CONJUNTO MODERNO

PBH divulga cronograma de restauração do Museu de Arte da Pampulha

As obras serão iniciadas em abril de 2026, com custo aproximado de R$ 40 milhões, sendo a maior parte dos recursos proveniente do Fundo Municipal do Patrimônio

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Já se passaram seis anos desde que o Museu de Arte da Pampulha (MAP), em Belo Horizonte, fechou as portas e deixou na expectativa de restauração moradores, visitantes, admiradores do acervo, apreciadores de exposições e defensores do patrimônio cultural de Minas. Agora, conforme garante a prefeitura (PBH), tudo caminha para o serviço completo e ampliado, com recursos assegurados de R$ 40 milhões para esta joia do Conjunto Moderno projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012) e reconhecido como Patrimônio Mundial.

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Em paralelo ao restauro do edifício-sede do MAP, previsto para começar em abril, o projeto contempla a construção de um prédio para a reserva técnica. Será o MAP Núcleo de Pesquisa e Informação, o MAP Núcleo como já é chamado internamente. Trata-se da área, de propriedade da PBH, onde ficava a antiga estação de bombeamento de água da Pampulha, na década de 1940. Assim, o acervo será transferido, em dezembro, para ambiente climatizado, conforme todos os rigores de conservação, qualidade técnica e segurança na guarda de esculturas, pinturas, livros, fotografias, objetos históricos e outros tesouros artísticos.


E há mais novidade: será criado um espaço educativo e receptivo, no terreno de propriedade da PBH diante do museu, para receber a comunidade durante as intervenções. No local, que terá um estande para acolher os visitantes, será possível se informar sobre o andamento dos serviços, como parte de programas de educação patrimonial, ver alguns dos elementos nobres usados na edificação tombada pela União, Estado e Município, e, claro, curtir a paisagem.


Na manhã de quinta-feira (16/10), ao apresentar ao Estado de Minas o cronograma de serviços para as três frentes de trabalho, a secretária Municipal de Cultura de BH, Eliane Parreiras, afirmou que o projeto conjuga restauração e expansão do MAP, com um ineditismo: pela primeira vez, está sendo feita a transferência do acervo do MAP para uma reserva técnica adequada e fora do edifício-sede. Ela conta que todos os setores serão contemplados no restauro, o que é fundamental para a história e o patrimônio cultural de BH. “Temos uma obra de grande complexidade, e não seria possível fazer o restauro sem ter a reserva técnica concluída.”

ANSEIO DA SOCIEDADE

A complexidade está em toda parte, pois cada etapa das intervenções precisa passar por análise e aprovação nas três instâncias de proteção ao patrimônio histórico e artístico brasileiro (federal, estadual e municipal). A partir de uma série de estudos técnicos, os envolvidos no processo optaram pela intervenção mínima nos elementos que constituem a edificação e pelo aproveitamento máximo dos materiais e formas originais de sua arquitetura. Dessa forma, todos os materiais nobres de revestimento receberão cuidados específicos de restauração. Somente nos pontos onde não for possível a recuperação do material original, será feita substituição por peças com características idênticas.


A restauração do MAP traz uma resposta ao anseio social de que o museu tenha investimentos coerentes com sua importância. “As obras têm o objetivo de salvaguardar os aspectos de autenticidade e integridade do edifício, além de aperfeiçoar seu uso como museu. O projeto compreendeu a definição das técnicas necessárias para recuperar as estruturas e materiais existentes e prolongar o tempo de vida útil da edificação”, diz Eliane Parreiras.


Na visita à Pampulha, a diretora de Museus da Fundação Municipal de Cultura (FMC/PBH), Isabela Guerra, disse que o acervo artístico do MAP reúne 1.796 obras (total de 5.583 partes/peças), contendo o histórico com 268 itens; o bibliográfico, 6.034 unidades; o documental, 966; e a hemeroteca 9 (coleção de jornais, revistas etc.), 197. Na sala de laboratório do museu, já podem ser vistas as primeiras caixas com documentos embalados e prontos para a transferência ao MAP Núcleo. Segundo Isabela, “a história do edifício-sede e do museu está interligada. Em resumo, a criação do MAP possibilitou a preservação desse ícone arquitetônico”.

ISABELA gUERRA, DIRETORA DA FMC/PBH, E ELIANE PARREIRAS, SECRETÁRIA DE CULTURA, COMEMORAM O RESTAURO DO MUSEU
ISABELA gUERRA, DIRETORA DA FMC/PBH, E ELIANE PARREIRAS, SECRETÁRIA DE CULTURA, COMEMORAM O RESTAURO DO MUSEU JAIR AMARAL/EM/D.A PRESS

PAISAGEM DA LAGOA

Em evento recente na Pampulha, quando foi divulgado pela PBH que a lagoa estará aberta a passeios turísticos a bordo de um catamarã, com estreia (para testes) em 12 de dezembro, quando BH completará 128 anos de sua inauguração, o prefeito Álvaro Damião falou do seu empenho em ações conduzidas na região e destacou o compromisso com o restauro do MAP, o antigo cassino que se tornou museu em 1957. Damião recordou a preocupação e atenção do ex-prefeito Fuad Noman (1947-2025) com a Região da Pampulha e o Conjunto Moderno que, em 17 de julho de 2026, completará uma década dos títulos de Patrimônio Mundial e Paisagem Cultural, concedidos pela Unesco (agência das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura).


