A comunidade do distrito de Morro Vermelho, em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi impedida de realizar o evento "Cavalhada Mirim" em celebração à Nossa Senhora do Rosário, nesse sábado (4/10). A proibição já havia sido determinada após ação judicial feita pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), na sexta-feira (3/10), sob alegação de "riscos à saúde pública, especialmente pela possibilidade de disseminação da febre maculosa". A cidade já registrou duas mortes pela doença e suspendeu as aulas como medida preventiva.

A decisão foi ajuizada contra o município de Caeté e a Associação dos Criadores e Admiradores de Cavalos local. O órgão ainda disse na decisão liminar que o evento "envolve contato direto entre humanos e animais de grande porte, em áreas de vegetação densa, sem comprovação de medidas sanitárias adequadas". A ação também alega ausência de transparência por parte da gestão municipal.

O impedimento, no entanto, gerou revolta entre os moradores, que afirmaram que os animais em questão eram "cavalinhos de pau", brinquedos feitos de madeira, plástico e decorados pelas crianças. Eles disseram que a liminar chegou aos organizadores 15 minutos antes da festa, quando os pequenos já estavam vestidos, e as barraquinhas, montadas.

A febre maculosa se manifesta por meio da picada de um carrapato infectado por um parasita, encontrado em cavalos, bois e outros animais.

Uma moradora, que preferiu não se identificar, presenciou a confusão e relatou a decepção das crianças e do público em geral. "Achei uma falta de respeito com a comunidade, tomando como base uma informação mentirosa. No mesmo evento acontece uma benção na praça da Igreja São Francisco; nem a missa queriam que fizesse", contou.

Em nota, a prefeitura municipal confirmou que a "cavalhada" mencionada trata-se, na verdade, de um evento infantil com cavalos de pau, sem a presença de animais de grande porte.

"No entanto, seguindo a recomendação do Ministério Público, a Prefeitura notificou os organizadores, orientando que, caso houvesse presença de animais de grande porte nas imediações, o evento deveria ser cancelado como medida preventiva relacionada à febre maculosa", explicou o Executivo.

Outro evento cancelado

Outro evento que o MPMG requereu o cancelamento foi o "Bonde das Feras", marcado para este domingo (5/10). O show, promovido pela Associação no Clube do Cavalo, tem como proposta "forró e piseiro" no Clube do Cavalo, no centro de Caeté. 

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O Ministério Público ainda requer, em caráter de urgência, a cassação dos alvarás sanitários dos eventos. A ação também pede que a Associação dos Criadores e Admiradores de Cavalos apresente, em até 24 horas, documentos que comprovem a regularidade sanitária dos locais dos eventos, o que inclui dedetização, inspeção de animais e medidas de prevenção.

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