O cirurgião plástico Joshemar Fernandes Heringer foi condenado a dois anos de reclusão por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) em decorrência da morte de Edisa de Jesus Soloni. A cabeleireira morreu aos 20 anos, em 2020, depois de ser submetida a três cirurgias plásticas na clínica do médico, no Bairro São Pedro, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.

A sentença da 9ª Vara Criminal da capital foi assinada no último dia 22 pela juíza Lucimeire Rocha, que fixou o regime semiaberto. No entanto, na prática, o médico seguirá livre, pois a pena privativa de liberdade foi substituída por uma restritiva de direitos. Nesse sentido, a Justiça determinou a proibição do exercício da profissão pelo período de 18 meses.

Conforme a denúncia do Ministério Público, o médico agiu culposamente, em razão de conduta profissional negligente e sem observância de regra técnica da profissão.

Na manhã de 11 de setembro de 2020, a jovem foi à clínica para realizar uma cirurgia estética múltipla, composta por lipoaspiração e lipoenxertia (transferência de gordura) nos glúteos. O procedimento durou 1h30. Por volta das 17h30, já no quarto, Edisa acordou da anestesia passando mal. Às 18h, uma enfermeira identificou que os sinais vitais dela não estavam estáveis.

“Na oportunidade, foi realizada a inserção de um cateter nasal de cinco litros de oxigênio, em virtude da baixa saturação da paciente. Referido procedimento foi realizado pela enfermeira e, somente depois, Joshemar Fernandes Heringuer compareceu à clínica para prestar atendimento médico à paciente”, diz o MP.

A paciente chegou ao Hospital Felício Rocho, na capital, às 20h40, e morreu no dia seguinte em decorrência de “choque cardiogênico”, condição em que o coração não consegue bombear sangue suficiente.

Segundo o perito do IML, a vítima teve uma embolia pulmonar gordurosa maciça “consequente ao procedimento cirúrgico”. “A técnica empregada não é a recomendada atualmente pelas diversas sociedades de cirurgia plástica, pelo risco de provocar a mesma complicação observada neste caso, que levou ao óbito”, completou o Ministério Público.

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A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Joshemar Fernandes Heringer. O advogado dele não possui telefone pessoal para contato no Cadastro Nacional dos Advogados (CNA). O espaço segue aberto para manifestação.

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