BH: sindicato pede reajuste tarifário para volta de táxi lotação em eventos
Sindicato da categoria levou à prefeitura série de demandas, como recomposição de frota, reativação de permissões e parceria com o aeroporto de Confins
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Siga noO Sindicato dos Taxistas Autônomos de Minas Gerais (Sincavir-MG) protocolou e levou à Superintendência de Mobilidade de Belo Horizonte (Sumob) uma série de demandas do serviço público de táxi, destinada à melhoria do setor.
Dentre as propostas estão a fiscalização, reativação de táxis lotação em dia de grandes eventos em estádios e recomposição de frota. Conforme a categoria, as pautas visam não apenas o benefício dos motoristas, mas também maior segurança e agilidade no trânsito. A PBH informou que analisa as colocações.
Entre os pedidos feitos pelo sindicato, destaca-se a reativação do serviço de táxi lotação para grandes eventos na Arena MRV e no Mineirão. Em entrevista ao Estado de Minas, o diretor-presidente do Sincavir, João Paulo de Castro Dias, disse que o serviço “passageiro lotação" já existe, mas está inoperante por falta de incentivo.
“A tarifa hoje está muito defasada, então pedimos um reajuste na tarifa para incentivar os taxistas a fazerem essas viagens, que envolvem shows e jogos de futebol nos estádios”, afirmou. O pedido do sindicato é que o serviço passe a valer R$ 20.
“Pedimos uma revisão para reativar e ajudar nesses eventos. Para que a população tenha mais facilidade dessa promoção para esses estádios. Dessa forma, cada táxi consegue transportar quatro pessoas, alguns até sete, então iríamos ajudar muito, podendo buscar e levar o público. Isso ajuda, inclusive, no esvaziamento e diminui aglomerações”, ressaltou João Paulo. Segundo ele, o único impedimento para o serviço é o ajuste na tarifa.
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Vale lembrar que os valores das corridas comuns foram atualizados, pela última vez, em junho deste ano. Conforme divulgado pela prefeitura, o valor constante no taxímetro no início da corrida passou de R$ 4,90 para R$ 5,15.
Já o quilômetro rodado da bandeira 1 foi de R$ 3,74 para R$ 4,11, e, na bandeira 2, de R$ 4,47 para R$ 4,92. O valor de correção para uma corrida média de 5 km é de 9,68% em Belo Horizonte. O valor da hora parada passa de R$ 32,25 para R$ 35,48.
Já a tarifa do serviço de Táxi Lotação não foi alterada. O trajeto do Mineirão para o Centro da cidade, atualmente, é de R$ 11,60. Passando por Contagem, na Grande BH, em direção à Região Central, o valor é R$ 16,10. Se o destino for a Cidade Industrial, a tarifa é de R$ 13. As quantias são as mesmas para a Arena Independência. As viagens da Arena MRV, por sua vez, têm preço fixo de R$ 11,60.
Pontos de táxi
Foi aprovado em 1º turno na Câmara Municipal o Projeto de Lei (PL) 1002/2024, que dispõe sobre a obrigatoriedade de destinação de espaço para pontos de táxis em estabelecimentos que realizem eventos, shows e similares em BH. O PL agora tramita em segundo turno para apreciação em plenário.
Segundo o vereador Juliano Lopes (Pode), autor do projeto, o intuito é proporcionar mais segurança e conforto para os usuários de táxis, evitando congestionamentos e proporcionando uma melhor experiência aos participantes de eventos. A lei determina a obrigatoriedade de espaços para pontos de táxi em eventos para mais de 5 mil pessoas na capital mineira.
Reivindicações antigas
Além do reajuste, o sindicato também apresentou pautas antigas para a categoria. A primeira diz respeito à fiscalização. “O prefeito falou em uma entrevista que ia pedir fiscalização para os táxis, para coibir alguma irregularidade”, explicou o diretor. A entidade, no entanto, solicitou que a mesma medida seja estendida aos motoristas de aplicativo, que, segundo o representante, também cometem infrações.
A recomposição da frota também fez parte das negociações. O pedido é por um chamamento público que reative as permissões de táxi que se encontram paralisadas, com o objetivo de colocar os veículos em circulação e fortalecer o serviço na capital.
“Têm algumas permissões paradas na BHTrans. Pedimos que essas permissões voltassem e colocassem em uso”, contou João Paulo. A cidade possui, atualmente, 6.248 permissões ativas, com meta para atingir 7.500, conforme informado pelo sindicalista.
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Acesso e infraestrutura
A categoria ainda levou à prefeitura o pedido de apoio para uma “parceria de praças” com o aeroporto de Confins. A intenção é permitir que táxis de Belo Horizonte busquem passageiros em Confins e vice-versa. De acordo com o Sincavir, a gestão municipal já está com negociações avançadas, mas há um entrave por parte da outra cidade. “Confins ainda tem uma resistência para esse convênio”, alegou o representante do sindicato.
Outro ponto estratégico solicitado é a liberação do trânsito de táxis na trincheira da Vilarinho, em Venda Nova. “A trincheira liga as avenidas Pedro I e Vilarinho. Pedimos a liberação porque os táxis conseguem vir pela pista do Move na Antônio Carlos, que se transforma em Pedro I. Assim, as pessoas que vão para Venda Nova, acessando pela trincheira já vão sair na Avenida Vilarinho”, descreveu. A medida, segundo ele, evitaria um grande desvio, reduzindo o tempo de viagem dos passageiros.
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A reportagem procurou a PBH para um posicionamento relativo às questões levantadas pela categoria, se pretende atender aos pedidos e previsões, mas o Executivo se limitou a informar, em nota, que “as demandas apresentadas pelo sindicato estão sendo analisadas pela Sumob”.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Gabriel Felice