A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu, na última quarta-feira (19/3), um homem, de 51 anos, suspeito de comprar e manter imagens de abuso sexual infantil. O investigado, que é natural do Rio de Janeiro, foi encontrado no interior de São Paulo. O conteúdo era adquirido via aplicativo de mensagens, em sua maioria. As imagens mostravam menores de idade do sexo masculino.
As investigações começaram em outubro de 2024. Na época, a corporação recebeu um relatório de uma empresa norte-americana que filtra e documenta informações de download e upload de conteúdos que possam estar relacionados à violação sexual infantil. De acordo com a delegada Marcelle Bacellar, da 2ª Delegacia Especializada na Investigação de Crimes Cibernéticos, assim que receberam as informações, a corporação conseguiu identificar e localizar a pessoa que compartilhava as imagens.
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O homem, que trabalhou um tempo como carreteiro, foi encontrado na cidade de Redenção da Serra, em São Paulo. Apesar de estar em um outro estado, as apurações e a prisão ficaram a cargo da polícia mineira. Isso porque, conforme a delegada, grande parte dos conteúdos foi baixada em Belo Horizonte.
Marcelle explica que, ao chegar no endereço que constava como fixo do suspeito, os investigadores não o encontraram. No entanto, descobriram que ele estava trabalhando no recapeamento da Rodovia Presidente Dutra, que ficava em um alojamento durante a semana. No local, o homem foi abordado e com ele os policiais tiveram acesso ao seu aparelho celular. Ele então foi preso em flagrante por abuso sexual infantil.
“Com autorização judicial já no mandado, tivemos acesso a todo conteúdo que existia no aparelho celular. Era um conteúdo muito grande de vídeos e imagens contendo abuso sexual infantil. Foi dada a voz de prisão em flagrante”, explicou a delegada.
O que disse o suspeito
Durante o cumprimento dos mandados, ainda segundo a chefe da investigação, o homem não suspeitou que a abordagem se tratava dos crimes de violação sexual. Para a delegada, isso aconteceu uma vez que o suspeito já possui passagens por furto, roubo e tentativa de feminicídio. “De início, ele não se preocupou muito, tanto que forneceu a senha do celular logo de pronto. E como ele já tinha essas passagens, imaginou que fosse por isso e não resistiu à prisão, e, assim, a gente conseguiu acessar o telefone”.
Em um primeiro depoimento, o suspeito negou que procurava pelas imagens e pelos vídeos. Aos policiais, ele afirmou que gostava de trocar mensagens com outros homens e que eles encaminharam os conteúdos contra sua vontade. Além disso, o homem afirmou que não excluiu as imagens por não saber como o faz.
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No entanto, a versão foi rapidamente refutada pela PCMG que encontrou mensagens em que o indivíduo solicitou e chegou a comprar as gravações. “Ao contrário do que ele dizia, que não sabia como apagar, o aplicativo de conversa onde tinha a maior quantidade de materiais estava escondido no telefone. Precisamos fazer uma busca no aparelho para localizá-lo. Então, ele não é tão inocente a ponto de não saber excluir uma imagem. Ele soube até esconder o aplicativo”, disse Marcelle Bacellar.