"Possessivo", diz cunhado sobre policial penal suspeito de matar namorada
Priscila Mundim foi encontrada sem vida na casa do namorado, principal suspeito do crime. Ele foi encaminhado para o hospital, após tentar tirar a própria vida
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Siga noPossessivo. É assim que Leonardo Alves de Sousa, cunhado de Priscila Azevedo Mundim, morta neste sábado em BH, se refere ao principal suspeito do crime, um policial penal de Minas Gerais. O homem foi socorrido para o Hospital João XXIII, com ferimentos na região do abdômen após tentar tirar a própria vida. Após o atendimento médico ele poderá ter a prisão em flagrante, por feminicídio, decretada. O crime aconteceu no apartamento dele, no Bairro Padre Eustáquio, na Região Noroeste de Belo Horizonte, na madrugada deste sábado (16/8).
O casal estava junto há cerca de cinco meses. À imprensa, o cunhado da vítima, Leonardo Alves de Sousa, contou que Priscila e Rodrigo estiveram com ele e sua mulher durante essa sexta-feira (15/8) e por volta de 22h decidiram ir embora, em direção a casa do suspeito. No entanto, desde a saída do casal, a família de Priscila não conseguiu mais contato com ela, o que os deixou preocupados.
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Nesta manhã, Leonardo e a esposa, irmã da vítima, foram até o local e depois de muita insistência conseguiram falar com o policial penal. Na ligação, o homem afirmou que “fez merda” e pediu que chamasse a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG).
“O sentimento é de muita dor. Isso é um feminicídio. Até quando as mães irão chorar. Pais e irmãos vão enterrar suas entes queridas por crimes parecidos”, lamentou Leonardo.
Ainda segundo o parente, a família da vítima não sabe se ela chegou a ser agredida pelo namorado em outras ocasiões. No entanto, Leonardo afirma que todos já haviam percebido que Rodrigo tinha comportamentos de “uma pessoa possessiva”. Apó o morte da cunhada, ele clama por justiça e pede que o suspeito não saia impune.
Quem é o suspeito?
Em nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp-MG) informou que o policial penal suspeito de matar a namorada estava afastado. Conforme a pasta, o distanciamento das funções aconteceu no início de 2024 por “motivos psiquiátricos”. Desde então, a arma institucional do servidor já havia sido recolhida.
A pasta, por meio do Departamento Penitenciário (Depen) instaurou um procedimento administrativo pela Corregedoria para auxiliar a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) ao longo do inquérito que vai investigar o crime. “A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) lamenta imensamente a morte de Priscila Azevedo Mundim, vítima de feminicídio, neste sábado (16/8), em Belo Horizonte”.
O que se sabe do crime até o momento
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Priscila Azevedo Mundim foi encontrada morta em um cômodo do apartamento do namorado, um policial penal
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A mulher foi atingida por diversos golpes de faca
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Vizinhos afirmaram que ouviram uma intensa discussão vinda do imóvel durante a noite e madrugada
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A PMMG chegou a ser acionada mas não compareceu no local
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Familiares de Priscila estiveram no apartamento na manhã deste sábado (16/8) e não conseguiram contatá-la
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Ao cunhado da vítima, o suspeito disse que teria “feito merda” e pediu que acionasse a polícia
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O homem tentou tirar a própria vida, mas foi socorrido e segue internado
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O policial penal estava afastado desde 2024, por motivos psiquiátricos
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A Corregedoria do Departamento Penitenciário instaurou um procedimento administrativo
O que é feminicídio?
Feminicídio é o nome dado ao assassinato de mulheres por causa do gênero. Ou seja, elas são mortas por serem do sexo feminino. O Brasil é um dos países em que mais se matam mulheres, segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
A tipificação do crime de feminicídio é recente no Brasil. A Lei do Feminicídio (Lei 13.104) entrou em vigor em 9 de março de 2015.
Entretanto, o feminicídio é o nível mais alto da violência doméstica. É um crime de ódio, o desfecho trágico de um relacionamento abusivo.
O que diz a Lei do Feminicídio?
- Art. 121, parágrafo 2º, inciso VI"Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:I - violência doméstica e familiar;II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher."
Qual a pena por feminicídio?
Segundo a 13.104, de 2015, "a pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência; na presença de descendente ou de ascendente da vítima."
Como denunciar violência contra mulheres?
- Ligue 180 para ajudar vítimas de abusos.
- Em casos de emergência, ligue 190.
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Onde procurar ajuda
A mulher em situação de violência de qualquer cidade de Minas Gerais pode procurar uma delegacia da Polícia Civil para fazer a denúncia. É possível fazer o registro da ocorrência on-line, por meio da delegacia virtual. Use o aplicativo 'MG Mulher'.