Nossa História, Nosso Patrimônio

Congonhas celebra título mundial

Vem aí uma temporada festiva para comemorar quatro décadas de reconhecimento do Santuário Bom Jesus de Matosinhos como Patrimônio Mundial

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Amanhã (12/8) é o Dia Nacional das Artes, e homenageamos, de antemão, uma cidade mineira dos tempos coloniais com muito para comemorar em 2025. Congonhas celebra os 40 anos de reconhecimento do Santuário Basílica Bom Jesus de Matosinhos como Patrimônio Mundial, pela Unesco, e também os 220 anos dos 12 profetas esculpidos, entre 1800 e 1805, por Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814), patrono das artes no Brasil.


A temporada festiva, que vai concentrar eventos em novembro e dezembro, inclui os 10 anos do Museu de Congonhas, inaugurado em 15 de dezembro de 2015. O secretário Municipal de Cultura e diretor-presidente da Fundação Municipal de Cultura, Lazer e Turismo (Fumcult), Pedro Cordeiro, informa que as comemorações vão ocorrer de forma integrada entre Prefeitura de Congonhas, Fumcult e reitoria da basílica, vinculada à Arquidiocese de Mariana.


“O início das comemorações deverá ser no terceiro encontro regional da Associação das Cidades Históricas de Minas Gerais, previsto para novembro, aqui na nossa cidade”, adianta Cordeiro, explicando que o Museu de Congonhas tem vários motivos para festejar. “A Fumcult conseguiu dar início ao Centro de Estudos da Pedra (que funcionará dentro do museu), fruto da união de esforços entre fundação, prefeitura, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).


O secretário traz mais novidades. “Conseguimos destravar alguns projetos então paralisados. Um exemplo está na aprovação, na Lei Rouanet, da expansão do museu, obra orçada em R$ 24 milhões. E também a aprovação do projeto para o escaneamento e confecção das réplicas dos profetas.” Como as 12 esculturas em pedra-sabão, localizadas no adro do santuário, pertencem à Arquidiocese de Mariana, “iremos junto com a Igreja unir as celebrações natalinas a datas históricas”.

Fé e turismo

Conhecida por “Cidade dos Profetas”, Congonhas tem o santuário basílica como espaço de fé da comunidade e atrativo para os turistas. Em dezembro de 1985, foi concedido o título de Patrimônio Mundial ao bem cultural, religioso e histórico pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).


De acordo com o Iphan, o conjunto dos profetas do Antigo Testamento é considerado uma das obras-primas do Barroco mundial. O conjunto tombado pela União em 1939 se compõe do templo católico, com interior em estilo rococó, as estátuas no adro e escadaria, e seis capelas denominadas de Passos, representando a via-crúcis de Jesus com 64 estátuas em cedro. Recentemente, foram feitos os trabalhos de limpeza dos profetas, conservação das esculturas em madeira policromada e reforma dos Passos.


A escolha de 12, dentre os 16 profetas que constituem a série do Antigo Testamento, se deve, conforme a especialista em arte sacra e colonial do Brasil, Myriam Andrade, à disposição arquitetônica dos suportes para as esculturas. Assim, o artista, restrito a esse número, selecionou os profetas na ordem de sua entrada na Bíblia, excluindo Miquéias para dar lugar a Habacuc. Cada um deles traz lateralmente o texto de sua profecia gravado em latim nos rolos de pergaminhos.

Datas memoráveis

40 anos 

do título de Patrimônio Mundial do Santuário Basílica Bom Jesus do Matosinhos, a ser comemorado em 3 de dezembro

10 anos 

do Museu de Congonhas, inaugurado em 15 de dezembro de 2015

220 anos

dos Profetas de Aleijadinho, esculpidos entre 1800 e 1805. A expectativa é de homenagear a memória do artista e sua obra-prima em dezembro

Tecelãs mostram a criatividade...

