A cidade de Patos de Minas (MG), no Alto Paranaíba, confirmou o primeiro caso humano de febre amarela no município. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (25/09) durante coletiva de imprensa pela secretária municipal de Saúde, Ana Carolina Magalhães Caixeta, e pela superintendente regional de Saúde, Maíra Lemos de Castro.
Segundo a secretária, a paciente é uma mulher idosa que alterna a residência entre a cidade e a zona rural. Ela procurou atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, no dia 30 de agosto com sintomas de mal-estar e desidratação compatíveis com suspeita de dengue mas descartada por teste.
Seguindo protocolo da Secretaria de Estado de Saúde, a amostra do exame foi encaminhada à Fundação Ezequiel Dias (Funed) onde as análises complementares confirmaram o diagnóstico de febre amarela. A idosa não precisou de internação e está se recuperando em casa. Ela já tinho sido vacinada contra a deonça, o que contribuiu para que os sintomas fossem leves.
Ações em andamento em Patos de Minas
Com a confirmação do caso, a secretária municipal de Saúde afirmou que serão adotadas medidas sanitárias urgentes. Equipes de saúde atuarão em raios epidemiológicos no bairro Nova Floresta e nas comunidades de Sertãozinho e Arraial dos Afonsos, locais frequentados pela paciente. Entre as ações estão:
- pulverização intradomiciliar e peridomiciliar para eliminar focos do mosquito transmissor;
- visitas domiciliares para conferência de cartões de vacinação;
- bloqueio vacinal de 100% da população, independentemente da localização.
“A vacinação é a principal medida de prevenção. Mesmo quem não mora nas áreas próximas deve procurar as unidades de saúde ou o vacimóvel para atualizar o cartão”, reforçou Lílian Marinho. Este é o primeiro caso humano registrado em Patos de Minas. A paciente está vacinada, apresenta sintomas leves e se recupera em casa; “a vacina foi determinante para evitar complicações”, afirmou Ana Carolina.
Para facilitar o acesso da população, a cidade terá um vacimóvel na Praça do Coreto funcionando de quinta-feira (25/9) a domingo (28/9), de 8h às 16h. No sábado (27/9), haverá mutirão de vacinação das 8h às 16h nos postos de saúde dos bairros Sorriso, Ipanema, Brasil, Abner Afonso e Panorâmico. Quem não encontrar o cartão de vacina poderá iniciar um novo esquema. Segundo Ana Carolina, “temos doses suficientes para toda a população e já solicitamos mais 20 mil doses para reforço, também pensando na região”.
Embora este seja o primeiro caso humano em Patos de Minas, já houve registros de macacos com suspeita de febre amarela. Sete amostras de material coletado de macacos mortos foram enviados para análise da Funed. Seis tiveram resultado negativo e o munícipio aguarda o resultado da última. “É importante deixar claro: os macacos não transmitem a doença diretamente aos humanos. Caso encontre um animal doente ou morto, acione a zoonose. Não matem os macacos”, alertou a secretária. Em Patos de Minas, o Centro de Controle Zoonoses pode ser contatado pelo telefone: 34-38229624
Sintomas da febre amarela
- Início súbito de febre
- Dores no corpo em geral
- Calafrios
- Náuseas e vômitos
- Dor de cabeça intensa
- Fadiga
- Dores nas costas
- Fraqueza
A maioria das pessoas melhora após esses sintomas iniciais, mas cerca de 15% podem apresentar um breve período sem sintomas e, então, desenvolver formas mais graves, com icterícia, alterações no fígado e nos rins e hemorragias gengivais.
Sobre a doença
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, prevenível por vacina, de evolução rápida e gravidade variável, podendo ser mortal. É causada por um vírus transmitido por mosquitos e tem dois ciclos de transmissão: o urbano, por vetores como o Aedes aegypti, e o silvestre, por mosquitos de hábitos silvestres, principalmente dos gêneros Haemagogus e Sabethes. No ciclo silvestre, primatas não humanos são hospedeiros amplificadores e vítimas da doença, assim como os humanos, que são hospedeiros acidentais. Não há transmissão direta de humanos para humanos. O risco de um surto aumenta se houver mosquitos infectados e pessoas não vacinadas. Por isso a vacinação é tão importante.
A doença é de notificação compulsória imediata. Todo caso suspeito, seja de humanos ou de primatas mortos, deve ser comunicado em até 24 horas às autoridades locais, que repassam a informação ao Ministério da Saúde. Ao identificar sintomas, é fundamental procurar uma unidade de saúde e informar sobre viagens recentes para áreas de risco, observação de macacos mortos, picadas de mosquito e histórico de vacinação.
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Vacinação
A imunização é a principal ferramenta de prevenção e controle da febre amarela. O SUS disponibiliza a vacina em todas as Unidades Básicas de Saúde, conforme o Programa Nacional de Imunizações (PNI). O esquema vacinal funciona assim:
- Crianças menores de 5 anos: duas doses (primeira aos 9 meses e reforço aos 4 anos);
- Pessoas de 5 a 59 anos não vacinadas: dose única;
- Indivíduos que receberam apenas uma dose antes dos 5 anos: dose de reforço, independente da idade;
- Pessoas com 60 anos ou mais: vacinação após avaliação médica;
- Viajantes internacionais ou para áreas com circulação do vírus: dose com pelo menos 15 dias de antecedência da viagem.
*Estagiária sob supervisão da subeditora Juliana Lima