Operação prende 5 integrantes de grupo neonazista com atuação em Minas e SP
Célula investigada estaria envolvida em atos de apologia ao nazismo na internet, discriminação de grupos minoritários e discursos de ódio
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Siga noCinco homens, com idades entre 18 e 20 anos, foram presos durante uma ação conjunta das polícias civis de Minas Gerais (PCMG) e do Estado de São Paulo (PCESP) na manhã desta quarta-feira (18/6). A operação, intitulada Overlord, teve como alvo uma célula neonazista atuante nos dois estados.
Além das prisões, os policiais cumpriram cinco mandados de busca e apreensão em Nova Lima, na Grande BH, e em Poços de Caldas, no Sul de Minas, além de Campinas, interior paulista.
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Durante cumprimento de mandado contra o suspeito residente em São Paulo, os policiais encontraram com ele conteúdo de pornografia infantil nos seus dispositivos, motivo pelo qual ele também foi autuado em flagrante.
Como o grupo atuava?
A Polícia Civil informou que a célula investigada estaria envolvida em atos de apologia ao nazismo na internet, discriminação de grupos minoritários e discursos de ódio. Além disso, realizavam atos extremistas nos municípios de Belo Horizonte, Nova Lima, Poços de Caldas e Campinas, com a pichação de emblemas nazistas em edificações, veiculação de cartazes antissemitas, enfrentamento e agressões de grupos minoritários, como a população LGBTQIA+ e os chamados antifas (denominação dada pelos investigados ao grupo de pessoas que se opunham ao fascismo).
Ainda segundo apurado, alguns integrantes da célula neonazista buscavam angariar capital para subsidiar suas ações, tanto pelo comércio virtual de emblemas neonazistas, gerados por impressoras 3D, como por meio do tráfico de drogas.
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Início das investigações
A operação de hoje decorre de investigações realizadas após a prisão preventiva do suspeito de liderar a célula nazista em Belo Horizonte, um homem de 20 anos. Ele é apontado como responsável por coordenar a atuação dos comparsas nos demais municípios, organizando e planejando ações de inteligência.
As investigações tiveram início em dezembro de 2023, após informações repassadas pela Homeland Security Investigations – da embaixada dos Estados Unidos da América em Brasília. Na ocasião, foi informado o envolvimento de indivíduos em uma rede social veiculando discursos neonazistas, supremacistas e de ódio contra grupos marginalizados, bem como a intenção de possíveis atos de violência. As apurações prosseguem.
Apreensões: socos ingleses e livros sobre Hitler
As buscas resultaram na apreensão de vasto material, incluindo diversas armas brancas (facas, machadinha, canivetes, espadas), socos ingleses, tcheco, balestras (arco e flecha), barraca de acampamento, spray de pichação, fardamento paramilitar, algemas, arma de airsoft e isqueiros em formato de granada de mão. Os policiais também apreenderam dispositivos informáticos, como celulares, computadores, pen drives, videogame e máquinas digitais.
Além desses itens, nos endereços alvos das buscas, foram encontrados livros com temáticas militares, sobre Adolf Hitler e armas de fogo, assim como caderno com anotações de símbolos nazistas (suástica) e emblema contendo o retrato falado de Theodore Kaczinsky (terrorista norte-americano preso por matar diversas pessoas com envio de cartas bomba).
Overlord
O nome da ação policial faz referência à denominação da operação oficial de invasão da Normandia, liderada pelos Aliados, em 1944, e que impôs significativa derrota das tropas de Adolf Hitler na Segunda Guerra Mundial, representando ofensiva decisiva contra o regime nazista.
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