modelo Chanel de 1992. Pelo visto, não são apenas os diamantes que são eternos.


Armani: Pinte de Preto

Cristais que brilham até os céus, alfaiataria excepcional e os tecidos mais luxuosos conhecidos pela humanidade são alguns dos ingredientes-chave de uma coleção Armani Privé. Tudo isso se reunião na desfile que teve como estrela da noite a cor preta e todas as maneiras deslumbrantes com que ela pode ser explorada e reinventada. Intitulada "Noir Séduisant", a coleção tinha looks fascinantes em todos os tons de preto. Veludos exuberantes e escuros, vestidos em tons de carvão salpicados de cristais e boás de penas em tons de corvo. O desfile abriu com um trio de calças pretas combinadas com tops verde-floresta brilhantes e azul-cobalto que faziam referência aos Nenúfares de Monet. Toques de roxo-royal, fúcsia, dourado e prata acentuavam os ternos e vestidos em tons de ônix, todos complementados com chapéus saídos diretamente de um filme noir. Uma modelo carregava uma piteira de ópera. O look final — um vestido de paletó brilhante e com espartilho que veio com um leque transparente teatral.
“Para um designer, o preto é a cor mais clássica e, ao mesmo tempo, a mais exigente. Quando se trabalha com preto, não se pode errar: cada detalhe deve ser perfeito, porque o preto revela a própria essência”, disse o Giorgio Armani sobre a coleção.


Iris van Herpen: show

A coleção Sympoiesis de Iris van Herpen foi nada menos que uma maravilha marinha. Vestidos esculturais ecoavam formas de vida aquáticas como águas-vivas, corais e correntes marítimas e tecidos leves como um sussurro. A estrela do desfile? Um vestido vivo infundido com 125 milhões de algas bioluminescentes, cultivadas em gel rico em nutrientes para brilhar suavemente em resposta ao movimento. Combinando biotecnologia com alta-costura, van Herpen proporcionou um espetáculo ecológico e sensorial diferente de tudo o que já foi visto nas passarelas.

Balenciaga
Balenciaga AFP

Balenciaga: glamour

Neste desfile, Demna se despediu de Balenciaga com uma contenção impactante (vai se juntas à Gucci como novo diretor-criativo, em Milão). Combinando alfaiataria escultural e vestidos minimalistas, ele honrou o legado de Cristóbal Balenciaga com seu espírito vanguardista, inspirado no glamour de Hollywood. A passarela pulsava com as inconfundíveis assinaturas de Demna – referências sutis, motivos enigmáticos e um trabalho artesanal de alta-costura, sob uma fachada contida.


Giambattista Valli: um italiano em Paris

O estilista italiano Giambattista Valli combinou dois marcos em um dia: após ser nomeado Oficial da Ordem das Artes e das Letras, apresentou sua coleção de alta-costura com vestidos volumosos de sorvete com flores intrincadamente bordadas e "cores que você quer cheirar e comer", disse o estilista à CNN durante a apresentação, que ele optou por fazer nesta temporada em vez de um desfile.

Schiaparelli
Schiaparelli AFP


Schiaparelli: ode ao passado

Esta coleção é uma ode ao passado de Elsa Schiaparelli, à sua ligação com artistas surrealistas como Salvador Dalí e Man Ray e ao ano de 1940, quando deixou Paris para ir para Nova Iorque, um momento crucial na carreira da designer. "Todo o desfile foi concebido como um trompe l'oeil surrealista, desde a maquilhagem aos tecidos, que incluem lã Donegal e cetim de alto-brilho", afirmou o designer Daniel Roseberry. A coleção também apresenta uma nova peça chamada "a jaqueta Elsa", de ombros afilados que faz referência ao trabalho de arquivo de Schiaparelli. Há várias peças inspiradas na fantasia na coleção, incluindo a icônica capa "Apollo" de Elsa, que Roseberry reinventou com camadas de estrelas metálicas, um vestido de tule "Squiggles and Wiggles" e um vestido bordado "Eyes Wide Open" com um motivo de íris pintado à mão.


