O empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, que confessou ter feito o disparo que atingiu e matou o gari Laudemir de Souza Fernandes, em agosto, realizou pesquisas relacionadas a "gari" logo após o crime. A informação foi dada, nesta sexta-feira (29/8), pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG).

A corporação concluiu o inquérito criminal e indiciou o suspeito por homicídio duplamente qualificado, ameaça e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, podendo ser condenado a até 35 anos de prisão . A delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, esposa do assassino confesso, também foi indiciada

Após análises de imagens da empresa e residência do empresário, dados do celular e do veículo dele, além de provas testemunhais e interrogatórios, a Polícia Civil (PC) descartou a versão do suspeito de que não tinha cometido homicídio. Isso porque, Renê pesquisou na internet palavras como "gari" e o nome da rua em que estava, o que, segundo os policiais, confirma que ele teve consciência do que praticou.

Além disso, conforme informações confirmadas em coletiva de imprensa nesta sexta, ao sair da empresa e retornar para a casa, o empresário ainda realizou pesquisas no celular sobre as consequências do que havia feito.

 

O suspeito confesso está preso desde o dia dos fatos e seguirá detido no Presídio de Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O resultado das investigações foi divulgado 18 dias depois do homicídio, registrado na Rua Modestina de Souza, no Bairro Vista Alegre, na Região Oeste de Belo Horizonte.

Como foi o crime?

O prestador de serviços da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) trabalhava, junto com outras quatro pessoas, na Rua Modestina de Souza, por volta das 8h55, quando a motorista do caminhão, uma mulher de 42 anos, parou e encostou o veículo para que uma fila de dez carros pudessem passar. A via de mão dupla, segundo relato de testemunhas, fica próximo da Avenida Tereza Cristina. Em determinado momento, o último veículo, identificou um carro, modelo BYD da cor cinza, teria enfrentado dificuldades para passar pelo caminhão e, por isso, a motorista e um dos garis teriam indicado ao motorista que o espaço seria suficiente.

Em seu depoimento à Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), a condutora do caminhão de coleta, identificada como Eledias Aparecida Rodrigues, afirmou que enquanto recebia as instruções dos funcionários, o motorista do BYD pegou uma arma preta, fez movimento para engatilhar a arma e apontando para ela disse: “Se você esbarrar no meu carro eu vou dar um tiro na sua cara, duvida?”. 

Diante das ameaças feitas à colega, uma segunda testemunha afirmou que os demais trabalhadores tentaram acalmar o suspeito e pediram que ele seguisse seu caminho. Mesmo assim, segundo o boletim de ocorrência, o homem desembarcou com a arma em punho, deixando o carregador cair. Ele então o recolocou, manobrou a arma e efetuou um disparo em direção à vítima. Laudemir chegou a ser socorrido e encaminhado para o Hospital Santa Rita, no Bairro Jardim Industrial, em Contagem, mas faleceu.

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Imagens de câmera de segurança flagraram o momento em que o gari saiu correndo já ferido. Na gravação é possível ver o momento que o carro que seria do investigado, vira na rua em que o caminhão de coleta estava parado. O veículo então para por um segundo, segue em frente e os demais que estavam atrás passam a dar ré e sair da via. Na sequência, dois garis saem correndo e um deles coloca a mão na região do abdômen e cai no chão. Ele é amparado por um colega que segura sua cabeça. 

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