ABALO SÍSMICO

Moradores de Belo Horizonte e região metropolitana sentem tremores de terra

O fenômeno gerou estranheza. "Eu achei que era trovão, tremeu muito!", relatou uma moradora de Ribeirão das Neves, na Grande BH

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Moradores de Belo Horizonte (MG) e cidades da região metropolitana relatam ter sentido tremores de terra entre a noite dessa terça-feira (16/9) e a madrugada desta quarta (17). Os casos aconteceram na região Oeste, Pampulha, Barreiro, além de Betim, Esmeraldas e Ribeirão das Neves, com o epicentro próximo de Contagem.

De acordo com a Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), foram dois tremores. O primeiro, magnitude de 2.9 mR na escala de Richter, foi registrado por volta de 22h. O segundo aconteceu às 2h25, com magnitude de 2.5 mR. Segundo a organização, a atividade sísmica é comum na região e ocorre devido às grandes pressões geológicas da crosta terrestre.

O fenômeno foi monitorado pela organização Brazil Earthquakes, que registrou tremores também em Juatuba, Ibirité, Pedro Leopoldo, Capim Branco, Matozinhos, São Joaquim de Bicas, Mário Campos, entre outras. 

“Eu achei que era trovão, tremeu muito!”, relatou nas redes sociais uma moradora do bairro Franciscadriangela, em Ribeirão das Neves. Outro morador da cidade, do bairro San Marino, disse que ouviu um som muito alto. Já no bairro Viena, na Região de Justinópolis, um morador relatou que ouviu um barulho muito estranho e que a janela da casa tremeu bastante.

Em razão da raridade, o fenômeno gerou estranheza. “Meu marido falou que era som automotivo”, disse uma mulher. “Minha filha também achou que o vizinho tinha ligado o som do carro dele”, respondeu outra.

A Defesa Civil de Minas Gerais foi procurada para esclarecimentos, mas ainda não retornou. O órgão de Belo Horizonte e o Corpo de Bombeiros informaram que não houve acionamento na capital em relação aos tremores.

Medo e confusão

A estudante de jornalismo Roniara Silva, de 26 anos, é moradora do bairro Granja Vista Alegre, em Contagem (MG), epicentro do tremor. Ao Estado de Minas, ela contou que ficou "assustadíssima". "Eu estava em casa quando ouvi um estrondo bem alto, parecendo uma bomba distante, e a casa inteira tremeu. Meu primeiro pensamento foi correr para a varanda, e ouvi outros vizinhos comentando que sentiram também", relatou. Quando foi dormir, a jovem sentiu novamente os tremores, às 2h25.

Para a jornalista Julia dos Santos, de 24 anos, os tremores foram bem rápidos. Ela mora no bairro Betânia, na Região Oeste da capital, próximo de Contagem. À reportagem, ela contou que estava se preparando para dormir quando, por volta de 22h, sentiu o primeiro tremor. Meia hora depois, sentiu o segundo. "Eu achei que pudesse ser algum carro de som, mas hoje (17) vi que o epicentro dos tremores foi em Contagem, e agora entendi que era um tremor mesmo", relatou.

Na casa dela, o fenômeno foi bem leve, mesmo tendo ocorrido em dois momentos. "Meus pais nem sentiram, foi bem leve. Senti essa vibração fraca, mas achei bem esquisito porque não estava chovendo, nem nada", contou Julia. 

A situação foi parecida para a cantora e professora de inglês Marina Zanini, de 28 anos, moradora do bairro Jatobá, na Região do Barreiro, em Belo Horizonte. Ela contou que mexia no telefone na sala de casa quando sentiu o primeiro abalo. "Eu senti a janela atrás de mim tremer, olhei pra janela e vi ela tremendo um pouco", relatou. Como a casa dela fica próxima de trilhos de trem, ela imaginou ser esse o motivo do do tremor, mas um segundo abalo a deixou apreensiva.

"Eu estava sozinha em casa e fui tomar banho. Escutei um barulho estranho e as cachorras começaram a latir demais, por uns 15 minutos. Cheguei a ficar com medo de ter entrado alguém aqui em casa, mas só depois vi várias pessoas postando sobre terem sentido também. Não sei se foi abalo ou uma explosão mesmo, mas foi bem esquisito", relatou a professora.

Na Região Noroeste, o tremor foi sentido pelo estudante de engenharia civil Frederico Azevedo, de 27 anos, que mora no Bairro João Pinheiro. No exato momento, ele achou que o barulho e o tremor vinham de algum móvel sendo arrastado. “Achei que era alguém em casa, só que percebi que os cachorros na rua estavam latindo muito”, contou.

Histórico recente

No último mês, Minas Gerais teve o registro de seis tremores de terra pelas estações da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), com análise do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP). Os locais onde o fenômeno foi sentido estão na Região Central. Vale do Jequitinhonha e Triângulo. Foram eles:

  • 01/08 - Planura (Triângulo Mineiro): Magnitude 2.2 mR
  • 15/08 - Araçuaí (Vale do Jequitinhonha): Magnitude 1.9 mR
  • 23/08 - Sete Lagoas (Região Central de Minas): Magnitude 1.9 mR
  • 24/08 - Sete Lagoas (Região Central de Minas): Magnitude 2.5 mR
  • 25/08 - Pirajuba (Triângulo Mineiro): Magnitude 2.8 mR
  • 26/08 - Frutal (Triângulo Mineiro): Magnitude 2.3 mR

"Pequenos tremores de terra em Minas Gerais não são incomuns, muito pelo contrário: é o estado com o maior número de abalos sísmicos registrados. Os tremores naturais, na sua grande maioria, se devem às grandes pressões geológicas que atuam na crosta terrestre", explica o sismólogo do Centro de Sismologia da USP e da RSBR Bruno Collaço.

Intensidade com pequenos danos

O tremor sentido na Grande BH pode ser classificado em uma das menores intensidades da escala Richter, conforme informações da Michigan Tech University. Nesse nível, o abalo pode causar pequenos danos.

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Escala de magnitude dos terremotos

  • Até 2,5 - Terremoto geralmente não é sentido, mas registrado pelo sismógrafo;
  • 2,5 a 5,4 - Frequentemente sentidos, mas causam apenas pequenos danos;
  • 5,5 a 6,0 - Pequenos danos a prédios e outras estruturas;
  • 6,1 a 6,9 - Muitos danos são causados em áreas bem povoadas;
  • 7,0 a 7,9 - Grande terremoto, causa sérios danos;
  • 8,0 ou mais - Enorme terremoto, pode destruir comunidades inteiras próximas ao epicentro.

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