O conjunto de sítios arqueológicos do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, um dos mais importantes do Brasil, situado entre os municípios de Januária, Itacarambi e São João das Missões, no Norte de Minas, está na expectativa de conquistar o reconhecimento internacional. O acervo de grutas, cavernas e pinturas rupestres, que faz parte do Cânion do Rio Peruaçu, está sendo avaliado na 47ª sessão do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco, iniciada no último domingo (6/7), em Paris.

Entre as atrações o parque conta com visita às grutas, lapas e trilhas Mariana Xavier Dutra/divulgação
A água dá um toque especial à visita ao parque Mariana Xavier Dutra/divulgação
Grades salões encantam visitantes e exibem diferentes estágios da história da terra Mariana Xavier Dutra/divulgação
Além das belezas naturais, a região conta com uma rica culinária com pratos culinários Mariana Xavier Dutra/divulgação
O conjunto também é enaltecido como uma área de "beleza naturl e estética de excepcional importância" Mariana Xavier Dutra/divulgação
O acervo de grutas, caverna e pinturas rupestres, que faz parte do Cânion do Rio Peruaçu está sendo avaliado pela Unesco Maria Camila Oliveira Machado/divulgação
Situado entre os municípios de JAnuária, Itacarambi e São João das Missões no Norte de Minas, o conjunto é um dos mais importantes do Brasil Mariana Xavier Dutra/divulgação
Os grandes salões chamam atenção dos visitantes e mostram diferentes estágios da história da Terra Mariana Xavier Dutra/Divulgação
Além das belezas naturais, a região conta com uma rica culinária com pratos culinários Mariana Xavier Dutra/divulgação
O conjunto também é enaltecido como uma área de "beleza naturl e estética de excepcional importância" Mariana Xavier Dutra/divulgação
O acervo de grutas, caverna e pinturas rupestres, que faz parte do Cânion do Rio Peruaçu está sendo avaliado pela Unesco Maria Camila Oliveira Machado/divulgação
Situado entre os municípios de JAnuária, Itacarambi e São João das Missões no Norte de Minas, o conjunto é um dos mais importantes do Brasil Mariana Xavier Dutra/divulgação


A previsão é que a candidatura do Cânion do Peruaçu seja analisada a partir da próxima sexta-feira (11/7) e que a decisão saia até domingo (13/7). Se aprovado, o Vale do Peruaçu terá o título de Patrimônio Mundial Natural, ao lado de outros locais icônicos igualmente reconhecidos no Brasil como os Lençóis Maranhenses, o arquipélago de Fernando de Noronha, o Pantanal Mato-Grossense e o Parque Nacional do Iguaçu.


Formado por representantes de 22 nações, o comitê da Unesco avalia as propostas de se tornar patrimônio natural e cultural de 32 países de todos os continentes. A 47ª sessão do comitê vai até o dia 16 de julho.


A busca da importante chancela ao Peruaçu envolve luta de 27 anos, desde que a candidatura foi apresentada pela primeira vez, em 1998. Ela foi abraçada pelo Governo Federal, que informou que todas as etapas e exigências da Unesco foram cumpridas pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), com o apoio do Ministério das Relações Exteriores.


O poder executivo ressalta que a proposta do Cânion do Peruaçu, que alcança 38.003 hectares do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, “abriga o exemplo mais notável de carstificação de um sistema fluvial até agora reconhecido e documentado no mundo, o que inclui um rio subterrâneo de 21 quilômetros de extensão. Trechos colapsados ao longo de seu curso subterrâneo revelam o rio em cerca de seis pontos. Essas seções desabrigadas formam impressionantes cânions com até 200 metros de profundidade”.


Um dos pontos destacados na proposta da candidatura analisada pelo comitê da Unesco é o que Cânion do Peruaçu se apresenta como “um exemplo excepcional representativo de diferentes estágios da história da Terra, incluindo o registro da vida e dos processos geológicos no desenvolvimento das formas terrestres ou de elementos geomórficos ou fisiográficos importantes”. O conjunto também é enaltecido como uma área de “beleza natural e estética de excepcional importância”.


“A inscrição do sítio na Lista do Patrimônio Mundial da Unesco visa fortalecer a preservação ambiental, impulsionar o turismo sustentável e promover o valor histórico e científico do sítio, trazendo benefícios para os municípios do entorno do parque”, destaca o Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática.

Histórico


A candidatura do conjunto de sítios arqueológicos do Vale do Peruaçu ao título de patrimônio natural mundial envolve 27 anos de estudos e articulação técnica e política. A primeira ação com vistas ao reconhecimento internacional da importância do Peruaçu ocorreu em 1998, quando a região foi incluída na lista de bens naturais a serem reconhecidos pela Unesco, por articulação do professor José Ayrton Labegallini, da Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE). Ele divulgou o Peruaçu para a comunidade científica e espeleológica mundial.


A partir de 2017, o projeto para o encaminhamento da candidatura junto à Unesco ganhou impulso, com os esforços de Leonardo Giunco, integrante do Conselho Consultivo do Parque Nacional como representante da SBE. Foi iniciada uma nova mobilização junto ao governo brasileiro para o fortalecimento da campanha em prol do reconhecimento internacional do Peruaçu.


Em outubro de 2024, uma missão da União Internacional da Conservação da Natureza (UICN), órgão técnico da Unesco, fez inspeção detalhada na área dos sítios arqueológicos do Peruaçu. A vistoria incluiu visitas às principais cavernas, áreas de arte rupestre, trilhas, estruturas de conservação e projetos de base comunitária.


O parecer técnico final foi entregue em abril de 2025, recomendando que a candidatura siga para deliberação do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco, que, agora, está reunido e deverá tomar uma decisão até o próximo domingo.

“O reconhecimento do Vale do Peruaçu como Patrimônio Natural Mundial representa uma oportunidade histórica para conciliar preservação ambiental com desenvolvimento local, promovendo uma transformação positiva e duradoura para toda a região”, afirma Leonardo Giunco. “Isso pode gerar mais apoio institucional, recursos públicos e investimentos na região, voltados à conservação e ao turismo ecológico, o que beneficiará guias, hospedagens, restaurantes, artesãos e toda uma extensa cadeia econômica”, complete o membro do Comitê Consultivo do Parque Cavernas do Peruaçu.

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“O Peruaçu reúne valores universais excepcionais. O reconhecimento pela Unesco não é apenas simbólico, mas uma ferramenta para proteger, valorizar e desenvolver a região de forma sustentável”, conclui Giunco.

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