Ao lembrar das palavras do prefeito e do seu antecessor, um defensor da preservação do acervo do museu, Eliane Parreiras mostrou as caixas com documentos já preparadas para seguir em direção ao MAP Núcleo. “Estamos mais do que dobrando a reserva técnica do museu”, observa. Depois, ao olhar através das vidraças o espelho-d’água, falou que a visão do prédio é completamente diferente quando a pessoa está num passeio na lagoa ou caminhando na Avenida Otacílio Negrão de Lima. “O edifício-sede é único, de arquitetura espetacular”, disse com orgulho e feliz pela “experiência” de ter navegado na lagoa na companhia do prefeito e de outras autoridades, no último dia 5.


A secretária municipal revela que tudo está sendo feito com cuidado, detalhe por detalhe. “Houve problemas e atrasos nesses últimos anos, mas conseguimos resolver tudo. Um dos exemplos estava na aprovação de projetos, o qual foi solucionado com a criação de um grupo formado pelos representantes das três instâncias responsáveis pelo tombamento, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) e o Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural de Belo Horizonte.


Em seguida, nos jardins planejados pelo paisagista Burle Marx, Eliane mostra as esculturas de August Zamoyski, Alfredo Ceschiatti e José Pedrosa. Quem passeia pelo local, pode ver atualmente a exposição “Poemas fantásticos para jardim”, da artista plástica Efe Godoy, mostrando que, mesmo fechado ao público e sem exposições internas, o museu se mantém vivo. “É um sonho poder realizar essa obra, avançar na expansão física e aprimorar o espaço expositivo, aumentando a reserva técnica e ações relevantes para a cidade”.


O público agradece e prestigia: em 2018, o museu recebeu 79 mil pessoas, e no ano seguinte, 79.629. Isabela Guerra destaca marcos importantes nessa história, mesmo com o equipamento cultural fechado. Neste ano, o MAP, com seus acervos, realizou as exposições “Camará”, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), com a presença de 88.826 pessoas, e “Arte gravada”, na Casa Fiat, com visitação de 8.100 pessoas, ambos na Praça da Liberdade, em BH. Há também exposições itinerantes em centros culturais, oficinas, palestras e outras atividades.


Olhar o edifício-sede (de 1943) pelas vidraças ou em meio aos canteiros floridos e bem-cuidados, é conhecer mais sobre a cidade e a história de seus monumentos. O edifício do antigo cassino constituía a âncora de todo o Conjunto Moderno, por ser o equipamento responsável pela atração do grande número de visitantes, desejado pelo então prefeito Juscelino Kubitschek (1902-1976), na época do lançamento do projeto da Pampulha, em 1940. Na palavra dos especialistas, figura como a edificação que apresenta a mais clara filiação aos princípios da arquitetura moderna, formulados pelo arquiteto Le Corbusier (1887-1965), com sua estrutura independente em concreto, planta e fachadas livres, moduladas pela estrutura, a qual surge como a própria expressão formal do edifício, também um importante atributo da arquitetura moderna.


Os demais ícones do Conjunto Moderno são a Casa do Baile (atual Centro de Referência de Arquitetura, Urbanismo e Design), o Iate Tênis Clube e Santuário Arquidiocesano São Francisco de Assis, mais conhecido por Igrejinha da Pampulha. Tudo feito quando Juscelino Kubitschek era prefeito da capital, antes de ser governador de Minas e presidente da República.


SERVIÇO COMPLETO NO MAP


Conheça as três frentes de trabalho, em execução pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), no complexo do Museu de Arte da Pampulha (MAP). As obras vão custar cerca de R$ 40 milhões, com a maior parte dos recursos proveniente do Fundo Municipal do Patrimônio Cultural


1) Edifício-sede do Museu de Arte da Pampulha (MAP), na Avenida Otacílio Negrão de Lima, 16.585, na orla:


- Será feita a restauração de todo o prédio, antigo cassino projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer na década de 1940. O restauro inclui os jardins criados pelo paisagista Roberto Burle Marx;


- Licitação das obras no início de novembro;


- Início das obras em abril de 2026. Previsão de dois anos para término dos serviços;


2) MAP Núcleo de Pesquisa e Informação, na Avenida Otacílio Negrão de Lima, 2.202, na orla da Pampulha:


- O espaço de propriedade da PBH abrigou a antiga estação de bombeamento de água da Pampulha, na década de 1940. Com a construção de um prédio na parte do fundo do terreno, o local vai sediar uma das mais modernas reservas técnicas do país para acolher o acervo, e também a biblioteca e o Centro de Documentação (Cedoc-MAP);

- Foi
feita a licitação para a segunda etapa das obras, que começam neste mês. Contemplam a conclusão do local de guarda e tratamento do Acervo (edificação posterior), reforma do prédio histórico, da guarita e da copa, bem como execução do restante dos revestimentos. Obra sob supervisão da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap/PBH);


- O prazo de entrega é de 10 meses;

3) Espaço educativo e de recepção de visitantes:


- Um terreno de propriedade da PBH, na frente do edifício sede do MAP, vai se transformar, durante o período de obras, em espaço educativo, de recepção de visitantes e de informações sobre o andamento das obras;


- Na área de propriedade da PBH será colocado um estande para dar suporte ao atendimento ao público

Fontes: Secretaria Municipal de Cultura e Fundação Municipal de Cultura/PBH

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