O charme das décadas passadas tomou conta de Belo Horizonte mais uma vez com a tradicional edição de inverno do Tweed Ride. Com roupas e bicicletas vintage, os participantes do evento circularam pelas ruas da Savassi na manhã deste domingo (3/8).
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O ponto de encontro escolhido para esta edição foi o Copa Cozinha, localizado em um casarão histórico de 1896 na Rua Paraíba, um dos prédios mais antigos da capital mineira. Um momento de nostalgia, confraternização e reencontro antes da pedalada. Gil Sotero, coordenador do Tweed Ride BH, conta que o trajeto de 7 km foi escolhido para lembrar as origens da cidade e da bicicleta.
“É um momento de tomar café e rever os amigos, que às vezes a gente só vê nesses encontros. Isso nessa casa histórica que foi construída no mesmo ano em que foi registrada a primeira bicicleta em Belo Horizonte. Depois foi criado o Velo Clube de Belo Horizonte, que era um grupo que fazia corridas no Parque Municipal até 1912 mais ou menos. Então essa casa tem muita história”, afirma Gil.
Gil explica que o Tweed Ride faz parte de um movimento chamado slow life, que promove uma rotina mais leve e com menos correria, resgatando valores do passado, quando a tecnologia não fazia parte do dia a dia.
“A gente tenta, através da mobilidade urbana ativa, melhorar a qualidade de vida nos centros urbanos, que é o que a Europa já está fazendo. Inclusive, isso tem ajudado a tirar crianças das telas, temos crianças participando aqui hoje, por exemplo. Saiu um estudo recentemente, falando que pedalar previne até o Alzheimer, ou seja, as pessoas só têm a ganhar”, diz o coordenador.
Luciana Deschamps relata que esta valorização do tempo começou desde o momento que começou a se arrumar para o evento, representando o resgate do deleite de passar a maquiagem, escolher uma roupa e andar de bicicleta. Ela atualmente mora na Áustria com o marido, mas está passando uma temporada no apartamento que possui em Belo Horizonte.
No Brasil, é a primeira vez que participa do Tweed Ride, mas já participou do evento na Inglaterra e, em BH, anda de bicicleta toda semana com o grupo Terça das Manas “Eu estou com uma saia da Inglaterra, porque lá eu participo muito. Como minha filha fez cinema e publicidade aqui na minha casa é cheio de fantasia, eu resgatei tudo lá das coisas dela”, conta.
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A entusiasta ainda revela que comprou uma bicicleta antiga, modelo Philips, na Alemanha e trouxe para BH para poder ser restaurada. “Eu resgatei ela no lixo e trouxe comigo, mas imaginava que teria uma pessoa que resgatasse e reformasse ela todinha. Quem sabe da próxima vez que eu vier, vai dar para participar com a minha Philips arrumadinha”.