O adolescente de 13 anos, investigado por um suposto estupro contra a própria irmã de 1 ano na Região do Barreiro de Belo Horizonte, sofreu ameaças de morte. A mãe da suposta vítima e madrasta do adolescente fez um boletim de ocorrência na segunda-feira (17/2) depois de notar uma vermelhidão nas partes íntimas da bebê.

Em coletiva da Polícia Civil, o delegado Diego Lopes esclareceu que os laudos do IML que comprovam ou não o estupro ainda não saíram. “Saiu em um blog não oficial do Barreiro que houve o rompimento de hímen do bebê e, por causa disso, o adolescente passou a receber ameaças de morte. Porém, os exames do IML ainda não saíram. O boletim de ocorrência fala em vermelhidão nas partes íntimas, que pode ser caracterizada por um abuso ou por uma simples assadura. Por isso a importância de aguardar os laudos oficiais”.

O delegado ainda explicou que é uma investigação complexa e que ainda está no início. Depois das ameaças de morte, o adolescente procurou a delegacia e a polícia pediu medida protetiva. “O jovem está com a mãe em um local seguro”.

Três investigações em andamento

Ainda de acordo com o delegado, o adolescente também é investigado por uma relação sexual que ele teve com a sobrinha da madrasta dele, também de 13 anos. Nesse caso, a Polícia Civil explica que os dois adolescentes aparecem na investigação como jovens infratores e também como vítimas. 

“A lei proíbe relação sexual com menores de 14 anos. Neste caso, ambos são adolescentes infratores e vítimas ao mesmo tempo. A relação foi consensual, mas eles deverão responder pelo ato infracional e há investigação em andamento sobre o caso. Quando o fato foi registrado, a família do adolescente - pai e madrasta - o agrediram, praticando, em tese, lesão corporal e maus-tratos”.

Alguns dias depois, a madrasta do adolescente procurou a polícia para registrar outro boletim de ocorrência por notar uma vermelhidão nas partes íntimas da filha de 1 ano. Sobre isso, o delegado explicou que há uma investigação em andamento, e reforçou que é preciso aguardar os laudos médicos. 

“É importante ressaltar que os laudos do IML que podem comprovar ou não o abuso ainda não saíram. Por causa de uma informação falsa divulgada - de que o laudo aponta para rompimento de hímen - o adolescente recebeu diversas ameaças de morte na região onde ele mora. As investigações estão no início e não há nada concreto ainda”.

Paralelo a essas duas investigações, a polícia ainda investiga o caso de lesão corporal contra o adolescente. “Quando a informação sobre o suposto rompimento de hímen saiu, o adolescente passou a ser ameaçado. Ele procurou a delegacia e pediu medida protetiva. No momento, ele está com a mãe”.

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Alerta da polícia

O delegado ainda usou a coletiva de imprensa para alertar sobre informações divulgadas sem a devida confirmação do fato. "Devemos tomar muito cuidado ao disseminar informações e, principalmente, verificar se essas informações são falsas", orientou. 

Diego Lopes também lembrou de casos em que informações inverídicas causaram mais violência.  "Houve um linchamento recente em Minas, quando um suspeito de estupro foi morto por populares, mas  a investigação da Polícia Civil concluiu que ele era inocente".

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