MG: dono de ferro-velho é preso com 1,5 tonelada de fios de cobre furtados
Investigação apontou que o homem teve crescimento patrimonial atípico. Policiais identificaram a prática de queima dos fios no leito do Rio do Peixe
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Siga noUm homem de 29 anos, apontado como dono de um ferro-velho, foi preso Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) em Juiz de Fora, na Zona da Mata, suspeito de liderar um esquema de receptação de fios de cobre.
Aproximadamente 1,5 tonelada do material foi apreendida durante a operação. Os policiais identificaram que o material furtado era recebido e preparado para revenda em uma propriedade rural no distrito de Torreões.
A investigação apontou que o homem teve crescimento patrimonial atípico. Os investigadores identificaram a prática de queima dos fios no leito do Rio do Peixe, em área de preservação ambiental, para separar a borracha do cobre, provocando emissão de gases tóxicos e degradação ambiental. O cobre era destinado a “receptadores de maior potencial econômico”, podendo alcançar até o dobro do valor de mercado, explicou a PCMG.
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“Ao retirar do mercado ilícito grandes quantidades de cobre e identificar os receptadores, conseguimos impactar diretamente a estrutura desses grupos, que se beneficiam com o crime patrimonial e ambiental”, pontuou o delegado Márcio Rocha.
"Além do combate à receptação, a operação tem um caráter fundamental de proteção ambiental. A queima de fios em áreas de preservação provoca poluição atmosférica e contamina o solo e os cursos d'água, afetando diretamente a fauna, a flora e a saúde das comunidades próximas. Nosso trabalho também busca impedir esse tipo de degradação", completou o delegado Marcos Vignolo, responsável pela investigação de crimes ambientais.
O material recuperado será devolvido às vítimas e empresas lesadas. Já o cobre queimado, sem possibilidade de identificação, seguirá para a cadeia de custódia e terá destinação definida pela Justiça, podendo ser doado ou destruído. Três veículos também foram apreendidos, um deles, usado para transporte dos rolos de cabos e fios, estava com sinal de identificação adulterado.
Etapas do esquema
O esquema criminoso seguia um ciclo estruturado: fios eram furtados em diferentes pontos da cidade e encaminhados ao espaço rural em Torreões, onde passavam pelo processo de queima para extração do metal. Em seguida, o cobre era vendido a receptadores maiores, que inseriam o material no mercado formal, obtendo ganhos ilícitos expressivos.
As investigações continuam para identificar outros envolvidos, tanto na execução dos furtos quanto na receptação em maior escala.
O suspeito detido foi encaminhado ao sistema prisional e será indiciado por poluição ambiental, associação criminosa e adulteração de sinal identificador de veículo.
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