O Sindicato dos Policiais Civis de Minas Gerais (Sindpol/MG) convocou uma manifestação pedindo, entre outras demandas, a recomposição salarial da categoria. O ato está marcado para 28 de outubro, às 9h30, na Praça da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.

Breno Almeida, diretor de mobilização do sindicato, explica que o principal motivo para a manifestação é a defasagem salarial dos servidores. Segundo o Sindpol, o índice chega a 40% e coloca a categoria como dona do quarto pior salário do país. 

Outro ponto indicado por Almeida é a situação das unidades policiais mineiras. Ele afirma que tanto na capital quanto na Região Metropolitana de BH e no interior do estado, as estruturas das delegacias é precária. “Falta manutenção do básico, como um banheiro adequado ou local para atendimento da população.”

Há previsão de convocação de uma assembleia geral, onde os servidores poderão decidir, ou não, por uma paralisação. Durante manifestações das forças de segurança pública de Minas Gerais em abril deste ano em que agentes protestaram pela recomposição salarial com perdas inflacionárias prometidas pelo governador Romeu Zema (Novo) à classe, os sindicatos da categoria ameaçaram aderir ao sistema de estrita legalidade. O movimento está dentro da lei e prevê trabalhar conforme os equipamentos e estruturas oferecidas pelas instituições. 

A reportagem procurou a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) e a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), mas até a publicação desta matéria não houve resposta. 

Corte orçamentário

As forças de segurança de Minas Gerais protagonizaram, nos últimos cinco anos, uma série de protestos e manifestações que tomaram as ruas da capital do estado e também de cidades-polo do interior. Durante reunião para prestação de contas na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em junho, a chefe da corporação, delegada Letícia Baptista Gamboge, confirmou que o Executivo estadual reduziu em R$ 31 milhões os recursos previstos no orçamento da instituição. 

A verba, aprovada inicialmente pelo governador Zema, era de R$ 201 milhões, mas, com o corte, passou para R$ 170 milhões. Para além das dificuldades para a manutenção da segurança pública no estado, Marcelo Horta, presidente do Sindicato dos Escrivães de Polícia Civil (Sindep-MG) - em entrevista ao Estado de Minas -, afirmou que a falta de investimento tem trazido constrangimento aos policiais.

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“Na prática, um corte de R$ 30 milhões tira a capacidade de trabalho dos policiais. [...] A falta de investimento em segurança pública tira um dos nossos maiores patrimônios que garante nossa liberdade”, relata.

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