Minas Gerais, um dos estados com maior incidência de casos de dengue no país em 2023, já registrou neste ano duas suspeitas da doença somente nesta semana. Nessa quarta-feira (10/1), em Curvelo, na Região Central do estado, uma mulher de 38 anos, cujo nome não foi divulgado, faleceu um dia após ser internada no Pronto Socorro da cidade. A informação foi divulgada em nota oficial pela prefeitura. De acordo com o município, o sangue da paciente foi coletado e enviado para a Fundação Ezequiel Dias (Funed), localizada na capital e responsável no estado por essa investigação.




Na terça-feira (9/1), a Prefeitura de Timóteo, no Vale do Rio Doce, comunicou o falecimento de Maria Elisa Lessa, de 17 anos, também por suspeita de dengue. A morte da adolescente segue em investigação pela Funed. A prefeitura informou que a jovem procurou, no dia 6, uma unidade de pronto atendimento da cidade com sintomas da doença. Ela foi medicada, liberada e orientada a procurar novo atendimento caso a situação se agravasse, mas acabou vindo a óbito.

Em 2023, de acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Minas registrou 315.618 casos de dengue, com 197 óbitos confirmados. Somente em janeiro deste ano, já são 415 casos confirmados e 1.451 em investigação. Em dezembro, o Ministério da Saúde, soltou um alerta sobre a possibilidade de uma epidemia de dengue no estado em função do número elevado de casos da doença registrados, em 2023, em Minas Gerais.

Segundo dados do Ministério da Saúde, o Minas ficou atrás apenas de São Paulo no número de mortes e casos da doença ano passado. Uberlândia e Uberaba, no Triângulo Mineiro, e Belo Horizonte foram as cidades com maior registro de dengue em 2023.

Atendimento em BH

Em comunicado oficial divulgado ontem, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que as pessoas com sintomas da dengue como febre, dores no corpo, dor de cabeça e manchas vermelhas na pele devem procurar inicialmente um dos 152 centros de saúde que funcionam de segunda a sexta-feira, durante 12 horas.

“Esses equipamentos estão preparados para fazer o atendimento do paciente com suspeita de dengue, zika e chikungunya. A nossa orientação é que o usuário só procure as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) quando o centro de saúde não estiver aberto ou em caso de piora no quadro clínico”, afirmou o secretário municipal de Saúde, Danilo Borges Matias. O endereço de todos os centros de saúde pode ser consultado no portal da PBH.

Na capital, até do dia 5 de janeiro, não havia nenhum caso confirmado de dengue e 34 suspeitas em investigação. Em 2023, foram confirmados 12.293 casos de dengue em Belo Horizonte. Outros 1920 aguardam resultado. A maior parte dos casos foi registrada nas regionais Nordeste, Venda Nova e Norte.
O endereço de todos os centros de saúde pode ser consultado no portal da PBH.

Explosão de casos
De acordo com o médico infectologista Carlos Starling, não há estudos que expliquem a explosão de casos de dengue em Minas e no Brasil. “Mas podemos formular algumas hipóteses.A primeira é que Minas tem a segunda maior população do país, portanto, o número de casos pode estar refletindo o volume de pessoas expostas. Ou seja, pode ser apenas um viés estatístico”. Outra possibilidade, de acordo com ele, é uma maior eficiência do sistema de vigilância epidemiológica.

“A outra hipótese é a de que a baixa incidência dos anos anteriores tenha feito com que o número de pessoas vulneráveis ao vírus circulante tenha aumentado. Ou seja, seria uma flutuação epidemiológica esperada e que ocorre em intervalos esperados de tempos em tempos, mas não podemos afastar a possibilidade das mudanças climáticas estarem favorecendo a proliferação do mosquito”. Além disso, segundo ele, a degradação econômica de 2018 a 2022 pode ter contribuido para a piora das condições sanitárias e maior formação de focos de proliferação do vetor.

Como combater o Aedes aegypti em casa:


• Retirar os pratinhos dos vasos de plantas;
• Acondicionar o lixo em saco plástico e mantê-lo em lixeira tampada até o dia e horário de recolhimento pelo Serviço de Limpeza Urbana;
• Manter a caixa d’água vedada, sem deixar frestas, mesmo que muito pequenas;
• Realizar a limpeza das calhas e remover folhas e outros materiais que possam impedir o escoamento da água;
• Entregar os pneus ao Serviço de Limpeza Urbana ou mantê-los em local coberto;
• Tratar a piscina com cloro e limpar uma vez por semana;
• Manter o quintal sempre limpo e livre de qualquer material que possa acumular o mínimo de água e se tornar foco do Aedes aegypti.
Fonte: PBH

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