Não existe título melhor para campanha estrela pelo nosso Bituca, afinal, ele é um ícone eterno. Talvez por sua timidez nunca tenha sido convidado para fazer uma campanha de moda, ou nunca tenha aceitado um convite, mas disse que sempre quis viver um Dia dos Pais sendo pai. Já viveu sete e este ano viverá seu oitavo dia dos pais desde que adotou oficialmente o filho Augusto. E para celebrar ainda mais este momento, estrelam juntos a campanha da data para a marca Oficina.
“Amor de pai é como a música: os dois têm um mistério profundo e, ao mesmo tempo, uma certeza. Só depois de ser pai do Augusto, entendo um pouquinho o mistério da eternidade”, declara. A estreia de Bituca em uma campanha de moda, aos 82 anos, versa sobre isso. A Oficina traz Milton e Augusto apresentando todo o seu afeto ao som de “Clube da Esquina 2” e usando clássicos do guarda-roupa masculino, peças que resistem ao tempo por sua essência, formas atemporais – e icônicas – que evoluem, se refinam, sem jamais abandonar o que as torna únicas. São camisas sociais, calças chino, camisas polo, camisetas e mocassins, que atravessam estações, décadas e gerações.
“Milton é o maior. Tê-lo numa campanha é uma honra e também motivo de imensa responsabilidade. Como bom mineiro, escuto suas músicas desde a infância, letras que vêm com a eternidade embutida nas palavras”, vibra Gabriel Zandomênico, sócio-fundador da marca. Milton e Augusto deram uma entrevista exclusiva.
Para você, o que é ser um ícone?
É sobre influenciar e inspirar pessoas positivamente.
Quem você se tornou depois do Augusto?
Na verdade, eu me descobri outra pessoa com a chegada do Augusto. Tudo mudou. Desde minha vida em casa, nos palcos e no lado profissional como um todo. Foi como se eu estivesse começando agora. Estou vivendo o meu melhor momento.
Quais são suas heranças afetivas paternas?
Meu pai, Seu Zino, era uma espécie de professor Pardal. Ele sabia de tudo, desde antenas de rádio, TV, mecânica, elétrica... E todas essas habilidades ele usava para ajudar os outros. Qualquer pessoa que estivesse precisando ele ia lá e ajudava, e isso eu peguei muito dele. Outra coisa que ele tinha muito é que não suportava injustiça de forma nenhuma. A vida dele era guiada por esses sentimentos.
Se sente um pai musical para as novas gerações?
Não me ligo nesse lance de gerações porque estou sempre rodeado de jovens artistas que também me inspiram. Além disso, nunca deixo de seguir sempre junto dos meus velhos amigos e parceiros.
O que aprendeu com o tempo?
Que os sonhos jamais envelhecem.
O que a paternidade te ensinou?
A paternidade me ensinou sobre um amor incondicional, que envolve cuidado, preocupação e, principalmente, uma presença constante em todos os momentos da vida.
Você fez uma música para o Augusto. Fale sobre ela. Sim, se chama “Além de Tudo”, escrevi nessa canção tudo que eu sinto por ele. E tem um trecho que define bem esse sentimento: “Você chegou humilde e tomou conta da minha vida/ E encheu meus dias de beleza e razão para viver”.
Augusto, como é ter como pai uma lenda da música brasileira?
Acho que o dia a dia afasta bastante essa figura da lenda. No fim, acho que os maiores motivos da minha admiração pelo meu pai estão nas coisas cotidianas: no caráter, no afeto, na bondade, na pureza... A genialidade musical brota justamente dessas coisas que tanto me fascinam nele. Ter a chance de compreender e aprender tanto com isso diariamente é a grande dádiva da minha vida.
Qual a grande lembrança que guarda do seu pai?
São muitas, mas tenho duas que me marcaram muito. A primeira foi há mais de dez anos, quando ele precisou ser internado às pressas devido a algumas complicações de saúde. Na época, ele morava no Rio e eu, em Juiz de Fora. Quando fiquei sabendo da internação, peguei o carro e fui correndo para o hospital. Chegando lá, no meio da madrugada, ele me viu e abriu o maior sorriso do mundo, dizendo: 'Você veio!', como se tudo estivesse resolvido naquele momento. Outra foi o último show da carreira dele, em 2022. Foi um projeto que sonhamos e realizamos juntos, e isso é algo que levarei para sempre comigo. Tudo isso sem contar as viagens pelo mundo que adoramos fazer juntos, sempre ao som dos Beatles, que é o nosso vício.
Qual o maior ensinamento que seu pai te trouxe?
Integridade, amizade, amar e respeitar a todos que estão a minha volta. n