O último período chuvoso, que terminou em março de 2025, registrou 27 mortes e 170 municípios em situação de emergência. Para fortalecer as ações de prevenção e resposta a desastres, foi criado o Acordo de Cooperação Técnica entre a Defesa Civil e o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG).
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O documento foi assinado nesta terça-feira (08/07) pelo governador Romeu Zema (Novo) e cria uma rede de engenheiros, agrônomos e geocientistas voluntários registrados no Conselho, que atuarão em todo o território mineiro oferecendo suporte técnico aos municípios. Dessa forma, a intervenção das equipes será mais rápida e eficaz, uma vez que não será necessário deslocar especialistas por grandes distâncias.
“Estamos somando esforços para que nós sejamos o estado cada vez mais bem preparado para fazer face aos eventos climáticos extremos que estão se tornando cada vez mais comuns. Teremos condição de responder mais rapidamente e, a longo prazo, executar obras estruturantes que venham a evitar tanto inundações quanto deslizamentos”, declarou Zema.
Capacitação e prevenção
O coordenador estadual de Defesa Civil, coronel Paulo Roberto Bermudes, explicou que áreas de risco já estão mapeadas em todas as regiões de Minas Gerais e que o diagnóstico passará por atualização constante. Também está prevista a capacitação dos voluntários pela Defesa Civil, a troca de dados técnicos e o apoio à programas de prevenção.
“Vamos investir nos cursos que já existem e em seminários. Se antes o foco estava muito voltado para gestão e resposta ao desastre, devemos ter uma ação cada vez mais forte e firme na prevenção”, afirma.
Segundo o presidente do Crea-MG, Marcos Torres Gervásio, há profissionais qualificados em todo o território mineiro. Diante da diversidade de terrenos e biomassa, a iniciativa vai utilizar o conhecimento dos engenheiros locais para prevenir os impactos das chuvas, como áreas suscetíveis a enchentes ou deslizamentos. os profissionais também atuarão em vistorias de imóveis e inspeções em áreas afetadas.
O Crea-MG conta com mais de 200 mil profissionais de todas as modalidades de engenharia, segundo Gervásio, além de ter 80 inspetorias instaladas por todo o estado. Cada ponto está equipado com auditórios e salas de treinamento que ficarão à disposição da Defesa Civil para serem utilizadas para os cursos de capacitação. Caso seja necessário o deslocamento do voluntário, o conselho vai arcar com as despesas de estadia e alimentação.
“Os profissionais que vão ser devidamente capacitados para ter esse olhar de diagnóstico. Nada melhor do que ter esse mapeamento para trabalhar de forma preventiva e, quando acontecer um desastre, a gente já saber as ações a serem tomadas e mitigar os danos”, afirma o presidente.
Investimentos em tecnologias
Esta não é a primeira iniciativa do governo de Minas para preparar Minas Gerais para situações de desastre. Em novembro de 2024, foi inaugurado o Centro de Inteligência em Defesa Civil (Cindec). A estrutura de R$ 12,5 milhões foi montada na Cidade Administrativa, no bairro Serra Verde, Região de Venda Nova, e conta com painel de monitoramento de dados em tempo real e uma equipe de especialistas para analisar informações meteorológicas, geológicas e pluviométricas.
O centro tem como objetivo integrar uma rede de bancos de dados de diferentes áreas do governo, para realizar análises mais aprofundadas sobre situações de risco e desastres e para prevenir situações de emergência, desde os períodos de chuva e de queimadas, como a situação das barragens localizadas no estado.
Na época, o governo do estado informou que as informações do Cindec poderiam ser acessadas pela população, por gestores e por especialistas em uma plataforma gratuita e online. Entretanto, até o momento, os dados ainda não foram disponibilizados.
Para o segundo semestre deste ano está prevista a implementação do Mapeia Minas, uma ferramenta capaz de analisar informações para antecipar desastres naturais e, consequentemente, salvar vidas. A iniciativa é da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) em parceria com o Ministério Público, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil.
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O Mapeia Minas irá monitorar barragens, enchentes, secas e demais eventos climáticos, integrado a localização de famílias assistidas pelo governo, como população ribeirinha, em situação de vulnerabilidade ou que vivem em áreas de risco.