RIO DE JANEIRO

Corpos mumificados são encontrados em necrotério de hospital no Rio

Polícia Civil confirma que quatro cadáveres foram achados em estado de decomposição avançada na última sexta-feira (3/10). Investigações apuram suspeitas de negligência e vilipêndio de cadáver

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A Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou a descoberta de quatro corpos em estado de mumificação no necrotério do Hospital Municipal Salgado Filho, no bairro do Méier, zona norte da capital. O caso foi descoberto na sexta-feira (3/10), por investigadores da 23ª Delegacia de Polícia.

Os agentes da PCERJ chegaram ao hospital durante diligências de dez inquéritos em andamento sobre corpos entregues ao Instituto Médico-Legal (IML) já em decomposição, o que vinha dificultando a emissão de laudos periciais. Durante a vistoria, os policiais encontraram os cadáveres abandonados, um deles ali desde dezembro de 2024, em condições tão deterioradas que não foi possível nem determinar o gênero.

Depoimentos colhidos pelos investigadores indicam que havia corpos sem identificação adequada e sem encaminhamento aos procedimentos legais. Diante do cenário, a Polícia Civil instaurou inquérito para apurar responsabilidades e possíveis crimes, como vilipêndio de cadáver, omissão de dever funcional e fraude processual. Todos os profissionais envolvidos na rotina do necrotério deverão ser ouvidos. 

De acordo com a corporação, o caso expôs falhas graves no sistema de saúde da região. Fontes ligadas à Secretaria Municipal de Saúde afirmam que a administração do hospital enfrenta sobrecarga e carência de servidores, mas o quadro descrito pela polícia vai além de dificuldades operacionais. Trata-se, segundo investigadores, de um quadro de desídia institucional, com possível ocultação de informações e descumprimento de normas básicas sobre o manuseio e armazenamento de cadáveres.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou, em nota oficial, que instaurou procedimento para apurar as circunstâncias da permanência dos corpos no necrotério e a eventual prática de crimes. A corporação destacou que o caso será tratado com prioridade, dada a gravidade das imagens e o impacto social da denúncia.

Especialistas em bioética e direito sanitário ouvidos por veículos locais afirmam que o episódio revela uma “crise moral e institucional” e pedem maior transparência nas políticas públicas de gestão hospitalar. “A forma como tratamos nossos mortos diz muito sobre o valor que damos à vida”, pontuou um dos especialistas.

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A investigação tenta identificar quem era responsável pela guarda e controle dos corpos, e se houve comunicação com o IML ou com as famílias. A Polícia Civil também analisa registros internos e câmeras do hospital. A Secretaria Municipal de Saúde afirmou colaborar com as apurações e prometeu abrir uma sindicância administrativa.

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