
BH: empréstimos negados pela Câmara podem prejudicar obras contra enchentes, diz Fuad
O prefeito da capital criticou nesta quarta-feira a negativa dos vereadores a pedidos de empréstimo da administração municipal para executar obras
compartilhe
Siga noO prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), prevê prejuízos na sequência de novas obras para contenção de enchentes, caso a Câmara do município siga reprovando projetos de autoria do executivo municipal, que garantiriam recursos para as intervenções. A declaração foi feita durante coletiva de imprensa, realizada na manhã desta quarta-feira (24/01).
24/01/2024 - 11:08 Chuvas em BH: 'Nunca vi nada igual', diz moradora da Região Centro-Sul 24/01/2024 - 11:54 Temporal em BH: prefeitura estuda retirar famílias da Vila do Índio 24/01/2024 - 13:07 Vídeo: casa é inundada pelas chuvas no Bairro Santa Mônica, em BH
Questionado pela imprensa, Fuad disse que não queria comentar o assunto em um momento de tragédia, porém aproveitou a menção para criticar a postura do Legislativo e ressaltar a perda de milhões em empréstimos, que, segundo ele, seriam necessários para a continuidade de importantes obras na capital.
”As obras atuais não pararam, porque nós só começamos depois que o empréstimo estava contratado. Agora, tem mais coisa para fazer nessa cidade, nós estamos vendo aí hoje e, de fato, se a Câmara não não der sequência a esses projetos nós vamos ter isso prejudicado”, declarou nesta manhã.
Em nota, a presidência da Câmara Municipal de Belo Horizonte questionou a fala do prefeito apontando que não havia empréstimos que previam obras para as regiões mais afetadas pelas chuvas de terça-feira.
“O prefeito, obcecado com a reeleição e esquecendo de governar, só sabe pedir dinheiro e, evidentemente, nem lembra pra que serve cada empréstimo, o que demonstra claramente que a intenção é liberar recursos públicos, sem controle. O Santa Lúcia, por exemplo, onde vimos imagens de carros sendo levados, já tem uma barragem de contenção. Custaria à prefeitura apenas o esforço de fazer o seu trabalho e esvaziá-la previamente para receber a água das chuvas, como foi feito em anos anteriores. A incapacidade da prefeitura de fazer o mínimo na estrutura que já existe diz muito sobre os riscos de endividar a cidade para fazer algo novo”, diz o texto.
Volume de chuvas atípico
Depois da chuva deixar um rastro de caos em Belo Horizonte, a Defesa Civil apresentou um balanço de ocorrências na manhã desta quarta-feira (24/01). Nas contas do órgão foram sete pontos de alagamentos. Os mais graves concentrados nas regionais Oeste, Pampulha e Venda Nova, onde foram instalados postos de comando para mapeamento dos atingidos.
O volume de chuvas pegou a Defesa Civil de surpresa. “Nós prevemos chuvas que poderiam chegar até 40mm. O que nós percebemos é que os fenômenos climáticos se desenvolvem de uma maneira muito abrupta, muito rápida”, afirmou. Em algumas regionais, como a Oeste, o volume ultrapassou 90mm, chegando a 27,7% do esperado para todo o mês de janeiro, entre as 19h de terça-feira e as 7h desta quarta.
Na avaliação do prefeito da cidade, esse será "o novo normal", diante das mudanças climáticas no mundo. “Depois de uma chuva extremamente violenta, a gente costumava dizer que era fora do normal, mas agora a gente tem que dizer que essa chuva é o novo normal”, disse.