Três mortos e oito presos. Este é o saldo de uma operação da Polícia Militar, nas últimas horas, contra uma quadrilha que planejou o sequestro de um casal na zona rural de Taquaraçu de Minas (MG), na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Os mortos são integrantes da organização criminosa, que trocaram tiros com a PM na rodovia MG-020, próximo ao Convento Macaúbas, em Santa Luzia (MG), Grande BH. Houve troca de tiros entre criminosos e a PM.

Ainda na terça-feira, a PM recebeu uma denúncia anônima de que um grupo especialista em roubos a banco, tráfico de drogas e sequestros tinha o plano de sequestrar um casal de Taquaraçu de Minas. O homem é um fazendeiro e empresário do ramo de pedras preciosas; a mulher, dona de uma loja na cidade.

Segundo a denúncia, os sequestradores, especializados no crime conhecido por “Sapatinho”, que é o cometimento de extorsão mediante sequestro, estavam num Chevrolet Ônix de cor prata e que o sequestro aconteceria quando o casal estivesse retornando para casa - ou seja, na fazenda, na tarde de terça-feira.

A partir do acionamento do Setor de Inteligência da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), descobriu-se não só o plano, mas também quem são os integrantes da organização criminosa.

Os bandidos

Segundo a PM, o grupo é encabeçado por um homem de nome Marcelo, que tem o apelido de “Do Tel”. Como líder da quadrilha, ele escolheu quem seriam as vítimas e definiu todo o plano de sequestro. Ele é do Rio de Janeiro e não veio a Minas Gerais.

Uma mulher, do Rio de Janeiro, que responde pela alcunha de “Branca de Neve” - o nome dela é Débora -, veio para a Região Metropolitana de Belo Horizonte, com a função de ser olheira do plano. Ela se hospedou em Contagem, onde chegou no último domingo. Todos os dias, ela ia a Taquaraçu.

“Branca de Neve” foi vista por vizinhos da loja de um dos alvos do sequestro fotografando o comércio. A dona da loja contou aos policiais militares que, na segunda-feira à tarde, a mulher entrou na loja e ficou observando os produtos, mas não conversou com ninguém nem fez perguntas.

Com “Branca de Neve” estavam em Taquaraçu outros três homens, identificados como sendo Richard, Frederico e um menor de idade, de 17 anos. Os dois estão presos e o adolescente, apreendido. Eles seriam os responsáveis pelo sequestro.

Já havia, também, um cativeiro preparado em um sítio alugado em São José de Almeida, próximo ao cruzamento da rodovia MG-010 com a MG-323.

Nesse cativeiro estavam outra mulher, identificada por Luana, e um tio dela, de nome João.

Com as informações apuradas, a PM passou a vigiar o possível cativeiro. João, o tio, ao ver os policiais, fugiu a pé. Nessa casa também estavam mais três homens, um deles identificado como Elivelton, o “Baianinho”, que também foi preso.

A operação e prisões

A partir do momento em que foi recebida a denúncia, o Setor de Inteligência da PM iniciou um trabalho de identificação. De início, sabiam-se alguns nomes, o carro, com a placa, e o plano.

Um alerta foi emitido para localizar o veículo, o que foi conseguido na segunda-feira. O veículo passou a ser monitorado.

Na tarde de terça-feira, o veículo foi avistado no quilômetro 58 da rodovia MG-020. Os policiais fizeram a abordagem, dando ordem para que o veículo parasse.

O motorista deu sinais de que iria obedecer a ordem, diminuindo a velocidade. No entanto, ao se aproximar do cerco, acelerou e jogou o veículo contra os policiais.

Ameaçados, os policiais atiraram. O veículo parou. Os militares se aproximaram e verificaram que havia três pessoas, o motorista e dois passageiros, todos feridos. Frederico e Richard foram identificados. O terceiro, ainda não.

Eles, então, os levaram para o Hospital Madalena Calixto, em Santa Luzia, onde morreram.

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A partir daí, a operação teve prosseguimento, com as prisões de sete adultos e a apreensão do menor de idade.

O plano

Segundo levantado pelos policiais militares, o plano de “Do Tel”, era sequestrar o casal, levá-lo para o cativeiro e obrigar o homem a entregar todo o dinheiro que tivesse.

Um levantamento apontou que todos os envolvidos têm registro de passagens pela polícia. Estão envolvidos com o tráfico de drogas, roubos a bancos e extorsão mediante sequestro.

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