AGRESSÃO

Caso Alice: "A lei vai se encarregar dessas pessoas", diz pai

Declaração foi dada neste sábado (15/11), durante a missa de sétimo dia em homenagem à vítima

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Edson Alves Pereira, pai de Alice Martins Alves, afirma que a possível motivação da agressão que resultou na morte da filha é “extremamente fútil.” De acordo com investigações em andamento da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), o ataque teria sido motivado por uma conta de R$ 22 não paga pela vítima, que teria consumido bebida em uma tradicional pastelaria, localizada na esquina das ruas Fernandes Tourinho e Sergipe, na Savassi, Região Centro-Sul de BH. No entanto, investigadores da corporação e o pai de Alice acreditam que o crime também pode ter tido caráter transfóbico.

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“Dinheiro ela tinha na bolsa. Andava com dois cartões, um particular dela, de um banco digital, e outro cartão, que eu sempre deixava com ela para que ela não passasse nenhuma dificuldade na rua”, afirmou Edson em entrevista concedida na missa de sétimo dia da filha, realizada na noite deste sábado (15/11). Emocionado, o pai de Alice disse que acredita que o ataque contra a filha teve cunho transfóbico.

Alice foi agredida na madrugada do dia 23 de outubro e morreu no último domingo (9/11) por complicações dos ferimentos sofridos. A PCMG confirmou que os dois principais suspeitos de terem cometido as agressões são funcionários do estabelecimento onde Alice havia consumido na noite do crime, o Rei do Pastel.

“Eu acho que a lei vai se encarregar devidamente dessas pessoas”, afirmou Edson sobre os dois suspeitos de cometerem as agressões.

A delegada Iara França, do Núcleo Especializado de Investigação de Feminicídios da PCMG, informou que a corporação já realizou todas as diligências da Polícia Judiciária. No entanto, não houve a confirmação se um pedido de prisão preventiva ou temporária foi encaminhado à Justiça.

Avaliação

Meses antes do crime, Alice havia publicado na internet uma avaliação negativa relatando comportamento agressivo de um funcionário do Rei do Pastel, unidade localizada na Avenida do Contorno, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. “Mais um detalhe que o local tinha problemas”, afirmou Edson.

Na avaliação, a vítima relatou que os atendentes foram “extremamente agressivos” e que ela “quase foi agredida”, fato que não teria ocorrido somente porque ela se sentou com outras mulheres no estabelecimento, segundo ela. Alice registrou ainda que um dos funcionários afirmou que ela não teria pagado pela conta e que só poderia deixar o local mediante pagamento.

A mulher afirmou que já frequentava o Rei do Pastel há muito tempo e jamais havia sido questionada sobre isso. “Lugar bem pesado e os atendentes são meio duvidosos”, escreveu. Ao final, afirmou que não pretendia voltar ao estabelecimento. O jornal Estado de Minas procurou o dono do Rei do Pastel para pedir um posicionamento sobre essas novas informações, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.

Dia das agressões

De acordo com a delegada Iara França, Alice tinha o costume de frequentar alguns bares da região e era conhecida dos funcionários e comerciantes. No dia em que foi agredida, ela teria sentado, sozinha, e pedido uma bebida alcoólica. Depois de um tempo, ela teria se levantado e se esquecido de pagar a conta. Na investigação, foi identificado que é comum que clientes assíduos saiam sem pagar a conta e retornem em outro momento para quitar a dívida.

Na madrugada de quinta-feira (23/10), dois funcionários do estabelecimento foram atrás de Alice alegando que ela não teria pagado a conta. O momento da agressão contra ela foi registrado pelo áudio da câmera de segurança de um imóvel na Avenida Getúlio Vargas, próximo ao estabelecimento. Na gravação, obtida pela Band Minas, uma pessoa discute com a vítima. Em determinado momento, a mulher é questionada se irá pagar ou não. Ela então questiona o homem se ele irá agredi-la.

No áudio, é possível ouvir que Alice afirmou que havia efetuado o pagamento. Apesar disso, a resposta não foi bem vista pela dupla, que começou a agredi-la. O equipamento de segurança também captou gritos de socorro da vítima e insultos transfóbicos, por parte dos homens.

De acordo com a delegada Iara França, Alice só não morreu no local das agressões porque os suspeitos foram interrompidos por um motociclista que presenciou o ataque. “Ele também foi ameaçado por um desses agressores, mas mesmo assim permaneceu no local”, afirmou. A delegada também informou que o crime foi presenciado por uma segunda testemunha, que acionou o Samu e a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG).

Ferimentos

Após a agressão, Alice perdeu a consciência e foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Em um primeiro momento, ela foi encaminhada para a Unidade de Pronto Atendimento Centro-Sul. Dez dias depois, em 2 de novembro, foi levada de ambulância para o Pronto Atendimento do Hospital da Unimed, em Contagem, na região metropolitana. Na unidade de saúde, exames de imagem apontaram fraturas nas costelas, cortes no nariz e desvio de septo.

Em 8 de novembro, os médicos diagnosticaram uma perfuração no intestino, possivelmente causada por uma das costelas quebradas ou, segundo suspeita do pai da vítima, Edson Alves Pereira, agravada pelo uso de anti-inflamatórios após a agressão. Com o diagnóstico, Alice foi submetida a uma cirurgia de emergência, mas não resistiu à infecção generalizada e morreu.

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