CASO ANA LUIZA

Psicóloga afirma que menina largada morta em rua de BH não usava drogas

Ana Luiza Silva Gomes, de 12 anos, fazia tratamento no Centro de Referência em Saúde Mental Infanto-Juvenil de BH; ela foi encontrada morta no Bairro Bela Vitória, nesta terça-feira

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A menina de 12 anos encontrada morta em frente a uma casa no Bairro Bela Vitória, Região Nordeste de Belo Horizonte, nessa terça-feira (16/1), não era usuária de drogas. A informação foi repassada pela psicóloga da vítima, que a atendia no Centro de Referência em Saúde Mental (Cersam).

A possibilidade de que Ana Luiza Silva Gomes usasse entorpecentes foi indicada pelo suspeito de tê-la matado. O homem, de 25 anos, afirmou que encontrou a adolescente em um campo de futebol enquanto ela usava loló - uma droga derivada da mistura de éter, clorofórmio, cloreto de etila e essência perfumada.

Durante o enterro da jovem, a psicóloga Rafaela Rossi contou que Ana Luiza começou a fazer tratamento no Cersam em 2023. Ela conta que a menina era dócil, cordial, carinhosa e engraçada. “Infelizmente, a nossa construção social machista é assassina e perversa. Na lógica do homem, a vítima em alguma medida tem contribuição sobre a própria morte. E eu quero dizer com todas as letras que a Ana Luiza nunca foi usuária de substâncias. Ela era uma criança sem qualquer vício”, afirmou.

O corpo da menina foi sepultado nesta quarta-feira (17/1). Um tio, que não quis se identificar, afirmou estar revoltado com o crime. "Agora, em vez de estar em casa, brincando com a irmãzinha, está ali, deitada no caixão. E digo mais, a sociedade está sem proteção [...] Quero ver se será feita Justiça. Além disso, ele já foi preso por estupro de vulnerável, tráfico de drogas e furto", desabafou.

Violência sexual

A causa da morte de Ana Luiza ainda não foi confirmada. Conforme a chefe do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Alessandra Wilke, externamente o corpo da vítima não apresentava nenhuma lesão. Apesar disto, a corporação apura se a jovem sofreu violência sexual. Isso porque o suspeito, preso em flagrante, possui passagens por estupro de vulnerável, furto e tráfico de drogas.

À imprensa, a família da vítima afirmou que Ana Luiza foi estuprada. No entanto, a PCMG enfatizou que, até o momento, não há provas que atestem a informação. “O que a polícia tem que fazer é, em razão do conhecimento do histórico dele, se atentar a isso [possibilidade de estupro] e tentar comprovar se houve ou não. Agora, não há como cravar isso. Só depois dos inúmeros exames que foram coletados e que dependem do processamento da perícia. Em razão do histórico, nós não podemos deixar de lado, temos que analisar. Externamente no corpo dela não havia nenhuma lesão”, explicou Alessandra.

Prisão

O suspeito foi preso em flagrante. Até o momento não há informações de quando será a audiência de custódia. A previsão é que a Justiça decida, ao longo desta quinta-feira (18/1), se ele vai continuar detido preventivamente. À Polícia Militar, o homem disse que estava em um campo de futebol no Bairro Nazaré quando encontrou com a garota inalando a droga conhecida como loló. Ela teria pedido água, e ele a levou para sua casa.

Ainda segundo seu depoimento, ao chegar ao imóvel a menina continuou fazendo uso da substância entorpecente e, momentos depois, começou a passar mal. Ele, então, a teria levado para o lado de fora para acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

“Pelas informações que temos até o momento, foi ratificada a prisão em flagrante do indivíduo pelo homicídio. Mas nós temos uma série de informações ainda a serem ainda verificadas para finalizar o entendimento desse homicídio e também de outros crimes”, informou o delegado Leandro Alves Santos, titular da Delegacia Especializada em Homicídios da Região Leste.

Jovem abandonada

Câmeras de monitoramento registraram o momento em que a vítima entra no imóvel, às 10h13, acompanhada por um homem. Às 13h30, a garota é deixada na calçada pelo suspeito. Quando a PM chegou ao local, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) já prestava atendimento. O médico que integrava a equipe de socorristas atestou o óbito.

No local, o pai fez o reconhecimento do corpo. Um vizinho, que disponibilizou as imagens à polícia, disse ter assistido a gravação. Segundo ele, o homem flagrado carregando a garota é seu sobrinho.

Ao realizar buscas dentro do imóvel, os militares não identificaram indícios do consumo de loló. A perícia da Polícia Civil, porém, encontrou restos de cocaína dentro da casa e um preservativo usado, mas não havia sinais de violência no corpo da vítima.

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