Cresce a procura por testes para doenças respiratórias
Drogarias de Belo Horizonte chegaram a registrar aumento de até 260% em maio, principalmente para influenza A e a COVID-19
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Siga noFarmácias de Belo Horizonte têm registrado crescimento na procura por exames para doenças respiratórias como a influenza A e a COVID-19. A Drogaria Araujo informa que em maio houve um aumento de 260%, em relação ao mês anterior. Na primeira quinzena de junho, já foi feita a média total de exames esperados para o mês, com quase 40% dos resultados positivos para influenza A, um dos tipos de vírus causador da gripe.
O boletim InfoGripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), na quarta-feira (18/6), referente à 24ª semana epidemiológica, de 8 a 14 de junho, mostra que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) seguem em crescimento em parte do país.
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Infectologista ouvida pelo Estado de Minas aponta que fazer exames para diagnosticar a doença respiratória logo nos primeiros sintomas é importante para iniciar o tratamento e impedir que o quadro se agrave, evitando internações, por exemplo, principalmente para a população de risco de complicações, como idosos e crianças.
Com a chegada do inverno, que tem início hoje (20/6), os casos de doenças respiratórias aumentam e o diagnóstico precoce pode ser fundamental para evitar agravamento do quadro e sobrecarga nos serviços de saúde.
Diagnóstico precoce
Os testes rápidos disponíveis em farmácias podem ser uma boa opção para detectar as doenças e procurar atendimento médico logo nos primeiros sintomas. Esses exames identificam infecções em poucos minutos, usando amostras de secreção nasal ou saliva.
A infectologista Melissa Valentini, do Laboratório Hermes Pardini, destaca que estes testes rápidos oferecidos pelas farmácias pesquisam antígenos e têm uma sensibilidade menor que os exames PCR, feitos em laboratório. “São metodologias diferentes: o antígeno vai pesquisar parte do vírus e o PCR pesquisa parte do material genético do vírus.”
Ela aconselha que o exame seja feito o quanto antes, logo no aparecimento dos primeiros sintomas. “Principalmente, para diferenciar Influenza de COVID. Em ambos os casos, temos medicações disponíveis para tratamento na população de risco. Isso é o mais importante. Obesos, gestantes e puérperas, crianças menores de cinco anos, idosos acima de 60 anos, pessoas com comorbidades e imunossuprimidos são pessoas com risco maior de complicações para doenças respiratórias. Com a complicação, é importante saber qual o vírus para direcionar o tratamento, que tem que ser iniciado o mais rápido possível (dentro dos três primeiros dias).”
A infectologista explica que os exames laboratoriais conseguem identificar vários tipos de vírus respiratórios e não apenas influenza e COVID. “Como vírus sincicial respiratório (VSR), que causa formas graves de doenças respiratórias em crianças e idosos acima de 65 anos”, pontua.
Para ela, o ideal é procurar o médico que vai orientar qual o melhor teste a ser feito, aquele mais indicado para o paciente. “O médico vai dizer o que será feito, dentro da gravidade do quadro, nem que seja por uma consulta feita on-line.”
A infectologista lembra, ainda, que pessoas com doenças respiratórias transmitem o vírus por entre cinco e 10 dias. Por isso, é importante o uso de máscaras para evitar transmissões, fazer a higiene das mãos e seguir a etiqueta da tosse.
Rede pública
A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informa que segue o protocolo do Ministério da Saúde e testa pacientes que procuram as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) com sintomas gripais como febre, dor de garganta, tosse e dor no corpo.
“Essa testagem é realizada por meio de amostragem. Também é realizado o exame para detecção de influenza em hospitais sentinelas – um equipamento de saúde que identifica e investiga os possíveis casos para avaliar se há circulação do vírus na cidade –, em todos os pacientes internados com quadro de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)”, explica o executivo municipal, em nota.
Em relação à COVID-19, nos centros de saúde são feitos testes para pessoas com sintomas respiratórios e pertencentes ao grupo prioritário. Os demais usuários podem agendar o teste pelo portal da PBH. “O resultado será repassado ao usuário cerca de 20 minutos após a coleta, pessoalmente, com as devidas orientações.”
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informa que também segue as diretrizes do Ministério da Saúde. Todos os pacientes com sintomas passam por uma triagem, para avaliar a gravidade, como saturação de oxigênio, esforço respiratório, febre persistente. Também são analisados critérios epidemiológicos, como comorbidades, faixa etária, situação vacinal, exposição recente a outros vírus, entre outros.
Ainda segundo a SES-MG, a testagem laboratorial é obrigatória para casos de internação por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), mortes por causas respiratórias e casos incluídos na vigilância sentinela de Síndrome Gripal (SG).
InfoGripe
De acordo com o levantamento feito pela Fiocruz, 14 das 27 capitais apresentam nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco com sinal de crescimento na tendência de longo prazo. Belo Horizonte está entre elas.
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A influenza A se mantém como principal causa de internações de jovens, adultos e idosos, com maior incidência e mortalidade entre os idosos. O boletim mostra também que em alguns estados do Centro-Oeste e Sudeste, além do Tocantins, os casos de SRAG começaram a cair. Porém, o número de hospitalizações ainda permanece alto.
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 39,2% de influenza A, 0,8% de influenza B, 45% de vírus sincicial respiratório, 17,7% de rinovírus, e 1,6% de Sars-CoV-2 (COVID-19).