Uma megaoperação realizada em Nova Serrana, na Região Centro-Oeste de Minas Gerais, resultou na apreensão de mais de 1,7 milhão de maços de cigarros contrabandeados. As mercadorias estavam armazenadas em um galpão clandestino, que foi alvo de mandado de busca e apreensão cumprido na manhã dessa quarta-feira (2/7). Estima-se que o prejuízo aos cofres públicos com a sonegação de impostos ultrapasse R$ 4,6 milhões.

A ação, fruto da atuação integrada da Receita Estadual, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Militar (PMMG), Polícia Civil (PCMG) e Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), teve início com a identificação de um veículo suspeito pela PRF. A partir do monitoramento da rota, foi possível localizar o depósito onde o material estava estocado.

Durante toda a noite, a Polícia Militar manteve vigilância no local, enquanto o MPMG agiu com rapidez para garantir a autorização judicial. Na manhã seguinte, com o mandado expedido, as forças de segurança entraram no imóvel e localizaram a carga expressiva de cigarros ilegais, além de indícios de uma estrutura organizada voltada ao comércio clandestino.

Auditores fiscais da Delegacia Fiscal de Divinópolis participaram diretamente do cumprimento da operação, oferecendo suporte técnico e trabalho de inteligência. Segundo estimativas preliminares, o estoque pode representar cerca de R$ 13 milhões em mercadorias ilegais.

Segundo o Ministério Público, a operação demonstra a eficácia da articulação entre os órgãos envolvidos e o papel central da resposta rápida no enfrentamento ao crime organizado, com impacto direto na proteção da ordem econômica e da saúde pública.

Fumus Iuris em Uberlândia

Também na quarta-feira (3/7), a Receita Federal, em parceria com a Polícia Militar Rodoviária, desencadeou a Operação Fumus Iuris, em Uberlândia, com foco na repressão ao contrabando de cigarros de origem paraguaia. A ofensiva atingiu seis pontos comerciais nos bairros Dom Almir, São Jorge, Brasil, Morada Nova e Jardim das Palmeiras, todos previamente identificados com indícios de venda de produtos ilegais.

Durante a ação, cigarros contrabandeados, produtos irregulares e documentos foram apreendidos. De acordo com o capitão Vitor, comandante da Companhia Rodoviária da PMMG em Uberlândia, os estabelecimentos-alvo utilizavam as rodovias da região como rota de entrada para os produtos ilícitos. “O Triângulo Mineiro é uma região sensível, por onde passam rotas que ligam fornecedores do Paraguai a diferentes cidades de Minas e de outros estados”, explicou.

Ainda segundo o capitão, embora a maior parte dos locais não tenha oferecido resistência, em uma das abordagens foi necessário reforço tático diante da movimentação de pessoas em uma área considerada de risco. “Nosso foco não é só o tráfico de drogas. O contrabando de cigarros alimenta o caixa de organizações criminosas, que usam esse dinheiro para lavar recursos e financiar outras atividades ilícitas”, destacou.

Os produtos apreendidos, caso não sejam regularizados, serão declarados perdidos em favor da União, podendo ser destruídos ou reaproveitados de forma sustentável. Os responsáveis pelos estabelecimentos podem responder administrativa e criminalmente por contrabando e descaminho.

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O nome da operação, Fumus Iuris, é uma expressão latina que significa “fumaça do direito” e faz alusão aos indícios legais que fundamentam a atuação repressiva, remetendo diretamente ao produto alvo da ofensiva: o cigarro ilegal.

* Estiagária sob supervisão da editora Ellen Cristie. 

 

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