PERÍODO CHUVOSO

MG lança plano de enfrentamento às chuvas, com integração de prefeituras

Além de reunir ações de prevenção e resposta a possíveis desastres, o planejamento também procura reduzir eventuais riscos causados pelas chuvas

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A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Minas Gerais (Cedec) lançou nesta segunda-feira (6/10) o Plano Estadual de Enfrentamento ao Período Chuvoso 2025-2031. O programa tem objetivo de fortalecer a articulação entre o governo estadual e as administrações municipais.

Conforme balanço divulgado pela pasta em abril deste ano, durante o último período chuvoso, que aconteceu entre os dias 1º de outubro de 2024 e 31 de março de 2025, foram registradas 27 mortes no estado.

Além de integrar ações de prevenção e resposta a possíveis desastres, o Governo de Minas explica que o planejamento também procura reduzir eventuais riscos causados pelas chuvas e eventos climáticos extremos.

Para operacionalizar o plano de enfrentamento, a Cedec lançou o programa Caminho nas Chuvas, que reúne órgãos públicos e a sociedade civil para “integrar, coordenar e potencializar ações que reduzem a vulnerabilidade” em áreas mais suscetíveis a inundações e deslizamentos. 

A Defesa Civil estadual confirmou que será lançado um chamamento público para as prefeituras. Os recursos do edital são provenientes do Acordo Judicial de Brumadinho, assinado pelo Governo de Minas, Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG) e a Vale. 

Conforme divulgado pelo estado, o processo vai priorizar municípios menores e com maior necessidade de apoio. Uma das ações foi a entrega de 11 viaturas, equipadas para uso das defesas civis. Além disso, novos chamamentos estão previstos para 2025 e 2026, incluindo a entrega de mais veículos e equipamentos. Até o momento, 513 kits - com viaturas, notebooks, trenas digitais e coletas - foram distribuídos.

"Fizemos uma grande preparação para o período chuvoso, com o treinamento de mais de 3 mil agentes municipais, distribuição de vários kits para estruturar as coordenadorias municipais, organização de linhas de crédito para financiamento aos municípios e a construção de bacias de contenção", detalhou o chefe do Gabinete Militar do Governador (GMG) e coordenador estadual de Defesa Civil, coronel Paulo Bermudes Rezende.

O Plano Estadual de Enfrentamento ao Período Chuvoso 2025/2031 foi apresentado durante o "Seminário de Enfrentamento ao Período Chuvoso: estratégias de preparação e resposta para minimizar os efeitos das chuvas em Minas Gerais". Durante o evento, o governador Romeu Zema (Novo) afirmou que todas as medidas possíveis para mitigação dos riscos provocados pelas chuvas estão sendo tomadas. 

“Temos cada vez mais recursos tecnológicos na questão de detectar com a maior antecedência possível grandes precipitações. Mas, cada prefeitura precisa estar bem preparada para se mobilizar, já que são os municípios que têm condições de dar o primeiro auxílio àqueles que são atingidos até que o Estado possa estar também atendendo", disse Zema.

Balanço período chuvoso 24/25

Vinte e sete pessoas morreram durante o último período chuvoso em Minas Gerais, que aconteceu oficialmente entre 1º de outubro de 2024 e 31 de março deste ano. As informações foram divulgadas pelo balanço da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec).

O último óbito foi registrado em Belo Horizonte em 12 de abril. A vítima foi a adolescente Raphaela Vitória de Oliveira Moura, de 14 anos, que foi arrastada junto com a prima por uma enxurrada durante temporal no dia 24 de março no Barreiro. 

De acordo com o Governo de Minas Gerais, 170 municípios decretaram situação de emergência e um determinou situação de calamidade pública em decorrência de desastres provocados pelas chuvas. O atual período chuvoso superou os de 2022-2023 e 2020-2021, ambos com 22 mortes registradas. A temporada de 2021/2022 contabilizou 30 mortes, enquanto a mais grave dos últimos anos foi a de 2019/2020, com 73 óbitos.

A quantidade de pessoas desalojadas -  ou seja, tiveram que desocupar seus imóveis e encontraram abrigo na casa de parentes ou amigos - aumentou 249% no estado, quando comparado aos dados do período anterior. Em 2024/2025 foram registrados 9.905 atendimentos do tipo, contra 2.833 até 16 de abril de 2024, que engloba a época chuvosa de 2023/2024.

O salto também foi notado em relação às famílias desabrigadas, que tiveram que procurar abrigos públicos. Segundo o balanço deste período foram 2.064 pessoas, já na temporada anterior foram 399. Os números representam crescimento de 417%. 

Só em Ipatinga, no Vale do Rio Doce, durante o temporal registrado neste 13 de janeiro, foram 220 pessoas expulsas de casa em decorrência das chuvas. Na cidade, dois dos 10 óbitos confirmados foram de crianças. No Bairro Bethânia, que teve seis mortes, choveu 204 milímetros em poucas horas – quase o volume previsto para o mês inteiro ao longo madrugada de domingo. A tragédia é descrita pelas autoridades como uma cena de guerra. A cidade vizinha Santana do Paraíso também contabilizou uma morte em decorrência de deslizamentos.

Apoio 

Segundo a Cedec, como parte das ações de assistência, o órgão distribuiu mais de 22 mil itens de ajuda humanitária, totalizando 157 toneladas. Além disso, foram distribuídos 4.311 cestas básicas, 2.838 colchões, 2.796 kits dormitório, 2.416 kits de higiene, 1.632 kits de limpeza e 8.259 itens variados, como roupas, telhas e lonas.

“Garantimos apoio rápido, em até 24 horas, a todos os municípios que solicitaram ajuda. Durante o período, 100% das cidades que acionaram a Defesa Civil foram atendidas, resultado da preparação constante e da articulação entre Estado e as cidades”, afirma o coordenador estadual de Defesa Civil, coronel Paulo Roberto Rezende.

Além disso, ainda em apoio à população atingida, o Governo de Minas criou, por meio do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), linhas de crédito emergenciais para micro e pequenas empresas afetadas pela chuva, além de prefeituras de municípios com decretos de situação de anormalidade vigentes. Em pouco mais de um mês, cerca de 500 empreendedores de 75 cidades acessaram os recursos, que somaram R$50 milhões.

Morte em BH

A única morte do período chuvoso na capital mineira foi registrada em 12 de abril. Raphaela Vitória de Oliveira Moura, de 14 anos, foi arrastada junto com a prima por uma enxurrada durante um temporal que atingiu a Região do Barreiro em 24 de março. 

Raphaela e a prima, Geovanna Emanuelly Rodrigues Souza, de 15 anos, caminhavam de mão dadas pela Avenida Bráulio Gomes Nogueira, no Bairro Tirol, por volta das 12h, em direção a um ponto para pegar a van escolar. As duas escorregaram ao tentar atravessar a rua, sendo levadas pela correnteza por 50 metros, até ficarem presas embaixo de um caminhão.

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Geovanna conseguiu gritar por socorro e foi resgatada por motociclistas. Já a prima não conseguiu se desvencilhar do veículo e acabou ficando submersa, sem respirar, por mais de cinco minutos. Ela foi socorrida e encaminhada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Diamante. Em seguida, foi transferida em estado grave para o pronto socorro do João XXIII. 

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