Fechamento de motel em BH alegra moradores de bairro da cidade
Os moradores do local esperam a construção de 180 apartamentos e mais um supermercado no bairro
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O motel Le Baron, localizado no bairro João Pinheiro, Região Noroeste de Belo Horizonte, será fechado e se transformará em um edifício. No local, está prevista a construção de 180 apartamentos e um supermercado. Essas modificações foram vistas de forma positiva pelos moradores do lugar, pois o antigo empreendimento causava reclamações recorrentes dos vizinhos.
De acordo com Leonardo Camilo, porta-voz da Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Dom Cabral, os moradores questionavam a existência do motel desde antes da sua construção e chegaram a fazer um abaixo-assinado para que isso não ocorresse, mas sem êxito.
“O negócio não foi bem-aceito pela comunidade local, devido ao modelo de negócio do estabelecimento. Por ser um motel, estar situado em um bairro residencial e em um local muito familiar”, afirma Leonardo.
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Fumaça emitida pelo motel
Em maio de 2025, alguns residentes do bairro começaram a reclamar da fumaça que saía da chaminé do motel, com a indicação que o odor e a fuligem causavam problemas respiratórios para os moradores da região.
"Olha a situação dos vizinhos do motel Le Baron. Houve várias tentativas de contato, e os moradores não foram atendidos. Morar perto do motel virou um pesadelo. A fumaça que sai de lá é constante, pesada e possivelmente tóxica. Ela entra pelas janelas, se espalha pela casa, cai sobre a nossa comida, deixa as camas com mau cheiro e faz a gente perder o ar.” afirma o postagem feita no instagram da Associação.
“É triste ver nossos lares, que deveriam ser espaços de segurança e conforto, sendo invadidos por algo que nos adoece, que suja tudo, que tira a paz", finaliza.
Na ocasião, a dona do motel, Roberta Rocha disse que a fumaça era originada da queima de lenha para o aquecimento de água do estabelecimento, que funciona 24 horas. "É uma lenha natural, com certificado e nota fiscal. Ela não tem aditivo, então não tem cheiro ácido. Ela tem cheiro de mato, de natureza", afirma.
De acordo com os moradores na época, eles começaram a fazer um monitoramento próprio para identificar a cor, o cheiro e a hora em que as fumaças saíam com mais intensidade das chaminés. Eles indicavam que no período da noite o odor era mais forte.
A Secretaria Municipal de Política Urbana afirmou na época que o estabelecimento estava em dia com a documentação, o que garantia o alvará de funcionamento e de localidade do Motel. O órgão fez visita ao empreendimento e emitiu multa por “emissão de fumaça odorífera" garantindo monitoramentos contínuos para penalizar possíveis irregularidades.
Novas oportunidades
Leonardo indica que a grande maioria dos moradores considera a venda do motel positiva e enxergam que a mudança trará à comunidade melhorias interessantes.
“Os residentes estão satisfeitos com essa venda. Pela questão da fumaça, principalmente para quem mora do lado, vai acabar com esse problema. Vai girar a economia no bairro agora e quando os imóveis estiverem prontos. Provavelmente irão surgir empregos", finaliza o porta-voz.
A informação que chegou aos moradores é de que, além dos apartamentos, será construído um Supernosso no local. A notícia despertou a atenção da comunidade, pois não há supermercado no bairro Dom Cabral. A reportagem contatou a rede de supermercados e eles não confirmaram se vão abrir uma unidade na região.
Fluxo de carros
A mudança estrutural que deve ocorrer no bairro preocupa os moradores em relação ao aumento do número de veículos que pode vir junto com novos residentes. “Teoricamente, são 180 carros de uma hora para outra. Por isso, o fluxo da Avenida Delta, que já é um fluxo pesado, somado a blitz que a polícia realiza, é um ponto a se pensar”, aponta Leonardo.
A Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Dom Cabral disse que ainda não tem nenhuma informação sobre como ficará as vias da região mas que vai buscar a prefeitura para compreender como as obras da construtora afetarão o trânsito.
“Estou em negociação para marcar para semana que vem uma reunião com a construtora. Daqui a no máximo 15 dias iremos nos reunir, pois gostaríamos de ouvi-los primeiro – antes de contatar a prefeitura. Quero apresentar como funciona o nosso bairro. Temos 20 mil moradores e temos que pensar neles nessas mudanças” concluiu Leonardo.
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Procurada pela reportagem, a Riva Incorporadora confirma a existência do plano imobiliário no espaço e disse estar empenhada em desenvolver projetos urbanos integrados ao entorno do terreno. A incorporadora afirma que não há obra em curso e que a comercialização das unidades ocorrerá após o Registro de Incorporação Imobiliária.
O Motel Le Baron foi procurado mas não quis se pronunciar.
*Estagiário sob supervisão da subeditora Juliana Lima