Maison Margiela: estreia

O desfile de estreia de Glenn Martens para a Maison Margiela deu continuidade ao ritmo da coleção primavera verão 2024 de John Galliano, inspirada em Brassai, ao mesmo tempo em que homenageava o legado vanguardista da grife. A abordagem de Martens era futurista, com alguns looks que poderiam ser incluídos na próxima edição de Duna ou, até mesmo em um videoclipe do Smashing Pumpkins (a trilha sonora incluía o sucesso de 1994 da banda, "Disarm", com o vocalista Billy Corgan sentado na primeira fila). Um vestido dourado metálico causou impacto na estreia de Martens, elevando a coleção ao status de ícone.


Looks sublimes com penas até casacos ousados e brilhantes, confeccionados em estilo renascentista com estampas de aves de caça. Vestidos de festa em crepe e seda, com acabamento em pequenas nuvens de renda, mostraram o trabalho de um exímio alfaiate, complementados por tecidos mistos para interiores. A decisão de cobrir a cabeça de cada modelo com uma máscara, um solidéu ou até mesmo uma panela de cobre prejudiciou o desfile.


Robert Wun: Selvagem

Essa é uma palavra para resumir a mais recente coleção de alta-costura de Robert Wun, desde looks de noiva com pegada horrorosa, cobertos de marcas de dedos vermelhas, até ternos femininos arquitetônicos e quadrados. O estilista nascido em Hong Kong, radicado em Londres, tem uma imaginação fértil — e precisamos disso nas passarelas agora mais do que nunca. Cada look desta coleção parece um personagem de um filme de ficção científica, e os melhores looks incluem um vestido roxo brilhante, um terno todo vermelho, looks pretos com estampa de vampiro e casacos brancos respingados com o que parece tinta. Isso é moda como arte, controversa, mas no meio de tudo isso alguns modelos menos agressivos, agradaram.


Chanel: sempre Chanel

Não se pode tirar Paris da Chanel, e a grife francesa apostou em peças tradicionais para sua coleção outono inverno 2025-26. Pense na antiga Chanel: pérolas, bege em tom sépia como se tivesse saído de uma foto de Henri Cartier-Bresson, tweed creme e botões dourados. Esta coleção foi apresentada no Grand Palais em Paris, um cenário inspirado nos primeiros salões de alta-costura da grife, onde Gabrielle Chanel criou peças em branco, marrom, verde e preto. É um retorno ao clássico, mas, sejamos francos, a Chanel é infinitamente clássica.


Elie Saab: corte real

Mantendo o tema real, Elie enviou três princesas veteranas das passarelas para abrir o desfile. Lara Stone, envolta em shantung de seda em tons de carvão e creme caramelo, esculpiu-se em um vestido deslumbrante; Sasha Pivovarova em um casaco de veludo preto com um decote profundo, costas com cordões e emparelhado com calças de crepe e uma cauda de cetim moiré; Isabeli Fontana completou a trilogia com um vestido va-va-vroom de veludo curvilíneo, unido por costuras de renda diagonais. Destaque para os belos vestidos feitos de flores primaveris ampliadas, rematadas com strass e cristais. A técnica de fazer nós nas pregas do tecido à frente, utilizada nos vestidos de cetim duquesa, foi o trabalho de um mestre costureiro a fazer a sua magia.


ArdAzAei: Mar
dobrado, boa comida

Charles Darwin teria adorado a última coleção de ArdAzAei. Darwin acreditava, com razão, que a origem da vida era o encontro da terra e do mar. Tal como o grande cientista, o designer do ArdAzAei, Bahareh Arkadani, encontrou inspiração no mar, mais especificamente no ouriço-do-mar, com a sua improvável geometria pentaradial e o seu estatuto mítico de "talismã de proteção". Intitulada The Folded Sea (O Mar Dobrado), a coleção brincou com a forma ideal dos ouriços-do-mar, cujas conchas decoram casas costeiras de Galway a Gotemburgo, de Nantes a Nápoles.


O resultado foi uma coleção hiper-original de formas ondulantes, caneladas e um drama inesperado. Sugerindo a curvatura de uma concha com blazers abertos de crepe preto e vestidos com corpete. O acabamento cintilante dos crustáceos em fatos técnicos de calças castanhas. Ou brincando visualmente com um mar tempestuoso em um soberbo vestido de lurex em camadas, rematado por ousados recortes. 

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