Clara Maria: Justiça encerra audiência sem ouvir réus por execução brutal
Defesa de um dos acusados insistiu em ouvir testemunhas não localizadas. Justiça deu prazo para que elas sejam apresentadas e remarcou depoimentos para agosto
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Siga noA Justiça encerrou por volta das 17h30, nesta sexta-feira (3/7), a primeira audiência de instrução em relação ao processo sobre o assassinato brutal em Belo Horizonte de Clara Maria Venâncio Rodrigues, ocorrido em março deste ano.
Thiago Schafer Sampaio, apontado como o responsável pelo enforcamento da jovem de 21 anos, e o colega dele, Lucas Rodrigues Pimentel, acusado de auxiliar na ocultação do corpo, seriam interrogados hoje, mas só serão ouvidos em 12 de agosto em audiência marcada para as 16h.
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“A defesa de Thiago Schafer insistiu em ouvir duas testemunhas não localizadas para essa audiência”, esclareceu a assessoria do Fórum Lafayette, localizado no Bairro Barro Preto, Região Centro-Sul da capital.
Com isso, a juíza Ana Carolina Rauen Lopes de Souza, sumariante do 1º Tribunal do Júri, deu prazo de 48 horas para que os advogados apresentem o endereço atualizado das testemunhas.
Na audiência desta quinta, a Justiça ouviu uma psicóloga e uma psiquiatra que atenderam o réu Thiago. Todas as testemunhas de acusação e parte das de defesa dos réus prestaram depoimento hoje.
Relembre o caso
Clara Maria foi encontrada morta na casa de Thiago, no Bairro Ouro Preto, na Região da Pampulha, em 12 de março. O assassinato aconteceu no dia 9 do mesmo mês, dia em que a jovem desapareceu.
Na noite do crime, a jovem avisou ao namorado que iria se encontrar com o ex-colega de trabalho, Thiago, em frente a um supermercado na avenida Fleming e, depois, iria para casa. Como ela não retornou, o namorado e amigos em comum com Clara Maria iniciaram as buscas.
Thiago tinha uma dívida de R$ 400 com a vítima, contraída quando ambos trabalhavam juntos em uma padaria localizada no mesmo bairro onde o suspeito morava. No dia do desaparecimento, ele teria entrado em contato com Clara Maria e manifestado a intenção de pagar a dívida.
“Um detalhe importante é que essa dívida não estava sendo cobrada pela vítima, mas foi usada como desculpa para que o suspeito pudesse encontrá-la na noite do crime”, destacou o delegado Alexandre Oliveira da Fonseca em coletiva à imprensa na ocasião.
Inicialmente, Thiago afirmou que a intenção ao atrair Clara até a sua casa era subtrair valores da conta bancária dela, por meio do celular. No entanto, ele também declarou que ficou com ciúmes quando, dias antes do assassinato, viu a jovem acompanhada do namorado em uma cervejaria.
Thiago estava sozinho em casa quando foi preso. Os investigadores relataram que já era possível sentir um forte cheiro assim que se aproximaram do imóvel. Logo na entrada havia uma área de jardim com uma fina camada de cimento aplicada recentemente. A estrutura foi removida com facilidade, e parte do corpo de Clara apareceu. O suspeito recebeu voz de prisão naquele momento.
Lucas Rodrigues Pimentel também foi preso em casa, em Santa Luzia, na Grande BH. Ele trabalhava na mesma avenida em que fica a padaria onde Clara era auxiliar de cozinha. Foi nesse estabelecimento — localizado no mesmo bairro (Ouro Preto) onde o corpo dela foi encontrado — que ela e Thiago se conheceram.
Lucas confessou, segundo a Polícia Civil, que nutria ódio pela jovem depois de ter sido repreendido por ela em público após fazer apologia ao nazismo. Depois, teria admitido a amigos que queria ver a jovem morta.
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