Casal suspeito de matar motorista de app usou dinheiro da vítima em viagem
Vítima foi roubada e assassinada em Barbacena. O casal e uma mulher — irmã do investigado que viajou com a companheira após o crime — foram presos
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A Polícia Civil de Barbacena (MG), no Campo das Vertentes, informou em coletiva à imprensa nesta segunda-feira (3/11) que duas mulheres, de 21 e 40 anos, e um homem, de 35, foram presos na última sexta-feira (31/10) sob suspeita de envolvimento na morte de um motorista de aplicativo no município. Dois dos suspeitos são um casal, que gastou parte do dinheiro roubado em uma viagem de aproximadamente 11 dias.
O corpo de Júlio Cesar Andrade Silvério, de 25 anos, foi encontrado no último dia 14 de outubro na comunidade rural de Cabeça Branca, em um local conhecido como Pedreira. Quatro dias antes, ele havia saído à noite de sua residência, onde morava com a esposa e a filha do casal, de 2 anos, para fazer algumas corridas. Naquele dia, um homem de 35 anos e a companheira dele, de 21, abordaram a vítima para realizar uma corrida na saída da tradicional Festa das Flores e Rosas, no Parque de Exposições da cidade.
"Identificamos o trajeto realizado com o auxílio de imagens de câmeras de segurança que conseguimos colher. O carro seguiu até a localidade rural de Cabeça Branca e, nesse local, o veículo permanece por cerca de uma hora e meia. Então, iniciamos as buscas e localizamos o corpo. Seguindo com um trabalho de inteligência, colhemos mais imagens, ouvimos outras testemunhas e conseguimos identificar os três envolvidos", explicou a delegada Ariadya Carla Tavares Silva Potros.
Viagem para a Região dos Lagos, no Rio
Por meio do celular de Júlio Cesar, que foi roubado, o casal conseguiu fazer diversas transações financeiras. A terceira pessoa envolvida, a mulher de 40 anos, é irmã do homem de 35 anos. A Polícia Civil a identificou porque parte do valor roubado foi transferido para uma conta bancária em nome dela.
Quatro dias após a execução de Júlio Cesar, o casal foi para a Região dos Lagos, no Rio de Janeiro. "A jovem de 21 anos confirmou que ela e o companheiro gastaram parte do dinheiro roubado em uma viagem que durou cerca de 11 dias", completou a delegada.
Os três envolvidos no crime foram conduzidos ao sistema prisional, onde, até o fechamento desta edição, permaneciam à disposição da Justiça. A reportagem perguntou quanto foi retirado da conta da vítima, mas a assessoria da instituição policial da cidade disse que o valor total ainda está sendo apurado.
Primeiro dia de trabalho como motorista de aplicativo
Segundo a família, Júlio trabalhava como pedreiro e, no dia em que desapareceu, faria sua primeira corrida como motorista de aplicativo. Conforme o irmão dele, Juliano Nelson Silvério, de 37 anos, Júlio conversou com a esposa pela última vez por volta das 23h, via WhatsApp. "Depois disso, ele não respondeu mais a ela. Outras pessoas da família tentaram contato, mas as ligações retornavam com uma mensagem informando que o celular estava fora de área ou desligado", disse à reportagem em entrevista no dia 13 de outubro.
Um dia antes, quando um boletim de ocorrência foi registrado, a esposa e o cunhado da vítima encontraram o carro que Júlio dirigia abandonado no Bairro Grogotó, a poucos minutos de onde morava. Eles notaram que havia sangue no porta-malas e no freio de mão e comunicaram à polícia.
A perícia da Polícia Civil apontou que o corpo de Júlio César apresentava "inúmeras lesões" por "instrumento corto-contuso" — ou seja, algum tipo de objeto que possui uma borda de corte e também força contundente.
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