Já escrevi aqui sobre minha admiração pela palavra tecelã. Pois ela ficou ainda maior durante passeio ao bucólico distrito de Brumal, em Santa Bárbara, bem aos pés do Santuário do Caraça. Lá, conheci a Casa das Tecelãs, vi as mulheres trabalhando em teares manuais, conferi a delicadeza das peças que produzem, enfim, fiquei encantado com o patrimônio histórico e cultural. Deu vontade de voltar logo. Para quem não conhece, a oportunidade estará no evento ‘Brumal A gosto’, de 17 a 19. Como sugere o título, a gastronomia com ingredientes dos quintais está à frente, e tem também apresentações musicais, feira, roda de conversas e tudo o mais que o distrito inspira. Aliás, só de olhar para o largo todo gramado, com o chafariz de 1889, brota inspiração.

...do lugar que inspira poesia

Sob a proteção de Santo Amaro, cuja igreja do século 18 se encontra em restauro, Brumal é um dos expoentes da Estrada Real. Fica também na rota do caminho religioso ligando a Serra da Piedade ao Caraça. E por que Brumal? O nome vem da intensa cerração (bruma), comum na região durante o inverno. Depois de uma caminhada no largo, dou mais uma conferida na Casa das Tecelãs, presidida por Dilce Amaro Mendes. Há colchas, almofadas, jogos americanos e tapetes, fruto da criatividade de bordadeiras e crocheteiras.

Parede da memória

A primeira arena multiuso de Belo Horizonte saiu de cena em 1969. E deixou saudade. Era o Estádio Governador Benedito Valadares, localizado na Rua Vinte e Um de Abril, atrás da Feira Permanente de Amostras, no Centro. Foi demolido para construção da rodoviária de BH, inaugurada em 1971. O espaço funcionava como cinema e ginásio, esse batizado Paissandu. Conforme pesquisa do advogado Daniel Queiroga, especialista em patrimônio cultural, o cinema inaugurado em 8 de dezembro de 1937 pode ser considerado a segunda maior sala de exibição que existiu em BH. O ginásio, por sua vez, sediava grandes competições de vôlei, basquete, boxe (foto), luta livre e outras modalidades esportivas. Um charme para a época era o ringue de patinação no gelo. De vez em quando, um circo ocupava a área.

"Itabirito, uma história"

A Secretaria Municipal de Patrimônio, Cultura e Turismo de Itabirito lança o livro “Itabirito, uma história”, de autoria do escritor, jornalista e produtor cultural Thelmo Lins. A obra relata a trajetória do município dos primórdios à atualidade. Uma curiosidade: os primeiros vestígios datam de 400 d.C., registrados em pinturas rupestres. A obra aborda povos originários, ciclo do ouro, chegada do ramal ferroviário e a industrialização da virada do século 19 para o 20. Segundo o autor, o livro, com 300 páginas, associa o que acontecia em Itabirito à história no Brasil e no mundo, em seus diversos ciclos e movimentos. A distribuição, a cargo da Secretaria Municipal, contempla escolas, bibliotecas, centros culturais e órgãos públicos e privados, além de pessoas físicas que colaboraram com a realização do projeto, de forma gratuita.

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Estandartes em Diamantina

“Ressignificando” é o nome da exposição do artista visual Marcelo Brant, de Diamantina. A abertura será amanhã (12/8), às 19h, no Teatro Santa Izabel, ficando em cartaz até 20 de agosto, período do Festival de Inverno da cidade. “Estandarteiro”, como se identifica, Marcelo completa três décadas no ofício, transformando em pura arte manifestações populares, religiosidade, procissões e paixão pela cultura. “Nasci em Diamantina e tenho Minas em veias Gerais. Trabalho o sagrado com liberdade, respeito, colorido, alegria e amor”, diz o artista.

Bernardo Guimarães

De 11 a 15 deste mês, Ouro Preto terá uma semana especial em homenagem ao bicentenário de nascimento de Bernardo Guimarães, um dos grandes nomes do romantismo brasileiro. Haverá programação diversificada sobre a vida e a obra do autor nascido no município, em 1825, e expoente na literatura nacional – um dos seus destaques é o livro “A escrava Isaura”, que completa 150 anos. Durante os cinco dias, OP vai se transformar em um grande palco cultural, com exposições, intervenções artísticas, encontros literários e atividades que valorizam a rica tradição mineira. Realização da Prefeitura de Ouro Preto em parceria com a Fundação de Arte de Ouro Preto (Faop, Museu Casa dos Contos, Editora Liberdade (Francelina Drummond), Atelier Dois Capelistas e Instituto Peck Pinheiro. Informações: (31) 3551-7329.

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