PAMPULHA

Mulher e clube de BH trocam acusações após ela ser mordida por animal

Publicitária Michele Fraga diz que Clube Jaraguá não deu assistência e auxílio com as despesas em decorrência do tratamento de saúde. Clube rebate acusações

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A publicitária Michele Fraga, de 36 anos, acusa o Clube Jaraguá, na Pampulha, em Belo Horizonte, de não dar a devida assistência após ela ser mordida por um animal não identificado dentro do estabelecimento em 1º de março, sábado de Carnaval.

O episódio, segundo conta, rendeu a ela feridas profundas com ulceração e infecção. Por outro lado, em comunicado divulgado em 23 de maio, o clube afirmou ter agido com responsabilidade, qualificando a denúncia de negligência da publicitária nas redes sociais como “leviana e inconsequente”.

Em entrevista ao Estado de Minas, Michele conta que pagou R$ 200 em um convite para acessar as dependências do clube, já que não é sócia como outros membros de sua família. Quando se preparava para ir embora, por volta das 17h20, ela disse que juntou algumas coisas na mesa onde estava e foi até uma lata de lixo ao lado de uma árvore, quando foi atacada. Ela estava acompanhada da mãe, de 66 anos, das filhas, de 1 e 5, entre outros familiares, em um evento com apresentações musicais.

“Senti algo me mordendo na panturrilha. Olhei para baixo e só consegui ver um vulto de um animal de médio porte fugindo. Foi muito rápido e doeu bastante. Conversei com alguns médicos especialistas, biólogos e veterinários. Ao contrário do que o clube diz, eles descartam a possibilidade de ser um gato e falam que, talvez, tenha sido um gambá”, diz a publicitária, acrescentando que decidiu tornar o caso público diante da falta de apoio do clube e dos transtornos que o episódio vem causando até hoje.

Ainda de acordo com o relato, no dia do ataque do animal o clube providenciou uma ambulância e ela foi levada para um hospital da rede Mater Dei, onde possui convênio. “Mas, antes disso, recebi atendimento na enfermaria do clube. Fui bem atendida, mas eles não tinham um médico. Daí, deram auxílio na minha transferência”, relata.

Imagens enviadas por Michele Fraga mostram como ficou sua perna após a mordida do animal

Imagens enviadas por Michele Fraga mostram como ficou sua perna após a mordida do animal

Arquivo pessoal

“Eu recebi medicação para dor no Mater Dei. Depois, por orientação da médica, fui para o Hospital João XXIII e tomei três ampolas de soro antirrábico. Também recebi orientação para fazer tratamento com antibiótico, anti-inflamatório e as vacinas contra a raiva. Como as feridas começaram a inflamar, dei início ao tratamento com infectologista nos hospitais Madre Teresa e Mater Dei. A inflamação já atingiu a outra perna e estou em uso contínuo de corticoide há dois meses e, de lá para cá, já são nove antibióticos. Além disso, as feridas evoluíram para úlceras, que ainda estão abertas”, explica.

Agora, ela diz que irá registrar um boletim de ocorrência na Polícia Militar e estuda quais outras medidas tomar em relação ao clube. “Um acontecimento como esse deveria ser comunicado pela direção para alertar os frequentadores, mas isso não foi feito na ocasião. Sequer entraram em contato para saber como eu estava e entender o ocorrido. Uma falta de respeito, já que é um clube tão conceituado. Cobrei explicações por e-mail e disse que eles deveriam interditar o espaço até compreender o que estava acontecendo, afinal estavam colocando em risco a vida das pessoas. Tudo isso me causou desgaste emocional, físico e financeiro. Não me ajudaram com os custos de nada”, finaliza.

Clube rebate: “Acusação leviana e inconsequente”

Em pronunciamento, o Clube Jaraguá explica que, após o incidente, “a convidada recebeu atendimento imediato” no ambulatório do estabelecimento campestre e, em seguida, foi encaminhada a um hospital de sua escolha por meio de ambulância contratada pelo clube.

“Todas as providências administrativas necessárias foram adotadas, inclusive com o acionamento do seguro para dar os devidos encaminhamentos ao caso”.

“O Clube Jaraguá é um clube aberto, inserido em área arborizada, o que naturalmente pode atrair a presença de animais silvestres ou domésticos. Mesmo assim, mantemos contato permanente com os órgãos públicos competentes para controle desse tipo de situação e, além disso, temos contrato com empresa especializada, responsável por realizar, regularmente, o controle de pragas e insetos nas dependências do clube”, relata trecho do comunicado.

Ainda de acordo com a nota, uma equipe da Secretaria Municipal de Zoonoses da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) esteve no clube no fim de maio em atendimento a uma solicitação feita em fevereiro deste ano. Na ocasião, teria sido realizada uma “ação de recolhimento de gatos doentes e de castração dos animais sadios”. 

O Estado de Minas questionou a PBH sobre o tipo de ação realizada no clube. Por meio de nota, a Prefeitura informou que duas equipes de Zoonoses estiveram no Clube Jaraguá, na última semana, e realizaram uma avaliação do ambiente, além de uma palestra para os funcionários. Foram repassadas orientações a respeito dos animais e proposta uma atuação conjunta entre a PBH e o clube para o manejo dos felinos, incluindo controle reprodutivo, por meio da castração, vacinação antirrábica e microchipagem.

Na publicação feita em seu site e direcionada aos sócios, o Clube Jaraguá não afirma qual foi o tipo de animal responsável por morder Michele, mas aproveitou para enfatizar que “felinos infectados podem transmitir doenças”.

“Ressaltamos que é fundamental que os sócios evitem alimentar quaisquer animais que se encontrem no interior do clube. A prática de alimentação contribui para a permanência e a reprodução desses animais no local”, orienta.

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“Reiteramos que a alegação de omissão por parte do clube não corresponde à realidade, além de ser uma acusação leviana e inconsequente. O Clube Jaraguá reafirma seu compromisso com a segurança, o bem-estar e o respeito a todos os seus associados, convidados e colaboradores. Ressaltamos ainda que este é o primeiro registro de ocorrência dessa natureza em nossas dependências”, finaliza.

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