ALERTA DE GOLPE

Criminosos tentam aplicar golpe usando nome de famosa loja de bolos em BH

Golpistas se aproveitam de datas especiais para enganar vítimas com falsas entregas de presente. Entenda como funciona o golpe e como se proteger

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O que deveria ser um dia de festa tem se transformado em dor de cabeça para muitos belo-horizontinos. Criminosos estão usando o nome e o endereço de unidades da famosa loja de bolos Sodiê Doces, em Belo Horizonte, para aplicar um golpe que se aproveita de aniversários para enganar vítimas.

No golpe, bandidos entram em contato dizendo que vão enviar um presente de aniversário e que a pessoa só precisa pagar uma taxa de entrega. Eles afirmam que não aceitam dinheiro em espécie e, na hora de passar o cartão e digitar a senha, o crime se concretiza. O valor que aparece na maquininha é baixo, geralmente cerca de R$ 5, mas o que é digitado pode ser muito maior.

“Eles tinham meu telefone e o nome da minha mãe”

A jornalista Juliana Sodré quase caiu no golpe no dia do aniversário da mãe, de 71 anos. Recebeu uma mensagem oferecendo uma suposta cesta de presente da Sodiê e percebeu que havia algo errado quando os golpistas disseram que só aceitavam pagamento no cartão. Ao ligar na loja indicada, descobriu que se tratava de uma fraude.

O que mais chamou a atenção, segundo Juliana, foi o fato de que os criminosos tinham seu telefone associado ao nome completo da mãe. Ela acredita que os dados possam ter sido obtidos em cadastros ou vazamentos anteriores.

Outra vítima, o jornalista Ronaldo Xavier, conta que recebeu a promessa de retirada de um presente em uma unidade da doceria em um shopping da capital, mas, ao tentar buscar, descobriu que a loja não existia no local.

Golpe já virou rotina

De acordo com a responsável por uma unidade da loja em Belo Horizonte, o golpe tem se repetido quase todos os dias. Pelo menos cinco a sete pessoas ligam na loja diariamente relatando terem recebido mensagens suspeitas ou depois de já terem caído na fraude.

Os golpistas dizem que é preciso pagar uma taxa simbólica de R$ 4 ou R$ 5, mas, na hora de passar o cartão, digitam valores absurdos como R$ 7 mil, R$ 8 mil ou até R$ 14 mil. A comerciante reforça que o golpe não tem relação com a loja e que nem sempre as vítimas são clientes.

Esse tipo de golpe não é isolado. Dados da Polícia Civil de Minas Gerais mostram que os crimes de estelionato cibernético cresceram 9,34% em 2025 em comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 31.340 ocorrências registradas até 24 de junho, uma média de 179 casos por dia no estado.

Como os criminosos conseguem os dados

O advogado especialista em direito digital Alexandre Atheniense explica que os dados das vítimas geralmente vêm de vazamentos ocorridos nos últimos anos. Informações como nome, CPF, telefone e data de nascimento circulam livremente em redes criminosas e alimentam golpes como esse.

Organizações criminosas usam essas informações para criar golpes que exploram situações emocionais como aniversários, flores e presentes, afirma o especialista.

O estelionato virtual é crime previsto no artigo 171 do Código Penal, com pena que varia de quatro a oito anos de prisão, além de multa. Se a vítima for idosa ou considerada vulnerável, a pena pode ser aumentada.

O advogado alerta que rastrear os criminosos não é simples. Eles costumam se esconder por trás do anonimato digital e a quebra de sigilo para identificação depende de decisão judicial. Por isso, a recomendação é sempre desconfiar, checar as informações fora do ambiente digital e nunca fazer pagamentos sem ter certeza de quem está do outro lado.

O que diz a Sodiê

Em nota, a Sodiê Doces informou que mantém alertas constantes em seus canais de comunicação e reforça que não cobra taxas de entrega fora do ato da compra. Caso receba alguma mensagem suspeita, o consumidor deve ignorar e buscar os meios de contato oficiais da marca, disponíveis no site.

Nesse tipo de golpe, a empresa também é vítima, já que tem sua imagem e reputação usadas de forma indevida. O advogado explica que a empresa não tem responsabilidade sobre a fraude, mas pode tomar medidas na Justiça para tentar identificar os criminosos e proteger sua marca.

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Como se proteger do golpe do presente

  • Desconfie de qualquer mensagem oferecendo presentes inesperados;

  • Nunca pague taxas de entrega para mensagens vindas de números desconhecidos;

  • Cuidado se a cobrança for aceita apenas no cartão e a maquininha estiver com o visor danificado ou coberto;

  • Confirme diretamente com a loja, usando os contatos oficiais divulgados no site da empresa;

  • Se cair no golpe, registre um boletim de ocorrência na Polícia Civil e acione a operadora do cartão para tentar bloquear a transação.

*Estagiária sob supervisão da subeditora Celina Aquino

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