Dia de caos, com muita tristeza e desolação, em três bairros do distrito de São Benedito, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde, na tarde de quarta-feira (29), um temporal provocou a destruição de cinco casas, alagamento de ruas e cheia do córrego entre o Cristina, o Palmital e o São Cosme.

As águas que passam por um canal subiu mais de um metro, segundo moradores, transbordou e invadiu vias públicas. Diante da situação, o prefeito Paulo Henrique Paulino e Silva, o Paulo Bigodinho, poderá decretar estado de calamidade pública.



Na manhã desta quinta-feira (30), moradores das áreas mais atingidas mostravam no rosto as marcas do desespero, devido à força da tempestade na tarde de ontem, dos prejuízos pelas perdas materiais, e da impotência pela espera de obras que os tirem dessa situação de penúria. “Perdi tudo, tudo mesmo. Veja como estamos. Caíram as paredes da cozinha e do quarto. Moro aqui há 21 anos”, contou a cozinheira Renilde da Silva Oliveira, que vive na casa da Rua Inácio Loiola de Oliveira.

Renilde contou que chegava do serviço, por volta das 17h, quando viu a moradia inundada, com água na altura de 1,20 metro. “Minha filha caçula, de 16 anos, saiu com água ‘pra cima’ da cintura”, diz a cozinheira, que foi acolhida pela amiga Maria Neide Bento Macedo, residente em parte elevada do Cristina B, enquanto a filha foi para a casa da irmã.

Demolição

Defesa civil e o secretário de obras no local de desabamento de casas em Santa Luzia

Jair Amaral/EM/D.A Press

Enquanto moradores procuravam pertences no meio da lama, equipes da Defesa Civil e da Secretaria Municipal de Obras chegaram ao local. O coordenador da Defesa Civil de Santa Luzia, Wilmar Ferreira da Silva, considerou a situação “caótica”, e informou que a chuva forte deixou cinco famílias desalojadas e uma desabrigada, as quais se encontram em casas de familiares e amigos. Ele verificou a situação das casas mais danificadas, agora interditadas, e adiantou que algumas serão demolidas.

Também percorrendo a área no entorno do curso d’água chamado pelos moradores de Córrego da Favelinha, o secretário executivo de Obras da prefeitura local, Haroldo Dias, explicou que existe um “estudo de “viabilidade” para construção de uma avenida sanitária no trecho penalizado pelas enchentes. A partir de um projeto, o objetivo é apresentá-lo ao governo federal para realização da obra.

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Logo após chegar ao local, o secretário recebeu uma equipe de trabalhadores para auxiliar os moradores na limpeza de suas casas. Na casa do pedreiro Adilson Gonçalves de Souza, que mora com os filhos (três crianças e um adolescente), geladeira, fogão e móveis foram retirados do interior da casa. “Todo ano é assim, e a prefeitura não faz nada”, destacou Pâmela Alves, casada, dois filhos, que mora na parte superior do imóvel de Adilson. Por enquanto, o pedreiro e filhos estão abrigados no espaço de uma loja, onde também entrou água.

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