Um flagrante inusitado movimentou o Parque Ecológico da Pampulha, em Belo Horizonte: um casal de jacarés, cevado e tranquilo, foi visto curtindo o sol às margens da Lagoa da Pampulha. A cena foi registrada nesta sexta-feira (18/04) por Ana Cláudia Parreiras, moradora da região, que avistou os dois répteis lado a lado, como se estivessem aproveitando o momento de lazer como qualquer outro frequentador do parque.

Dupla (ou casal) de jacarés ontem no Parque Ecológico da Pampulha Ana Cláudia Parreiras
Dupla (ou casal) de jacarés ontem no Parque Ecológico da Pampulha Ana Cláudia Parreiras
Dupla (ou casal) de jacarés ontem no Parque Ecológico da Pampulha Ana Cláudia Parreiras
Dupla (ou casal) de jacarés ontem no Parque Ecológico da Pampulha Ana Cláudia Parreiras

Apesar do espanto de alguns visitantes, quem conhece a história local sabe que os jacarés já são velhos conhecidos da região. A espécie encontrada ali é a Caiman latirostris, popularmente conhecida como jacaré-de-papo-amarelo.

Embora considerada de pequeno porte, essa espécie pode chegar a impressionantes três metros de comprimento.

Segundo especialistas, os jacarés da Pampulha têm um papel fundamental no equilíbrio ecológico. A alimentação deles inclui peixes, aves e moluscos, como o caramujo africano — uma praga urbana invasora que transmite doenças e se multiplica rapidamente.

Ou seja, por mais curiosa que seja a presença desses animais na lagoa, ela é também benéfica para o meio ambiente.

De hábitos noturnos, os jacarés costumam aparecer à luz do dia apenas para tomar sol. E é justamente nesses momentos em que são avistados por quem passeia ou pedala pela orla da Pampulha.

Acompanhamento visual

O monitoramento desses animais começou oficialmente em 2017. Atualmente, há estimativas de cerca de 20 adultos e 11 filhotes vivendo na região. O acompanhamento é feito de forma visual, já que a instalação de localizadores exige autorização do Ibama.

A aparição recente também trouxe à tona memórias de um ícone da fauna local: Juscelino, o jacaré mais famoso da Pampulha, que viralizou em 2014 na reportagem “Jacaré da Pampulha está cada vez mais gordo e tranquilo”, do Estado de Minas.

A origem dos jacarés na Pampulha segue cercada de mistério. Há quem diga que foram introduzidos por moradores ou que escaparam do zoológico durante uma enchente. Mas, para muitos biólogos, a explicação mais plausível é de que eles já habitavam a região antes mesmo da construção da lagoa, nas décadas de 1930 e 1940.

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Enquanto o debate sobre a origem continua, o casal clicado essa semana apenas confirma: os jacarés da Pampulha continuam sendo parte do cotidiano e do imaginário da cidade. E ao que tudo indica, seguem firmes — cevados, tranquilos e agora bem acompanhados.

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