O mercado imobiliário é um dos mais tradicionais do Brasil. Com a chegada dos Fundos Imobiliários (FIIs), os brasileiros têm a possibilidade de diversificar seus investimentos ao investir em imóveis, sem a necessidade de dispor de um valor alto para aquisição de terrenos, casas, apartamentos ou similares.

No entanto, ainda há muitas pessoas inseguras em relação aos FIIs e preferem investir diretamente em um imóvel em vez de adquirir cotas de fundos. A partir dessa constatação, surgiu a ideia para o debate FII x Imóveis dentro da programação do FII Summit.

O FII Summit, o maior evento de Fundos Imobiliários do Brasil, organizado pela EQI Investimentos, recebeu Ricardo Natali, educador financeiro e influenciador da Lucro FC, e Laercio Boaventura, sócio, fundador e diretor de investimentos da Vectis Gestão, para discutirem o tema. Confira os principais pontos do debate.

FII x Imóvel: o eterno debate

Natali inicia a conversa destacando que os imóveis são considerados o investimento mais tradicional do Brasil, com um dos principais objetivos sendo a acumulação de patrimônio e a valorização pela localização.

No entanto, com a sofisticação do mercado financeiro, os FIIs se tornaram uma opção popular para os brasileiros, oferecendo a possibilidade de receber dividendos mensais e ver o patrimônio se valorizar.

“O investimento em imóvel no Brasil é algo muito familiar. Quando o nosso mercado de capitais não era desenvolvido, o investimento em imóveis era a principal ou uma das principais alternativas. Os fundos caíram no gosto popular porque tem uma lógica muito similar. O fundo adquire imóveis, o inquilino paga aluguel e este valor é dividido entre os cotistas”, diz.

Além disso, ele ressalta que os FIIs são mais acessíveis em termos de preço, com fundos cotados na faixa de R$ 10 a R$ 120.

Boaventura menciona ter observado o desenvolvimento dos fundos imobiliários nos EUA no início dos anos 2000 e sempre se questionou por que os FIIs não ganhavam popularidade no Brasil.

Lá atrás eu vi o desenvolvimento dos FIIs nos EUA, estamos falando no início dos anos 2000. Sempre estive pensando por que os FIIs não pegavam no Brasil. Por aqui, os brasileiros preferem ter a segurança de investir no próprio imóvel, customizar para revendê-lo ou alugá-lo”, afirma.

Natali relata que nos EUA os fundos imobiliários têm uma forte ligação com o setor residencial e que os REITs, equivalentes aos FIIs americanos, têm apresentado ótimos retornos nos últimos 20 anos.

O sócio da Vectis Gestão aproveitou o gancho para dizer que os FIIs foram os investimentos mais resilientes durante a pandemia de covid-19.

Vantagens e desvantagens dos FIIs

Natali lista as vantagens dos Fundos Imobiliários, mencionando sua acessibilidade e negociação na bolsa de valores, em contraste com o investimento em imóveis físicos que requer um grande montante de recursos.

Ele ressalta a diversificação proporcionada pelos FIIs, que oferecem uma variedade de imóveis em comparação com a aquisição de um único imóvel.

O influencer destaca ainda o acesso aos melhores imóveis do país por meio dos FIIs, sem a necessidade de buscar inquilinos.

A liquidez dos fundos também é mencionada como uma vantagem, permitindo a negociação de partes do investimento, ao contrário dos imóveis físicos que exigem a venda completa da propriedade.

No entanto, Boaventura observa que ainda há dúvidas em relação aos preços secundários das cotas dos FIIs durante as negociações. Ele destaca que, em vários aspectos, é possível convencer os investidores sobre os dividendos e as vantagens dos fundos, como eficiência e isenção de Imposto de Renda.

“Mas a questão da cota do secundário, com um desconto para negociação do fundo, ainda machuca”, concluiu.

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