O corpo da educadora Claudineia Francisca Lima, de 46 anos, será velado na Capela Metropax, no bairro Eldorado, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na manhã desta segunda-feira (17/2), das 8h às 11h. A mulher morreu depois de ser submetida a uma cirurgia de hérnia epigástrica e abdominoplastia e sofrer complicações, na noite de sábado (15).
Familiares e amigos também poderão se despedir de Claudineia no Cemitério do Bonfim, na Região Noroeste de Belo Horizonte, a partir das 12h. No local, também ocorrerá o sepultamento do corpo.
De acordo com a Polícia Militar de Minas Gerais, a mulher foi internada no hospital Lifecenter, no Bairro Serra, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, para realizar um procedimento de retirada de hérnia epigástrica – um inchaço na parte superior do abdômen, entre o osso esterno e o umbigo – e a realização de uma abdominoplastia, na quinta-feira (13).
Conforme a Polícia Civil, ela sofreu complicações no estado clínico e foi encaminhada ao Hospital Alberto Cavalcanti, na região do Barreiro, onde passou por uma cirurgia de alto risco para conter um rompimento da traqueia.
Após o procedimento, informa a PM, a família foi informada que a cirurgia foi bem sucedida, porém a mulher apresentou grave inchaço do rosto e chegou a receber cuidados anti-histamínicos, contra alergias a medicamentos, até que foi removida para o atendimento de emergência, onde foi tentada a reparação do rompimento da traqueia, mas sem sucesso.
Porém, em nota enviada ao Estado de Minas, a assessoria do médico afirma que a traqueia da paciente não foi perfurada pelo cirurgião e a equipe não percebeu qualquer intercorrência durante o procedimento.
A mesma nota, entretanto, informa que a mulher foi entubada pelo anestesista como um procedimento padrão de cirurgia. A entubação traqueal é um procedimento médico que consiste na inserção de um tubo na traqueia do paciente, através do nariz ou da boca, no caso, devido à necessidade de anestesia geral.
Complicações em cirurgia
De acordo com o marido de Claudineia, Adinelson Valadares, mesmo após o corte na traqueia ter sido identificado, a plástica prosseguiu e só depois a mulher foi encaminhada para os cuidados de risco vital. Ele contou que questionou os recursos da clínica diante ao quadro da sua mulher e afirma que a plantonista disse não saber como fazer a transferência e que, tomada pelo desespero, a plantonista começou a chorar. Depois, quando se controlou, a profissional de saúde ligou para outros médicos pedindo orientações, ainda segundo o marido de Claudineia.
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O cirurgião plástico então disse que ela tinha sinais vitais estáveis, mas foi questionado sobre a dificuldade respiratória e sobre o quadro que não seria bom. O médico concordou com a transferência da paciente, mas alertou que os custos correriam por conta da família. O Samu foi então acionado, mas teria informado que a própria clínica deveria fornecer a ambulância. O médico também teria ligado para o Samu e recebido a mesma informação.
A família pediu para a clínica fornecer uma ambulância e o médico teria então dito que teria o recurso, mas que demoraria por volta de uma hora e meia. Com isso, foi decidido pela família e pelos médicos usar o pronto-atendimento do Hospital Lifecenter, onde a mulher recebeu os primeiros procedimentos, mas não foi internada pois não tinha convênio.
Na madrugada de sexta (14), o médico conseguiu uma ambulância e ela foi transferida ao hospital MedSênior, na Pampulha, onde foi admitida em sala de urgência. No hospital, o cirurgião Marcelo Reggiani passou a paciente para uma médica plantonista, onde Claudineia passou pela sala de emergência e depois para a sala de medicação, onde foi avaliada pelo médico André que a diagnosticou com uma lesão na traqueia.
Um especialista foi contactado e Claudineia foi transferida para o Hospital Alberto Cavalcanti, do outro lado da cidade, na Região do Barreiro, onde ela finalmente foi atendida por um cirurgião torácico. Já no sábado (15), ela foi submetida a uma cirurgia de emergência, mas não resistiu e morreu.
Em nota enviada ao EM, o médico atribui o agravamento do caso à demora no tratamento efetivo ocasionado por sucessivas transferências entre hospitais após a cirurgia plástica. O profissional tem clínica reconhecida nas redes sociais, onde mostra resultados dos procedimentos, responde a dúvidas de pacientes e faz até orçamentos.