compartilhe
Siga no
Bel Ferraz, Bruno Nogueira, Izabela Baeta e Isabela Bernardes
Os primeiros raios de sol da manhã de ontem anunciaram a chegada do carnaval de Belo Horizonte em 2024. Ainda na madrugada, milhares de foliões se reuniram para acompanhar o cortejo do tradicional Então, Brilha!, que a cada ano parece crescer com a festa da capital mineira, em ritmo cada vez mais plural e acolhedor.
Seja do lado, atrás ou na frente do trio, as ruas de BH se transformam em espaço de acolhimento durante o carnaval. Já no primeiro dia foi possível notar o protagonismo das mulheres – homenageadas no bloco Quando Come se Lambuza, que tocou apenas hits de vozes femininas –, a participação de pessoas com deficiência (PCD) e do público LGBTQIA+.
Do Centro até a Pampulha, ao longo dos próximos três dias haverá festa para todos exercerem sua criatividade e aproveitar o que de melhor as ruas da capital têm para oferecer. Nas fantasias, a melhor representação do que é o carnaval de BH. De um lado, um ‘mosquito da dengue’ alerta a população; do outro, super-heróis curtem a batucada.
É com essa criatividade que o carnaval também se transformou em fonte de renda, com vendedores ambulantes diversificando seus produtos. Afinal, enfrentar a concorrência das bebidas nem sempre é a melhor estratégia para captar o consumidor. “É meu segundo ano vendendo (itens para crianças). Antes, vendia bebida, mas parei, porque é muita gente vendendo”, conta Cardoso da Mota, que aproveitou o público infantil no bloco Xibiu para impulsionar sua barraca improvisada.
O aspecto político da festa de Momo também se fez presente. Nos últimos anos, a folia se tornou arena de debate e luta social. Críticas contra o governador Romeu Zema e o ex-presidente Jair Bolsonaro e discursos em defesa da Palestina deram o tom nos microfones. Logo cedo, no Então, Brilha!, e depois em Tchanzinho Zona Norte e Volta Belchior, bandeiras e estandartes de manifestações coloriam as avenidas, movimento que deve se repetir até a terça-feira de carnaval.