DENÚNCIA DE ESTELIONATO

Ameaça e calúnia: defesa de dono de loja de carros de luxo registra queixa

Advogado do empresário relata que o cliente recebeu ameaças feitas presencialmente e pela internet, o que motivou o registro da queixa

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A defesa do proprietário da agência de veículos de luxo Diamond Motors, localizada na Avenida Barão Homem de Melo, no Bairro Nova Granada, em Belo Horizonte, ingressou com uma interpelação extrajudicial contra quatro homens por calúnia, ameaça e difamação contra o empresário e a empresa dele. O caso envolve disputas sobre negociações de veículos e denúncias públicas de suposto estelionato de R$ 30 milhões.

Com dois dos envolvidos, são realizadas tratativas para resolução das dívidas. Já contra os outros dois, houve o registro das queixas por calúnia.

O documento, assinado pelo advogado Eduardo Teixeira de Araújo, é dirigido a um ex-funcionário, um cliente, um vendedor comissionado e um empresário concorrente. A interpelação, à qual a reportagem teve acesso, acusa os quatro de divulgarem conteúdo calunioso e difamatório nas redes sociais e na mídia, entre os dias 6 e 11 de junho, contra a empresa e seu sócio-fundador.

Segundo a defesa, os vídeos e mensagens publicados nas redes sociais pelos acusados foram salvos como prova e mostram, de acordo com o advogado, uma intenção clara de ofender, caluniar e difamar a empresa. 

Com base nisso, a Diamond Motors afirma que vai tomar as providências legais cabíveis, tanto na Justiça cível, pedindo indenização por danos morais, quanto na Justiça criminal.

O advogado argumenta que, embora a liberdade de expressão seja um direito constitucional, ela não pode se sobrepor ao direito à honra, imagem e dignidade da empresa e de seus representantes legais. “A liberdade de informar, embora não deva ser tolhida, tem de ser exercida com responsabilidade, sem lesionar os direitos individuais dos cidadãos, como no caso a Diamond Motors é atingida por ato da parte interpelada”, afirma o documento.

A interpelação também questiona a conduta de um ex-funcionário da Diamond e atual comerciante de veículos, por suposta concorrência desleal. Segundo Eduardo Teixeira, o homem estaria usando sua antiga ligação com a loja para tentar atrair clientes com publicações nas redes sociais. Contra ele, foi apresentada queixa-crime por calúnia no Juízo Criminal da Capital.

Um comerciante de veículos que alegou prejuízo de R$ 950 mil ao EM também foi citado. A defesa afirma que ele e o ex-funcionário não se enquadram como consumidores finais, portanto não podem alegar posição de hipossuficiência diante da empresa. A lisura das operações de ambos será questionada também na esfera criminal. 

“O meu golpe aí foi de quase R$ 1 milhão. Conheço uma por uma das outras vítimas. Antes, eu achava que o golpe era de R$ 10 milhões, depois R$ 20 milhões, mas agora somando todo mundo chega a R$ 30 [milhões]”, contou o empresário citado. “Eu vendo carro há dez anos e esse é o maior golpe da história do mercado automotivo. É um embolo. Ele sempre promete, diz que vai resolver, mas como que uma pessoa que não tem nada vai “brotar” R$ 30 milhões? Não vai. É uma dívida impagável”.

Um terceiro citado é um vendedor comissionado, como afirma a defesa. Segundo o advogado, ele não era cliente final e há uma tentativa de acordo em curso. “Trata-se de uma relação estritamente comercial”, aponta a interpelação, que também afirma que os salários de maio de 2025 foram quitados regularmente.

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A quarta pessoa citada é um cliente. Conforme a defesa, ele deu uma entrevista ao Grupo Globo, reconhecendo ter recebido parte dos pagamentos devidos. Ainda segundo a defesa, o suposto débito não caracteriza estelionato. O documento afirma ainda que o cliente é o único dos envolvidos cujo porte de armas é conhecido pela defesa. De acordo com Eduardo, uma reunião foi agendada nos próximos dias para definição de acordos de pagamento.

Ameaças pela internet e pessoalmente

O advogado Eduardo Teixeira também compartilhou com a reportagem capturas de mensagens enviadas ao empresário por membros do grupo, com ameaças explícitas. Em uma delas, um dos envolvidos avisa: “Estamos te esperando no destino, pilantrinha”. 

Ameaças incluem avisos de que "vamos atrás de você até no inferno"
Ameaças incluem avisos de que "vamos atrás de você até no inferno" Imagens cedidas ao EM

Na ocasião, o homem fazia parte de um grupo de aproximadamente 15 pessoas que cobravam o acusado na porta de um hotel em que ele estaria hospedado, na região do Bairro Vila da Serra, em Nova Lima, na Grande BH, no dia 7 de junho. Segundo o grupo, o homem estava escondido com escolta armada. Porém, conforme a defesa, o homem visitava o pai, que mora no hotel.

Outro trecho diz que, se o dinheiro não fosse devolvido, o proprietário da loja “acordaria no caixão”. As ameaças, segundo a defesa, ocorreram presencialmente e por aplicativos de mensagens, e foram registradas em boletim de ocorrência pela Polícia Civil.

Proprietário saiu da cidade

Em nota divulgada na última semana, o advogado Eduardo Teixeira de Araújo afirmou que, na realidade, a loja Diamond Motors é vítima de estelionato de aproximadamente R$ 2 milhões, o que prejudicou o fluxo de caixa da empresa. A defesa do empresário afirma que o estabelecimento foi lesado por parceiros lojistas em 2025, o que prejudicou o cumprimento de obrigações comerciais.

Ainda de acordo com a nota, o dono da loja precisou retirar a família de Belo Horizonte no último final de semana por causa de ameaças sofridas. Um boletim de ocorrência foi registrado e a Polícia Militar foi acionada para garantir a saída do empresário de dentro do estabelecimento.

O documento registrou que as vítimas estavam exaltadas e queriam agredir ou impedir a saída do proprietário da agência do hotel. Após o registro da ocorrência, o suspeito foi escoltado para fora do local. Segundo a polícia, a medida foi tomada para evitar que o caso evoluísse para lesão corporal.

A empresa solicita que os clientes enviem documentos, contratos, comprovantes de pagamento ou algum documento escrito que comprove acordos comerciais firmados para o e-mail [email protected]. “A Diamond Motors pretende preservar e manter sua operação comercial, sendo que a crise de crédito macroeconômica e uma série de descumprimento de obrigações comerciais por terceiros, prejudica todo o setor de veículos de luxo em Belo Horizonte”, afirma o documento.

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